Nessa primeira noite do Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial de São Paulo, destaque máximo vai para a Mancha Verde. Ela estava compacta, luxuosa e emocionante e, tecnicamente, ela fez um desfile impecável no Anhembi.
Senhoras e Senhores, e que samba-enredo maravilhoso foi esse, exaltando a negritude afro-brasileira e o sincretismo religioso?!!! Tema atual e extremamente pertinente às polêmicas dos dias atuais que o nosso país está enfrentando.
Tambores vão ecoar, a festa vai começar
O meu batuque traz a força do terreiro
A mancha verde é kizomba amor
Salve a princesa! Viva o povo negro!
O ora ie ie ô ora ie ieu mamãe oxum
Um ventre de luz, o fruto do amor
Kaô kabecilê xangô
África, suntuosa riqueza
África, reluz o encanto e a nobreza
A fé conduz o povo a lutar
Tristeza marejou meu olhar
Oh senhor, tem piedade
Dos corações sem liberdade
A alma que chora, a pele que sangra
Qual será o meu valor?
Entrego minha vida
Rainha do mar, Iemanjá
Aportou, na terra do sol e do maracatu
Vidas no suspiro derradeiro
Na fria solidão do cativeiro
Mãos calejadas a lavourar
Não perdi a fé nos orixás
Senhora do rosário, oh nossa senhora
Aos pés do seu altar, clamo a igualdade
Palmares, vi um céu de luz e liberdade
A força de zumbi a nos guiar
Nas bênçãos de oxalá
Para mim, nesse ano, quem quiser ganhar o título de "Campeã do Carnaval de São Paulo" terá que superar a Mancha Verde, pois, até agora, desponta-se como a escola de samba à ser batida. Forte candidata ao título 2019.
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