Houve um longo período da minha vida em que eu abria o meu enorme bocão para externar a minha insatisfação afetiva, reclamando que o meu campo afetivo era inexistente, não acontecia nada de concreto e estimulante, não surgia pessoas interessantes no meu caminho e por aí afora. Eu juro que não era exagero, talvez porque, eu não ousasse tanto o que eu poderia ousar por causa dessa minha timidez ou me escondesse de algumas situações por ser muito "certinho" ou porque as sintonias não se encontravam ou porquê eu não era percebido por quem eu queria que me percebesse. Embora nesses últimos tempos, existam algumas movimentações ao meu redor e eu estou apenas um pouquinho mais ousado, não é sempre que eu me sinta bem "chutando o balde", o marasmo e a inexistência foram embora, mas, o descompasso de interesses e energias não.
Nesse "race", envolvido de expectativas e adrenalinas por todos os lados, indo da largada à chegada, todos querem chegar no "podium", no primeiro lugar do coração de alguém, mas, no momento, não existe nenhum grande prêmio que eu queira vencer ou ases no "volante" para conquistar o "podium" do meu coração. Neste caso, não é ausência de participantes para disputar o meu "race", correr na minhas retas e curvas de forma endiabrada, porém, o meu grande prêmio não está conseguindo acelerar da forma que deveria: EMPOLGADAMENTE. Até agora, nada do que foi competido, seja por quem eu disputei ou fui disputado, simboliza aquela deliciosa champagne estoura no final, com muita espuma.
- "Eu acho que está é faltando espuma no meu champagne!!! rs... Porque será?!!! Olha que eu sei, mas, eu não vou contar. Morrammmmmm de curiosidade!!!"
Nas corridas e nos grandes prêmios dessa vida é assim, nem sempre dá para se vencer e, quando se vence, nem sempre o gostinho é de vitória. Isso acontece porquê, na vida de cada participante, existem momentos de aceleração, onde você pisa fundo no acelerador e corre a mais de 200 km por hora, rasgando a pista em linha reta, sem medo e na pura adrenalina com o rosto ao vento, oscilando com momentos de desaceleração, onde você precisa desacelerar para você não sair da pista quando estiver sob as curvas perigosas ou a via estiver congestionada para não bater em seu oponente.
Que bom que seria que nessa competição, muitas vezes insana, o nosso porche envenenado sempre estivesse em estágio máximo de aceleração, correndo em linha reta ao meio das oportunidades acontecendo, fluindo naturalmente. Sempre haveria um estímulo a mais para subir ao "podium" e conquistar o coração de quem se ama. Sei lá, mas, para isso acontecer, eu creio que seja necessário estar amando.
- "E eu não estou. Meu coração está tranquilo, está sem pressa, está desocupado e na dele."
Agora, quando se está no estágio de desaceleração, longe de mim de estar na potência máxima (Cruzes, Deus é mais!!!), tudo indica ser mais árduo, difícil, demorado e sem luz, justamente por transbordar aquela sensação de que nada acontece, tudo está parado.
- "Nosssssssss sa, porque será que essa sensação me gera uma certa familiaridade?!!! Talvez, porque os meus races afetivos nunca foram fáceis e nesse páreo esportivo, eu não seja profissional. Mas, quem sabe, na prática, eu não me torne pelo menos um piloto esforçado."
Agora, se eu vou chegar bem, em primeiríssimo lugar, na linha de chegada, é algo que só o tempo irá me demonstrar, até mesmo porquê, eu preciso estimulado para participar de um grande "race" que faça valer a pena e com muita gana de ganhar, caso contrário, nem me meto a colocar o meu porche na pista. Em se tratando do meu grande prêmio, o meu coração, com certeza, não é um prêmio tão fácil de ser conquistado.
- "Quem um dia pensou que conquistou, pagou a amargura da sua pretensão. Essa afirmativa pode ser posta no plural também." rs...
Sabe de uma coisa, com licença, deixa eu fazer uma revisão no meu porche aqui, vai que depois de deixá-lo super "envenenado" e "zero bala", eu consigo acerelá-lo ao máximo, cruzar a linha de chegada em 1º lugar, vencer o grande prêmio e estourar a minha champagne com muita espuma.
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