quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Numa separação, a responsabilidade é de ambos





Quando um casal entra em processo de separação, ainda mais se for dentro de um cenário familiar conflituoso e exposto socialmente, quem mais sofrem são os filhos. Quanto mais conflituoso for a relação dos pais, mais marcas negativas serão deixadas e influenciarão o universo emocional dessas crianças, independente da idade. Os danos emocionais causados, subjetivamente transformados em padrões e maus exemplos, comumente, irão se repetir nos seus relacionamentos futuros quando se tornarem adultos. Quaisquer embates protagonizados pelos pais, não passará impune, assim, algumas perdas afetivas são inevitáveis, porém, esses impactos podem e devem ser amenizados em prol da inteligência emocional de todos. 

Seria pedir muito ponderação, aceitação, conciliação e inteligente das partes envolvidas?!!! Num ambiente conflituoso?!!! Esquece. Quando um casal está em pé-de-guerra, subtende-se que esse processo de transição não está acontecendo de uma forma harmoniosa, muito pelo contrário, os conflitos, as frustrações e as mágoas gritam e a ferida está aberta. Nesses termos, o casal pode perder o controle emocional da situação com extrema facilidade e, nesse estado, não é capaz de proteger e resguardar os próprios filhos de presenciar e se envolver em situações de auto-exposição da imagem familiar, vulnerabilidade emocional e conflitos (discussões e discordâncias, bate-boca acalorado que pode resultar em agressões verbais e até agressões físicas).   

Ao meio ao caos, quando se trata da figura paterna, educado aos moldes machistas, a separação pode significar um respiro de liberdade para o homem, mesmo sabendo que precisa cumprir com os seus deveres como pai - sobretudo como provedor e responsável financeiro dos filhos (quando ainda são menores de idade). Em se tratando de educação e acolhimento familiar, geralmente ou quase sempre, quem segura as pontas dessa responsabilidade é a mãe. Modelo Tradicional Familiar (Quem apoia, está de mimimi porquê?!!!). Todavia, a ausência paterna em casa junto aos filhos e uma participação ativa na educação deles são reclames constantes por parte das mulheres e ex-esposas, mas, o que você mulher está fazendo concretamente para romper esse modelo machista familiar?!!! Como você está participando concretamente para construir esse novo modelo de homem e de pai (mais participativo e acolhedor) que tanto é exigido pós-separação?!!! 

Já a figura materna, por ficar integralmente com a responsabilidade de educar e de criar os seus filhos, muitas vezes sozinha e arimo de família, a sua vida fica sobrecarregada, acumulando funções dentro e fora de casa, logo recomeçar a sua vida logo após a separação, é muito mais complicado. Toda mulher acaba se dividindo em dois papeis: Um sagrado, atuando como "mãe"; e outro completamente estigmatizado, como o de "ex-mulher".   

Como mãe, o exercício da maternidade junto aos filhos é um direito alienável e contra isso não se pode ignorar: Mãe é mãe, independente se ela cumpra essa função com louvor. Já como ex-esposa, dependendo do seu destempero e ausência de inteligência emocional para lidar com o fracasso do seu casamento, ela pode se tornar o clássico clichê da ex megera frustrada e recalcada, sobretudo se ela estiver se sentindo traída, desvalorizada como mulher, magoada e abandonada e com tudo o que ser uma mãe divorciada/separada implica.

Quem nunca lidou com um(a) ex-companheiro(a) problemático?!!! Se for uma ex nos moldes clássicos, é um caso de B.O. Ela inferniza a sua vida à todo instante, entromete-se no seu novo relacionamento, faz cenas de ciúmes e cobranças desnecessárias, dificulta e cria obstáculos para que o pai possa conviver com os filhos. Diante dessa situação hostil e caótica, essa mãe pode chegar ao extremo de cometar alienação parental, vitimizando-se aos olhos dos filhos e da sociedade e manipulando emocionalmente os filhos, seja para que eles tomem partido do lado dela e/ou colocando-os contra o pai. Muitas ex-esposas usam os seus filhos para transformar a vida dos seus parceiros um caos ou trazê-los de volta para dentro de casa - uma vez conseguido, necessariamente, isso não implica e nem garante que terá o amor deles de volta. 

Porém, também existem ex-maridos extremamente problemáticos, principalmente quando não aceitam o fim do casamento e quando elas dão um basta nessas relações abusivas e fracassadas (na perspectiva da perda do elo familiar e do esgotamento do amor, carinho e respeito entre o casal). Além da responsabilidade financeira desses homens, ainda existe a questão machista do sentimento de posse, onde eles se acham donos e proprietários de suas "coisas", suas (ex)mulheres. 

Diante de um relacionamento tóxico e abusivo, ainda mais permeado por um rompimento traumático, tudo pode acontecer entre o ex-casal, inclusive crimes passionais e longas e dolorosas disputas judiciais por partilha de bens e guarda dos filhos. Quando há conflitos dessa natureza, os filhos sempre saem perdendo e ficando em desvantagem emocional, porquê acabam se tornando objeto de disputa e de ataque para um cônjuge atingir o outro, ficando no meio dessa guerra e desse jogo de poder travado entre pais versus mães. Quem não conhece algum casal nessa situação?!!! 





Como formar crianças emocionalmente bem equilibradas, autoconfiantes, que cresçam com a consciência de responsabilidade emocional e saiba estar e construir um relacionamento saudável?!!! Ao meio de um cenário caótico emocional, é muito difícil, porquê eles irão reproduzir os exemplos que presenciaram nesse período de conflito, seja na infância ou na adolescência. Crianças problemáticas serão adultos problemáticos também. Portanto, senhores pais, tenham cuidado com os exemplos dados aos seus filhos, sobretudo em situações de conflito. 

Logo, numa separação, a responsabilidade é do casal sobretudo nos danos causados em seus filhos. Embora seja difícil, chegar num entendimento civilizado e menos egoísta ainda é a melhor solução para uma ruptura familiar, poupando as partes envolvidas, os filhos e quem estiver ao redor - parente ou não.   

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