terça-feira, 6 de agosto de 2019

Quem foi que definiu (pelo meu/seu/nosso coração)?!!!







Quem foi que definiu que para amar é preciso seguir algum manual de relacionamento repleto de regras frias e engessadas e coordenadas matemáticas?!!! Quem foi que disse isso e aonde está oficialmente escrito que deveria ser assim?!!! Quem se propõe a essa falácia coercitiva e manipuladora, mais pensa (se é que pensa) do que sente, logo já estará fadado à frustração. Relacionamentos sem espontaneidade e sentimentos autênticos soa como fakes e artificiais, não dá - pelo menos, não para mim. Eu ainda não virei um robot ou sou regido por algum dispositivo de inteligência artificial, pelo menos que eu ainda não saiba disso. Ainda sigo sob o controle das minhas escolhas e sendo sincero com os meus sentimentos e emoções, concordando ou não com as suas irreverências e desobediências. Como domar cavalos selvagens?!!!  

Assim, para quem busca incansavelmente vivenciar o amor, com tudo o que isso implica, ora uma explosão em êxtase, ora em caos, também deve estar disposto à fazer renuncias, barganhas e concessões e desconstruir padrões e, em conjunto com isso, se adequar a dinâmica social, o ritmo do mundo lá fora (fora da sua bolha), embora alguns mais tradicionais queiram negar à ação do tempo, a (r)evolução social e das suas relações e também esquecem que a vida tem a sua dinâmica própria e a história da humanidade tem o seu curso e suas conquistas e evoluções. Para se relacionar, não se trata de controle e rigidez e represar a vida, mas deixá-la fluir... O que foi um dia e foi pertinente para uma época que não existe mais, nos dias atuais, ficou obsoleto e não dá mais conta da realidade. É mais fácil você mudar o mundo ou se adequar à sua dinâmica?!!! Duplamente, conflituosos - duas forças titânicas e contrastantes.  

Quem foi que definiu que é errado e inaceitável um homem negro se apaixonar por uma mulher branca ou uma mulher negra se apaixonar por um homem branco?!!! Na ausência de preconceito racial da sua parte, hoje em dia vivenciar um relacionamento interracial tem sua beleza, seu valor e seu grito de contestação e liberdade dentro de uma sociedade racista como a nossa. Todavia, não se trata de afrontar quem ainda se escandaliza com isso, em pleno Século XXI, ou militar em causas étnicas e raciais ou meramente chamar atenção para a tonalidade da pele, mas, é apenas uma questão de amor. Quem diz que não, é possível viver um relacionamento interracial sim e também conseguir ser feliz assim. 

Quem foi que definiu que pessoas do mesmo sexo ou que se diferenciam do padrão hétero normativo não podem se apaixonar?!!! Apesar da sexualidade humana ser diversa e plural e não poder ser apenas compreendida e explicada a partir de um discurso simplório, excludente, restritivo e religioso, como alguns gostam de defini-la, a sua complexidade ainda gera uma série de dúvidas e confusões à esclarecer, entre tantas siglas, cores, termos, diferenças conceituais entre sexo biológico e identidade de gênero, quebras de tabus, desconstrução teóricas e práticas, ainda há muito para ser pensado e discutido sobre essa temática. Todavia, se há respeito, tolerância e open mind (mente aberta), a natureza homoafetiva possa ser percebida como mais uma possibilidade de exercer a afetividade humana e suas relações amorosas. Romper tabus e quebrar e desconstruir padrões arcaicos é uma forma de transgressão e ousadia.

Quem foi que definiu que em relacionamentos onde há diferença de idade entre os casais, não possa haver um sentimento legítimo e desinteressado?!!! Porquê quando os jovens se apaixonam por homens e mulheres mais maduros do que eles, eles são logo estigmatizados como interesseiros e oportunistas?!!! Ou quando os mais maduros se apaixonam pelos mais jovens, também são estigmatizados por estarem em crise de idade ou são ridicularizados?!!! A sociedade produz esses preconceitos e a gente acaba introjetando no nosso imaginário essas maldades, nos fechando para essas possibilidades e esquecendo que emocionalmente pode haver uma conexão sincera quando há essas distâncias de idades e gerações. Se é um sentimento sincero e desinteressado, porquê não?!!! 

Porém, para ingressar e encarar relacionamentos com esse tipo de diferença (etária e maturidade emocional), requer que as partes envolvidas estejam livres das inseguranças (deve ter uma alto auto-estima e estar muito seguro de si - mente, corpo e desempenho sexual) para estar preparado emocionalmente diante das cobranças sociais e quando os problemas próprios dessa relação chegarem, reflexos da imaturidade juvenil e dos conflitos entre gerações. Para isso, lidar com os conflitos, é preciso lidar com leveza, bom humor e com muito jogo de cintura. Quem tiver estrutura emocional para enfrentar esse primeiro desconforto etário, saberá lidar com a suposta imaturidade dos mais jovens (nem todos são tão imaturos como se supõe) e a suposta experiência e maturidade afetiva dos mais velhos (nem todos são tão maduros emocionalmente e bem resolvidos como também se supõe e gostam de presumir).

Quem foi que definiu que na dinâmica e no cotidiano de um casal não possa haver inversões de papeis?!!! Por exemplo, diante do contexto sociocultural e econômico em que nós vivemos, marcado pela desigualdade financeira e escassez de oportunidades, porquê os pais não podem ser responsáveis cuidando da educação dos seus filhos e realizando as atividades domésticas quando se encontram desempregados ou fora do mercado de trabalho?!!! Ou, quando as mulheres são independentes economicamente e ganham melhores salários do que os homens, porquê elas não podem ser provedoras de suas casas e proporcionar benesses e surpresas aos seus companheiros, seja comprando um presente ou pagando a conta de um cinema ou jantar ou uma viagem romântica?!!! O fato é que a disparidade das rendas entre homens e mulheres afetam diretamente a harmonia e a relação financeira do casal. 




Enfim, seja em qual situação você estiver, em qual dinâmica de relacionamento você se encontrar, é essencial que você limpe a sua mente de todo e quaisquer preconceitos para viver essa relação sem plenitude, caso contrário esses fantasmas sempre irão te limitar emocionalmente e serão empecilhos para sua felicidade. Também é preciso que você seja uma pessoa bem resolvida consigo mesma, tenha uma personalidade bem formada, autonomia e liberdade para bancar as suas escolhas e estar ciente de que romper padrões e regras sociais preestabelecidas, afrontando-as, automaticamente torna você em alvo de críticas, rechaços e julgamentos alheios. Você está preparado para ser avaliado da cabeça aos pés como você fosse um ET ou tivesse uma doença contagiosa ou fosse um estranho no ninho?!!! 

O fato é que a felicidade não cai do céu e é uma construção constante e diária, sobretudo se for à dois. Você está disposto à lutar por ela, por ele, por sua relação, por sua felicidade?!!! No final das contas, quem definiu essas regras e padrões de conduta, quase elaborando um manuel ético e moral à ser seguido, não importa, porquê, no final do dia, a escolha final é somente sua. Só você tem o poder de decisão e será responsável por quem você quer ser e qual o objetivo que você quer alcançar. Está em suas mãos e de mais ninguém.                       
    

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