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Quando se trata do Lula, ao defender à sua total inocência nos casos e processos que lhe imputam, eu duvido muito que, um homem com a sua experiência de vida pessoal e vida pública e militância popular, ele não soubesse o que estava passando ao seu redor - se não diretamente, na linha de frente das negociações e ilegalidades, pelo menos indiretamente. Omissão também é uma forma de ser conivente. Para mim, o pior crime que o Partido dos Trabalhadores (PT) fez foi se corromper para manter-se perpetuando no Poder Político e Público. Ao queimar a bandeira e o discurso da luta trabalhista e popular contra à Corrupção, acabou tornando-se igual aos partidos e políticos que criticavam, e o pior, tornando-se uma grande decepção para parte do povo que creditava nesse partido e na Esquerda de um modo geral como uma esperança política para combater as contradições da lógica do Capital e diminuir as desigualdades sociais, resgatando à cidadania ao povo brasileiro, um caminho diferente de gerir o país. Todo o legado conquistado no Governo Lula, o momento de prosperidade econômica, prestígio político e justiça social que o Brasil experimentou durante 8 anos, os escândalos e a incompetência do Governo Dilma, conseguiu manchar o seu legado, pondo em dúvida à legitimidade de suas conquistas como Presidente e fazendo parte dos seus eleitores do passado esquecê-lo como Político e força gestora.
Mesmo o seu contexto penal não prime pela total transparência e não tenha sido processualmente bem definido, apresentando uma série de dúvidas e contradições processuais, é preciso responsabilizá-lo até para que possa definir as suas culpas e responsabilidades e responder por elas, tirando qualquer margem de dúvida em sua condenação e afastar as teorias conspiratórias para neutralizar a sua força, liderança e representatividade política.
Embora visivelmente abatido, pelas circunstâncias de ser um preso político e por todas as perdas afetivas e familiares que ele tem sofrido nos últimos tempos, na entrevista eu vi um Lula altivo, combativo, atrevido e convicto das suas ideias e ações. Quem buscava vê-lo destruído e de cabeça baixa, apesar do seu legado político e prestígio pessoal e como ex-presidente ser questionado e posto à prova, eu não vi. Sem dúvida, ainda tem o espírito, o comando e a sabedoria que um importante líder político deve ter. Todavia, a oposição (agora situação) conseguiu neutralizá-lo.
Já o Jean Wyllys, encontra-se visível e emocionalmente abalado. Constantemente sendo alvo de fake news e sofrendo perseguições e ataques éticos e morais, viu a opinião pública voltar-se contra ele, sobretudo mediada pelos discursos de ódio, intolerância e preconceito. Diferente do Lula, vi um homem fraturado e não sei se os danos psicológicos sofridos trarão o Ex-Deputado Federal Jean Wyllys de outrora de volta à cena política. Creio que não, pelo menos, não agora, não durante nos dois próximos ciclos políticos.
Vítimas?!!! Algozes?!!! Justiçados?!!! Injustiçados?!!! Não dá para precisar quem é o quê, sem ser tendencioso ou tomar algum partido ideológico, porquê o contexto político e processual em que ambos foram e estão postos, um em liberdade forçada fora do país, praticamente exilado, e o outro privado da sua liberdade, julgado e condenado, num sobe pena e desse pena, numa revisão processual indefinida, não é um contexto confiável, sempre dando margens à contestações, seja de ataque ou defesa. Não é um contexto claro e bem definido.
O que eu posso afirmar e definir com certeza é que ter neutralizado ambas personalidades foi um tiro certo para o Novo Governo, uma vez que consegue neutralizar dois adversários e inimigos políticos que obstaculizariam os seus interesses políticos, ideológicos e partidários. Se a estratégia de neutralização foi construída dentro de padrões éticos e morais, limpos e confiáveis ou baseadas em situações dúbias e obscuras, apenas o tempo dirá se foi assim, apesar das dúvidas e teorias conspiratórias que já pairam no ar. Porém, o certo mesmo é que eles foram devidamente neutralizados e o Brasil está vulnerável e exposto à lógica da extrema direita armamentista, tradicional, opressora e excludente.
Ao invés de você assistir reações de terceiros no YouTube ou escutar a opinião de terceiros no Whatsaap ou guerra entre "fandoms rivais" nas redes sociais, você não toma a iniciativa e o controle da sua opção de assistir essas duas entrevistas e tirar as suas próprias conclusões?!!! Assuma o controle das suas escolhas e do seu conhecimento. Das duas, uma: Ou você reforça as suas convicções políticas e ideológicas, seja quais forem elas, ou depara-se pelo menos para refletir melhor à cerca do momento em que todos nós estamos vivendo. Isso também é válido para a Entrevista do Ministro Sérgio Moro e do Guru do Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho, ao Pedro Bial, por exemplo.
Assistam e tirem suas próprias conclusões.
Assistam e tirem suas próprias conclusões.
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