quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Os "Hunters" e as suas "Presas Sexuais"

 




Depois de alguns dias de inquietação e refletindo sobre esse assunto, após ter assistido um documentário sobre "Predadores Sexuais¹" num canal fechado específico da TV à cabo, ficou martelando na minha cabeça à seguinte constatação apresentada: Subitamente abordadas em vias públicas, aquelas "presas" que se renderam às "propo$ta$ indecente$" dos seus "hunters", num primeiro momento, negando-se aos impactantes, chocantes, surpreendentes, inapropriados e estranhos "convites" e, depois de alguns minutos, sendo convencidas à aceitá-los e também participarem consensualmente das filmagens e dos jogos sexuais propostos, a narrativa do documentário propõe que, na maioria dos casos, se comparado às presas europeias, as latinas foram mais acessíveis à esse tipo de experimento porno-erótico.

Então, porquê o povo latino seria uma "presa" mais fácil de ser "caçada" e "abatida" do que o europeu?!!! Não haveria um viés xenofóbico e preconceituoso nesse dado?!!! Dependendo de quem analisa, se fosse por um europeu ou norte-americano por exemplo, com certeza, esse discurso simplista e depreciativo de que somos "bitches", baseando-se no clichê que foi atribuído ao comportamento permissivo e libre dos latinos e o seu modo cultural de ser e de viver (mais receptivos, mais calorosos, mais liberados, mais sexualizados, mais "facinhos"), seria prontamente levado em consideração, sem nenhuma análise mais profunda e crítica. 

Todavia, acima desse clichê que tenta nos menosprezar e ferir a nossa reputação e apesar da existência de alguns tabus sexuais e dos enfrentamentos conflituosos com a ideologia tradicional machista, heteronormativa e religiosa, a nossa liberdade sexual é caracterizada por termos uma mentalidade sexual mais aberta sobre alguns aspectos, um comportamento sexual mais livre e intenso, somos um povo mais receptivo, sociável e caloroso, nos relacionamos melhor com os nossos corpos e a nossa nudez. Não dá para negar à nossa sensualidade. Enfim, se somos um povo menos frio, sisudo, retraído e fechado do que o povo europeu é, nós não somos apenas isso e nem tão pouco esse argumento é suficiente para nos rotular como "presas mais fáceis"

O que define e determina uma "presa sexual" em potencial?!!! Essa resposta pode ser encontrada no meio social cujo o qual as suas vítimas estão inseridas e as necessidades financeiras e carências materiais que elas possuem. Enquanto houver demanda social, expressa em crise econômica e desigualdade social, sempre haverá Hunters dispostos à pagar por "favores sexuais" e pela realização das suas fantasias, fetiches e taras, aproveitando-se da vulnerabilidade das suas presas. Esse fenômeno social não se limita apenas à um clichê simplista, preconceituoso e depreciativo. 

Sem dúvida nenhuma, o contexto social desfavorável da América Latina também nos coloca numa posição de vulnerabilidade, colocando nós, latinos, no olho do furação. Estamos sim, na mira desses predadores sexuais oportunistas e suas garras afiadas, sendo o prato principal à ser devorados por seus vorazes apetites.     

Como eu (latino) analiso esse fenômeno social?!!! 

(Vejamos no seguinte post)



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1. Os "Hunters", também denominados como "caçadores" ou "predadores sexuais", geralmente são identificados como homens caucasianos, sexualmente ativos e dominadores, carismáticos e de boa aparência, bem abastados (com uma vida financeira bem sólida e satisfatória) e não identificados (porquê em seus vídeos sexuais compartilhados nos sites adultos, eles não revelam a sua face e nem seus dados pessoais, diferentemente o que não acontecem com as suas "presas", deixando-as completamente expostas à todo momento) que oferecem quantias financeiras às suas "presas", aleatoriamente à estranhos, transeuntes que estão de passagem em diferentes locais públicos, em diferentes cidades, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, em troca de favores sexuais e também da realização das suas fantasias. Vale ressaltar que as suas "presas" tem o livre arbítrio para escolher se aceitam ou não os seus "convites" e participar dos seus jogos sexuais, de forma consensual - logo, não se configura crime e/ou abuso sexual.     

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