A adicção à Internet é um fenômeno social real, factual e crescente. Todavia também existe tratamento de desintoxicação e psicoterapia para superar esse vício, baseado na dependência virtual. Nesse processo de adicção, aos poucos e gradual, o "viciado" vai abrindo mão da sua vida social, sendo absorvido completamente pela virtualidade, tornando-se um "nickname", um "profile", um "avatar", um personagem virtual, quase uma lenda urbana por estar cada vez mais afastado do mundo real e da sua vida social.
E, em se tratando de aspectos práticos, hoje em dia, a maioria das coisas e atividades (pesquisa de informações e conhecimento, compra de produtos e contratação de serviços, interação virtual, entretenimento, arte e cultura, etc...) estão disponíveis e podem ser resolvidas com maior facilidade e comodidade via Internet através de um simples clique, o que facilita e justifica para que cada um de nós passemos mais tempos online, conectados e ativos nas redes sociais, distanciando-nos cada vez mais do calor humano, do toque físico e do convívio social e familiar.
Uma vez identificado a adicção, por não quererem admitir parte da sua responsabilidade nesse quadro de saúde mental, a família fecha os seus olhos ou tentar negar o vício dos seus parentes e aderentes para não se sentirem culpados, seja porquê delegaram a educação dos seus filhos à Escola e/ou à outrem para trabalhar e prover à família, ou por descuido e irresponsabilidade, ou ausência de responsabilidade afetiva e empatia, ou por mera ignorância sobre o assunto e para detectar os sintomas de adicção e isolamento social e familiar.
Num primeiro momento é natural que os pais neguem as compulsões e os vícios dos seus filhos, fugindo da realidade para não admitir que fracassou junto aos cuidados e atenção dos seus filhos e evitar uma autocrítica parental. Todavia, a negação e a "cegueira" não duram muito tempo quando o quadro clínico de um viciado virtual grita e lhe salta aos seus olhos. Embora, o processo de construção do vício seja construído lentamente e dentro de casa, quase que imperceptível, quando os sintomas aparecem, eles são contundentes.
Os sintomas de adicção virtual geram alterações de consciência, comportamento e inter-relação, comprometendo a saúde mental e a vida social dos adictos. O principais sintomas são:
- Isolamento social e familiar, onde a vida social e as reuniões presenciais junto aos amigos, aos colegas de trabalho e às familiares passam à estar em segundo plano;
- Apatia social, onde há um notório desinteresse da sua parte por tudo aquilo que está alheio ao Universo Online;
- Compulsão por jogos virtuais, redes sociais e sites eróticos/pornográficos e adultos;
- O aumento de mais tempo conectado à Internet e as redes sociais, descuidando-se da sua saúde, higiene pessoal e aparência física, afetando os seus hábitos diurnos e noturnos, surgimento de distúrbios de sono e alimentares;
- Quando há a impossibilidade de acessar à Internet, automaticamente os estados de ânimos e comportamento são alterados, surgindo episódios de impaciência, inquietação, irritação, agressividade, tédio, depressão, ansiedade, estresse, desorientação e falta de foco, deflagrando assim um quadro de abstinência virtual.
Nesses termos, não podemos tratar com desdenho e nem displicência essa temática tão relevante que afeta à saúde mental da população, pois muitas famílias tem sido afetadas com os efeitos da adicção virtual e da abstinência virtual.
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