De um lado, a Imprensa faz o seu trabalho jornalístico investigativo, contrariando os interesses do atual governo, apontando as suas fragilidades e contradições, como também colocando em xeque o seu discurso e as suas práticas; do outro, o Governo "Nova Era" tentando se esquivar e justificar em defesa própria tais denuncias, principalmente rebatendo à veracidade das acusações de Caixa 2, lavagem de dinheiro e envolvimento com as milícias nesse processo eleitoral (2018), questionamentos e supostos "ataques" político-partidários. E, nessa busca pela verdade, um empurra para o outro o uso da mentira (fake news, meias verdades, fatos distorcidos de acordo com os próprios interesses) como estratégia para desmoralizar e abalar a credibilidade das partes envolvidas.
Num governo honesto e íntegro que se preze, realmente comprometido em construir e preservar um Sistema Democrático de Direito e em combater à corrupção política e institucional, o status de confiança é um limite sagrado que não pode ser ultrapassado e, muito menos pode ser dúbio ou questionável, justamente para não ocasionar incompreensões, dúvidas e polêmicas desnecessárias. Pelo menos, deveria ser assim.
De acordo com alguns relatos e notificações dos órgãos eleitorais que fiscalizaram o processo eleitoral dessa última eleição (2018), junto ao TRE, combinado às ações das Redes Sociais e Aplicativos de Mensagens (áudios e vídeos) - Facebook, Twitter e Whatsapp - para combater a disseminação das mentiras, campanhas difamatórias e caluniadoras e fake news e denuncias jornalisticas dos blogs, sites e revistas políticas especializadas, chegou-se ao denominador comum ou deixaram a impressão no ar que os apoiadores e militantes da em prol da campanha do ainda candidato Jair Bolsonaro, fez bastante uso da fake news como arma de "ataque", disseminando muitas informações falsas e deturpadas de acordo com os seus interesses na internet e nos aplicativos móveis para desestabilizar a credibilidade da esquerda e do seu rival, assim como confundir os eleitores e conquistar os seus votos para si, e de "defesa", onde toda e quaisquer informações que fossem utilizadas contra ele, automaticamente seria dada e considerada como fake news dos seus opositores e inimigos políticos. Embora, as eleições tenham acabado, essa prática ainda permanece em vigência durante esse início de governo.
Particularmente, eu tenho os dois pés atrás com a figura do Sr Presidente e com o Governo "Nova Era", porquê, durante as eleições, o então candidato presidenciável não participou dos debates eleitorais para apresentar e defender as suas propostas de governo, por conta do atentado sofrido, e se escondeu atrás do uso das fake news, tirando não apenas de mim, mas de todos os eleitores o direito da população conhecer à sua plataforma de governo e a sua capacidade para dialogar e debater os seus pontos de vistas e questões fundamentais oferecidas ao país. Sem mencionar que a propagação das mentiras e suas distorções da realidade junto às mídias, redes sociais e aplicativos de mensagens ainda continuam entorpecendo e confundindo à população. Faltou clareza e verdades defendidas nesse processo eleitoral, logo abalou a sua credibilidade e a minha confiança. Além dele não ter conquistado o meu voto no primeiro turno, eu também fiquei sem opção de voto no segundo turno.
Tirando o lado sórdido e eleitoreiro do uso da prática das fake news com o propósito de distorcer os fatos e manipular as consciências, até que ponto o governo não ganhou tempo adotando essa estratégia pouco moral e ética, já que foi o maior beneficiado nesse jogo político, para fragilizar a imagem e a credibilidade do seu oponente nas urnas (objetivo alcançado com sucesso) e por não ter um programa político finalizado e muito bem estruturado (como o próprio candidato e sua equipe de campanha deixou clara) e ter sido trabalhado no decorrer do processo eleitoral e no período de Transição entre Governos?!!! Será que ainda tem um roteiro pronto ou está seguindo de improviso?!!! É apenas um questionamento, uma dúvida pessoal.
Todavia, também precisamos ser justos e admitir que alguns Grupos de Comunicação e alguns profissionais da comunicação (jornalistas, editores, apresentadores e publicitários) tem as suas reputações arranhadas e um tanto quanto pouco confiáveis, seja porquê no passado deram motivos e abriram precedentes para essa desconfiança, ou atualmente agem de maneira tendenciosa, seja atacando sem fundamentação e/ou provas concretas e contundentes ou defendendo os próprios interesses empresariais ou tomando partido das ideias do governo e noticiando através do seu olhar, discurso e ideologia. A verdade é que, dentro de um projeto jornalístico investigativo sério e comprometido com a veracidade dos fatos, existem grupos de notícias oportunistas, buscando apenas conquistar altos índices de audiência e fidelizar o gosto do público e profissionais sem credibilidade e sem ética.
É nesse fogo cruzado das notícias falsas e deturpadas que nós estamos buscando em quem confiar. Nessa busca incessante da verdade, nunca foi tão importante checar as fontes e as assinaturas de quem dá e se responsabiliza pela notícia dada. É preciso garimpar quem são os profissionais da comunicação e políticos que estão atuando hoje em dia em função da verdade e da elucidação dos fatos e são dignos, confiáveis e na medida do possível conseguem manter uma postura imparcial independente da empresa em que estão atuando. Grupos e profissionais tendenciosos são um risco para manipular mentes e comportamentos devido à pouca credibilidade que possuem.
Afinal, quem está mentindo?!!! Cabe a cada um de nós estar atento, pesquisar, ler, ampliar o campo de visão e senso crítico para não ficar refém à partir de um único lado, seja da situação (direita, direita extremista) e da oposição (esquerda, esquerda extremista), para depois ter um posicionamento, um ponto de vista formado. O que não podemos é ficar entre meias verdades (distorcidas, manipuladas, comprometidas) ou mentiras completas e nesse ping-pong entre Governo e Imprensa, onde uma ora é fake news, noutra, não é; ora o governo mentiu, noutra foi a imprensa. Nós não merecemos isso!!!
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