Infelizmente, não dá. Eu não sei fingir que nada está acontecendo comigo, com o meu universo íntimo... Estou oscilante demais para o meu gosto, para o meu controle: Uma hora, aparentemente, parece que tudo está indo bem, como se houvesse a possibilidade concreta de tocar as estrelas com as palmas das mãos e trazer a que eu quero pra mim; noutra, instala-se o caos - Bem, é a dura e necessária realidade que cai fortemente no meu colo, mostrando que nem as pontas dos meus dedos conseguirão tocá-la. Devaneios são fadados aos caos, não tem mistério, é assim. Caos por definição é trágico, explosivo, onde após o Big Bang poderá surgir o recomeço.
Essa minha mania de contemplar as estrelas, só me frustra e me magoa, deixando-me diante delas, há muitos kilometros de distância. Coloca distância nisso, tanto a distância de deslocamento como a de interação.
Tem horas que, uma das, aparentemente bem especial, brilha pra mim, como se estivesse me chamando. Mas, credulamente, eu tento alcançá-la com o coração. Mas, quando eu faço a leitura de realidade, eu não sinto e nem encontro respaldo para o meu desejo e tudo me soa como uma mera ficção criada por mim, talvez para dar sentido a minha contemplação e me resgatar da solidão e carência em que me encontro.
É mera ficção mesmo, pois ela nunca passará do que realmente é, uma estrela... distante. Nem sei afirmar, se é tão especial assim. Parto da adoração e êxtase para a rejeição e irritação em frações de segundos, tal e qual a velocidade da luz.
O fato é que eu não sou capaz de contemplá-la à distância, apenas como um mero telespectador, sendo completamente indiferente e insensível à ela e ao que eu estou sentindo. Minha mente se debate, porque racionaliza a impossibilidade, e dentro de mim, cristaliza o desejo de tocá-la, de tê-la pra mim, desde que, se somente se, ela realmente me quisesse.
Não dá para insistir, exigir e contracenar sozinho. Encenação de monólogos não me estimulam.
Porquê dentre tantas, eu não consigo me interessar pelas cadentes?!!! De alguma forma, elas tocam ao solo e, com sorte e empenho e desempenho, ela poderia chegar até mim. Mas, tudo isso não passa de devaneios de um podre mortal, não-astronauta e nem um pouco intergalático. Não sei andar nas nuvens e nem sob a Terra.
É preciso mudar o foco do meu telescópio, mudá-lo para outra direção, outro lugar... Quem sabe, não mais contemplando uma estrela distante, mas, quem sabe, uma nova paisagem em que eu pudesse interagir livremente. Do jeito que está, não pode ficar e, com certeza, essa estrela precisa se apagar, não digo do céu, mas, de dentro de mim.
Um comentário:
Noossa, entendo perfeitamente o q está dizendo .
É preciso que a gente mude o foco mesmo =(
Postar um comentário