Lei D n° X - Devoção aos Vilãos

Partindo do pressuposto de que eu não nasci com o menor talento para ser bom filho (nem que eu quisesse, não posso mais, porque eu sou órfão de pai e mãe), ser bom marido ( eu descarto esse status sem quaisquer pluridos), ser mocinho (eu sempre achei esse personagem muito chato e não realça os meus olhos) e super herói (eles são sempre tão politicamente corretos), que eu me identifico muito mais com os vilões. Os vilões são sempre interessantes, pelo seu conteúdo visceral e instigante.

Mas, não são todos os vilões que fazem a minha cabeça. Eu descarto aqueles tipinhos que são mediocres, invejosos, oportunistas e apresentam desvios de caráter, por serem simplórios e óbvios demais. Eu odeio obviedade!!! Já me identifico com aqueles mais densos e complexos, assim como eu, que existem motivações concretas e coerentes, sendo muitas vezes incompreendidos. Geralemente, os vilões são os frutos do sistema desigual e contraditório que os alimenta e do sofrimento que eles carregam consigo, sendo o reflexo das obscuridades do ser humano - passíveis de qualquer um de nós.

Se eu sou vilão?!!! É só perguntar para os meus desafetos, os meus opositores e os meus oponentes.