Hoje, eu e a minha terapeuta palavramos sobre as minhas sensações mais cinzentas: irritação, preguiça, desestímulo, apatia e sacarmos. Embora, sejam sinais depressivos, refletem o meu momento atual (apenas um pouco down) e a atual e urgente lacuna que existe dentro de mim gerada pela desaceleração e o tédio em que eu me encontro.
- "Não fiquem apavorados e nem arranquem todos os pêlos, eu não estou em estágio depressivo precisando de remédios de tarja preta. Nada que um boa explosão de sinceridade e um delicioso papo terapêutico não me façam relaxar." rs...
Eu estou passando por esse processo de forma consciente, por isso eu esteja tão alerta comigo mesmo e as minhas elaborações estejam tão bem definidas na teoria. Já na prática, não muito bem, porque as principais decisões a serem tomadas , neste momento, precisam ser adiadas e estejam andando na contramão do tempo, já que elas estão fora do controle das minhas mãos e querências, mas nas resoluções de terceiros. Só me cabe esperar.
- "Sinto-me de mãos e pés atados. Com aquela sensação desconfortante de impotência."
Talvez, quem esteja de fora observando as minhas reações, não esteja conseguindo entender-me muito bem, mas, todas as minhas reações tem motivos concretos, embora subjetivos, e justificáveis.
E por falar em Fortaleza...
Simbolicamente, Fortaleza representa para mim o retrocesso, a acomodação, a inércia e a perda sentido. Encontro-me num processo de rejeição de estar aqui. Nesse momento, é aonde eu não quero estar, já que a minha objetividade e subjetividade encontram-se em São Paulo - A paulicéia desvairada representa muito mais do que farras e glamour para mim, mas, a possibilidade de andar com as próprias pernas.
E por falar em convívio familiar...
Minha terapeuta simplesmente fez uma observação e análise brilhante, simplesmente, que eu não havia me tocado. Voltar para casa é reviver o luto, a perda da Filozinha, mesmo tendo o efeito retardado, porque, apesar do ano passado eu ter sentido muito a falta dela, eu não estava no ambiente, no cenário em que tudo me faz lembrar a ela - até o jeito com que as minhas irmãs estão se comportando, aparentando a projeção dela.
- "O luto físico que eu não vivenciei o ano passado, estou vivendo hoje no meu dia-a-dia, até a luz da minha terapeuta de forma imperceptível, mesmo estando resignado com a sua partida."
Rejeitar Fortaleza, é abrir mão de um modelo de vida antigo que hoje não me satisfaz mais e as estruturas e os vínculos de antes perdiram o sentido, significado e a razão de ser, sobretudo com a partida da Filozinha - o maior vínculo que eu possuía e perdi.
- "Na minha subjetividade e nas demais áreas, Fortaleza pra mim significa apenas um local de passagem e um destino de férias e reencontro de pessoas queridas, independente do lugar aonde eu esteja radicado."
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