... "Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia."
Nem preciso dizer que eu sou fascinado pelas idéias dela, né?!!! Diria até, com todos os exageros que me cabem, Martha Medeiros é a minha musa literária da atualidade. Ela descreve o cotidiano, as relações e os sentimentos como ninguém - visceralmente, algo que eu amo e me faz pulsar. Baseando-me nesse trecho do "O Divã" e fazendo um paralelo com o que eu estou vivendo atualmente, a análise que eu sou capaz de fazer por hora é:
Momento Divã
Hum, hã... Hunf!!! Primeiramente, posso dizer que assim como esse trecho, tudo o que é frio ou morno não me toca tão profundamente. Embora, eu tenha paura de incêndios, por ter pavor de sair irremediavelmente carbonizado (Credo, Deus me livre e guarde!!!), as labaredas tem muito mais haver comigo do que eu posso imaginar - apesar da minha tranquilidade e da minha vida estar um pouco insossa no momento (é fase, vai mudar), eu sou sedento de vida e de movimento. Mas, estar no marasmo é também aprender a lidar com ele. Não é uma aprendizagem muito saborosa, mas, necessária.
Quanto aos meus sentimentos, putz, para piorar a presença de alguns sintomas de paixonite, eu não me percebo assim. Sinceramente, mais do que estar apaixonado, eu acho que estou apenas passando por um estágio de carência (por não estar beijando aos sábados e não estar me envolvendo com ninguém no mundo real) e de encantamento.
Sabe quando você conhece uma persona bacana e além dos atributos estéticos (entre 10 características que te atraem tem quase as 10), ela também apresenta um conteúdo interno encantador ( bons sentimentos, cultura, valores, pensamentos, afinidades, ...)?!!! E se isso ainda não fosse suficiente, ela também apresenta todos os clichês que sempre me atraem, mas, na prática, sempre me causam muito mal?!!! Bingo, é isso. É o tipo de persona sedutora (de todas as formas de que se pode ser) que me salta os olhos e, para piorar tudo, não existe a possibilidade de encontrar alguém assim por aqui. Pelo menos, é o que eu consigo perceber num primeiro momento, mas, posso está equivocado por estar atribuindo e projetando alguns referênciais que eu gostaria que houvesse - Sim, é uma possibilidade também, até provável.
Mas, de toda forma, eu estou bem consciente da nossa realidade e por saber que jamais poderemos ter o que eu gostaria de ter (desejo), isso me impede de ir mais fundo e perder as rédias dos meus sentimentos. Não se trata de ter medo, não é isso, apenas não existem fundamentos tangíveis para criar expectativas e, muito menos, construir um romance. Trata-se de um desejo impossível. E eu já passei da idade de ter paixões platônicas.
... "Inalcanzable como estrella, tan distante
Un amor casi imposible
Invisible como el aire
Eres tan inalcanzable, tan sublime como un ángel
Un amor casi imposible
Como fuego que no arde
Te me as vuelto inalcanzable,
INALCANZABLE... "
Eu estou sendo freiando forçadamente pela minha razão, pois, não adiantaria nada eu me apaixonar por nada. O que eu poderia esperar de uma relação pautada na distância, na ausência e na unilateralidade?!!! Nada. Até porquê, como vocês sabem, eu preciso de contato físico e sentir que sou correspondido, caso contrário, o que eu sinto facilmente morrerá ou é substituído.
Sei também que assim como veio, de forma surpreendente e inesperada, também se vai. Meus encantamentos são assim: Desencantam rapidamente. E a minha empolgação já foi bem maior. O fogo está morrendo... Mas, ainda não me é uma presença indiferente, pois ainda penso, desejo e sinto falta.
No entanto, meus amigos, não se preocupem, eu não estou apaixonado (se for uma paixão, eu nego até sufocá-la e matá-la dentro de mim). Sinto apenas que é um encantamento e, por isso, eu não quero mais postar sobre isso, para que as próximas postagens não se tornem mais repetitivas como já estão e também para que os desfechos delas não sejam sempre os mesmos. Todavia, eu preciso definir o que eu sinto, o que eu estou vivendo. Enfim, essa repetição é parte de mim.
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