Tragam o meu cocar, o meu arco e as minhas flechas, porquê hoje é dia de pajelança na Tribus Brasílis. Hoje tem cacique, tem pajé e até curumim, além da nossas danças e rituais centenários... Eu quero dançar o meu Kuarup em paz!!! Eu quero exaltar o que é meu, a existência da minha cultura e etnia, contemplar o que ainda resta da Mãe-Natureza, dos nossos rios, Jaci, Tupã, nossos animais exóticos e maravilhosos, nossas árvores e florestas selvagens e as minhas crenças repletas de Deuses e lendas.
Eu quero ser respeitado por ser índio, por ser naturalmente brasileiro, sem precisar pedir permissão ou desculpa ou favor para ser índio, para preservar a minha cultura, a minha história de resistência e a minha essência. Alguns podem nem perceber, mas, os meus costumes indígenas também estão entre vocês, do seu dia-a-dia, dentro da sua casa e nas suas referências culturais.
Querendo ou não, Brasil, somos todos índios, passando pelo extremo-norte brasileiro, ainda vivendo em tribos isoladas no coração da floresta, indo até ao extremo-sul. Sou do Norte, do litoral do Nordeste, do cerrado e do Xingu no Centro-Oeste, das matas ainda preservadas do Sudeste e dos pampas do Sul. Eu sou o Brasil, eu sou do Brasil. E como índio e brasileiro que sou, eu exijo respeito - Não apenas no Dia do Índio, mas em todos os dias do calendário nacional.
Kuarup é cultura:
É símbolo de resistência e fertilidade,
É um ato de amor!!!
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