Na luta pela sobrevivência, seja na Europa ou nas Américas (Norte e Sul), os mais desprovidos e necessitados, aqueles que não tem acesso às várias e diferentes possibilidades de encontrar um trabalho digno, fixo e remunerado, alcançar um patamar de ascensão social e poder aquisitivo num contexto de crise global em diferentes setores e também não tem facilidades de investimento e capital para abrir os seus próprios negócios e empreendimentos, estão facilmente à mercê e mais expostos aos "bicos", às condições de subemprego e desemprego, ao perverso, instável e fluido movimento do mercado financeiro e às exigências, incertezas e exclusões do mercado de trabalho. Na ausência de oportunidades, a opção das pessoas é "se virar nos 30" (seja como for), abraçando às raras possibilidades e propostas que surjam em seus caminhos, mesmo que elas sejam postas à prova no que diz respeito às questões éticas e morais, dignidade humana, convicções pessoais e suas crenças, caráter e honestidade. Não é fácil manter-se íntegro e inabalável quando a ordem do dia para você e os seus é sobreviver.
É claro que não podemos generalizar e há quem se mantenha íntegro mesmo diante das necessidades e das adversidades da vida e não alimente o estigma de "presa mais fácil", mas, no exercício e na guerra da sobrevivência, independente da nacionalidade, sempre haverá quem se perca no meio do caminho, seja se corrompendo à perversidade e violência do sistema e dos seus três poderes capitais (poder, sexo e dinheiro) ou sendo engolido por suas urgências financeiras e carências materiais.
Diante desse degradante, excludente e desigual contexto social, os países mais pobres economicamente e em desenvolvimento encontram-se em desvantagem. É um fato inquestionável e influencia diretamente o modo de viver e de decisão das pessoas. Em nosso caso, nós latinos, somos presas em potencial, porquê a nossa dignidade e nossos direitos civis são constantemente atacados e aviltados. Não é uma desculpa, é uma realidade, o nosso contexto social nos impele à flertar com a marginalidade e a vida degradante como uma das maneiras de sobreviver ao mundo cão e nossos karmas, infortúnios e adversidades diárias.
Se por um lado, há quem opte pelos métodos mais fáceis e questionáveis de sobrevivência por ausência de oportunidades reais e até mesmo por um preguiçoso comodismo e desespero, vergando-se para "propostas indecentes" e atos degradantes, sucumbindo aos seus instintos "mais baixos" (desejos proibidos e ocultos, libido sexual e prazer material) e caindo em tentação, muitas vezes hipotecando os seus valores, degradando a sua dignidade humana e se desvalorizando quanto pessoa, por outro, por pior que seja à guerra enfrentada, há quem não fuja à luta, fazendo do seu trabalho (registrado ou não, digno ou não, bem remunerado ou não) a sua espada da justiça, da sua fé o seu escudo e da sua força interior o seu combustível e passaporte para seguir à diante sob quais circunstâncias forem, sem precisar se vender ao sistema e prostituir-se em corpo e alma. No final do dia, ambos os lados apenas desejam sobreviver.
O que eu quero dizer é que, se aparentemente, os latinos são rotulados com "presas mais fáceis" para a caçada sexual dos "hunters", para mim, na minha humilde opinião, as "presas mais fáceis" são aquelas que, independente da sua nacionalidade, de qual continente pertençam, são vítimas das suas próprias necessidades e carências e para sobreporem-se à elas e em nome da sobrevivência diária e da ausência de oportunidades, elas fazem valer as suas escolhas particulares, estejam elas certas ou não, aceitáveis ou não, visando sobreviver à uma dura realidade social que lhes limitam e degradam, ou, simplesmente, para dar vazão aos seus instintos sexuais, cedendo à meros e fugazes momentos de tentação, prazer e calentura.
Tanto quanto os latinos (como brasileiros também estamos inclusos nesse pacote), os europeus, os asiáticos, os africanos, os árabes ou quaisquer outros povos e nacionalidades no mundo que se encontrem em situações de vulnerabilidade e em circunstâncias sociais extremas e desesperadoras podem assumir o status de "presa", aceitando as suas propinas, os seus cachês, os seus bônus financeiros, os seus estímulos capitais, "presentinhos", "mimos", em troca de favores sexuais, afinal, no final, mesmo sendo paga, uma "mão amiga" ajuda a outra mutuamente.
Agora, se na vida, você faz dessa prática um hábito, tornando-se uma "presa" full time como meio para resolver as suas questões financeiras e carências materiais, é preciso adverti-lo: Você está se prostituindo, não interessando se é o mesmo hunter ou diferentes deles. Sem julgamento de valor, a escolha final é sempre sua e há consequências à serem respondidas por isso.
E, se você topa essa situação numa boa, sem maiores problemas, eu deixo a seguinte pergunta: Qual é o seu preço?!!!
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