quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

No segundo dia do Novo Governo, os 1ºs impactos das MPs





Bom dia, Brasil!!! Bom dia, mundo!!! Em apenas dois de gestão, o novo governo já demonstrou à que veio, tomando Medidas Provisórias (MPs) polêmicas e discutíveis. Nem posso dizer que me surpreendeu, porquê, baseando-me em seus discursos e falas, já era previsível. 




ÂMBITO POLÍTICO


Se no âmbito político, é preciso enxugar a máquina do governo, diminuindo Ministérios e cortando Secretarias, principalmente as descartáveis e as que serviam de "cabides de emprego", visando desburocratizar as engrenagens políticas e institucionais, combater à corrupção e fiscalizar os órgãos, políticos e servidores já corrompidos e iniciar a saga dos cortes financeiros, se essa for a intenção, concordo com louvor. Mas, extinguir os Ministérios do Trabalho e da Cultura é uma machadada contra a gestão anterior, onde, "despetizar" é a palavra de ordem, e um afronte direto aos intelectuais e as mídias desse país - que não veem o Bolsonismo com bons olhos e com muitas críticas e restrições. 

Ambos os Ministérios tem a sua importância política no Brasil, porquê o Ministério do Trabalho defende o direito de todos ao Trabalho, combatendo ao subemprego, desemprego e trabalho escravo e defendendo importantes conquistas trabalhistas para o povo. Já o da Cultura, tem o compromisso de preservar a nossa história nacional e a nossa cultura popular. Diante disso, os meios de comunicação e mídias sociais tem como desafio e meta o compromisso ético e moral de noticiar os fatos com a VERDADE, LISURA e ISENÇÃO, ainda mais em tempos de fake news e manipulação ideológica e da informação. 


- "Okay, okay, okay, nesse quesito imparcialidade é difícil de ser mantida quando grandes impérios das comunicações em geral disputam entre si a liderança de audiência e o consumo dos seus produtos, colocando os seus próprios interesses empresariais por intermédio. Por exemplo, a poderosa Rede Globo já colocou os seus interesses pessoais na frente da veracidade da notícia em outras ocasiões assim como as suas concorrentes (SBT, Rede Record, Bandeirantes e Rede TV), por isso sempre pagarão por seus erros do passado (alguns nem tão passado assim) através dos ataques em suas credibilidades e apoios políticos".         


Voltando à extinção dos Ministérios do Trabalho e da Cultura, dizimá-los não atenta apenas ao legado deixado pelo PT, mas, atinge diretamente aos nossos interesses como trabalhadores assalariados e informais e desempregados. Oops, me esqueci que nessa nova gestão, os direitos e os interesses dos empresários e da elite minoritária no Brasil estão em alta. Desculpem-me esse lapso de memória.     




ÂMBITO ECONÔMICO     


Se no âmbito econômico, o principal compromisso for fazer um corte no orçamento público brasileiro para evitar gastos desnecessários e desvios de divisas, investir em projetos financeiros para gerar emprego e renda e colocar a roda financeira para girar e desonerar economicamente o país e os brasileiros, visando o crescimento econômico, eu acho muito digno e reformas nessa área se fazem necessárias. 

Se vamos retomar o caminho das privatizações, por favor, que não privatizem as instituições e patrimônios públicos fundamentais para o Brasil como a PETROBRÁS (responsável pela exploração do nosso combustível petrolífero e do que ainda se mantém ativo e interessante ao projeto do Pré-Sal), a EMBRAER (prezando pela qualidade da nossa indústria da aviação brasileira), as nossas UNIVERSIDADES PÚBLICAS (o templo do saber, sendo o palco dos debates e das discussões democráticas e do incentivo à pesquisa acadêmica científica e a produção teórica com fins práticos) dentre outras.  

Agora, cortar R$8,00 do salário mínimo dos trabalhadores brasileiros, que já tem o seu orçamento doméstico sacrificado, era mesmo necessário?!!! Porquê, não cortam dos autos salários dos parlamentares?!!! Aaaah, me desculpem mais uma vez, eu me esqueci de que essa prática de sacrificar a renda da maioria da população pobre brasileira, que vivem na extrema podreza e na miséria, e "pôr a mão no bolso" do trabalhador é uma prática corriqueira no Brasil. Eu já assisti esse filme e, sinceramente, não vale a pena ver de novo. 

No que tange diminuir impostos e tributos fiscais, controlar a inflação e o aumento do dólar (U$), valorizando o real (R$), fomentar o empreendedorismo no Brasil, atrair investimento local e internacional para gerar emprego e renda, são medidas que também se tornam necessárias, ainda mais estabelecendo novas parcerias comerciais, sem descumprir as parcerias comerciais já firmadas, pela necessidade de mantermos atuantes e atualizados na concorrência do mercado global. Se esse for o espírito no novo Ministro da Economia Paulo Guedes, é louvável.




ÂMBITO SOCIAL      


Das medidas provisórias anunciadas para essa área, até agora são as mais problemáticas e polêmicas, porquê interferem diretamente à cidadania e direitos humanos das minorias brasileiras, deixando-as vulneráveis aos movimentos hostis de descaso, intolerância e preconceito que sobrecaem afligindo e ameaçando os direitos civis e a integridade física, psicológica e moral à esses grupos. 

Ontem, após o pronunciamento oficial dos Novos Ministros já empossados e que assumiram as suas funções, os primeiros grupos impactados foram:


Comunidade dos Surdos & Mudos


O SECADI (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão) criado com o intuito de atender as necessidades e criar políticas públicas de inclusão desse público foi extinto. E agora Primeira Dama Michelle Bolsonaro?!!! Tudo indica que essa comunidade será abraçada pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos sob a responsabilidade da Ministra Damaris Alves

Há muito tempo no Brasil, os direitos dos surdos e mudos e dos demais portadores de diferentes deficiências são adiados, seja por preconceito ou desinteresse político em incluí-los socialmente, criando vias de acesso urbano, projetos socioeducativos e laborais.      



Comunidade Indígena & Quilombolas


Os assuntos referentes às demarcações das reservas indígenas e dos quilombolas será responsabilidade do Ministério da Agricultura. What?!!! Como assim?!!! Uma pauta dessa natureza de preservação ambiental e cultural das populações indígenas e quilombolas vão contra aos interesses empresariais e capitais da Agroeconomia. Teremos muitos conflitos e derramamento de sangue por causa dos lotes de terras, desmatamento das florestas e tráfico e risco de extinção das espécies exóticas das fauna e flora brasileira no Norte e no Centro-Oeste do país, privilegiando os interesses econômicos dos pecuaristas, madeireiros e traficantes de animais.  

Alem da preservação da etnia indígena e negra-quilombola, os índios e os quilombolas ajudam na preservação ambiental das suas reservas, impedindo o desequilíbrio ecológico e o impacto ambiental. À medida que o território dessas comunidades forem "invadidos" e "despojados", o meio ambiente sofrerá as consequências diretas, pois, o agronegócio precisa de largas extensões de terra para expandir seus cultivos e produções. Avançar em área de preservação ambiental é fato. 

Se o discurso utilizado do Sr Presidente é tomar posse das terras "desperdiçadas produtivamente" pelos índios e quilombolas e uma tentativa para incluí-los socialmente, ele esquece ou não se importa com o valor cultural inestimável que povos mais antigos da etnia e matriz cultural brasileira precisam manter os seus costumes e suas crenças (IDENTIDADE ÉTNICA) preservadas para manterem-se existindo apesar da força implacável do tempo, da falta de memória do povo brasileiro e do processo de aculturação que esses povos são submetidos quando incluídos socialmente à diferentes culturas.          

Se a intenção é de incluí-los como cidadãos brasileiros, que legitimamente são, devem e merecem ser reconhecidos como tal e sobretudo respeitados. E o Brasil não pode estar alheio aos esforços do mundo em combater os impactos ambientais e preservar as suas riquezas naturais, porquê somos parte fundamental nessa valorosa causa.



Comunidade LGBTQ+ 


A pasta que defendia os interesses da comunidade LGBTQ+ que eram cuidadas pela Secretaria de Direitos Humanos foi transferida para a Secretaria da Família, aos cuidados especiais da Ministra e "terrivelmente cristã" Damaris Alves.  Agora, eu me pergunto:

- "Será que uma ministra evangélica, conservadora e supostamente deve ser contra à assuntos polêmicos como Casamento Gay e Adoção Gay terá a sensibilidade e a abertura necessária para abraçar a Comunidade LGBTQ+ e defender as suas reivindicações políticas e cidadãs como minoria hostilizada, indo contra as suas convicções religiosas?!!!"


Ora Senhoras e Senhores, não sejamos hipócritas e muito menos inocentes, que essa foi uma tentativa concreta para conter a discussão e representação em prol da diversidade e não fiquem perplexos se a homossexualidade no Brasil for oficialmente anunciada como doença e inúmeras tentativas para converter homossexuais, bissexuais e transexuais em héteros e/ou trancá-los novamente dentro do armário escuro e amargurado da invisibilidade social ou o retorno sem volta aos guetos, sendo alvo da homofobia.  

A tentativa de negar ou tornar invisível a realidade da diversidade da sexualidade humana é o retrocesso que o Brasil vem lutando em prol do Movimento LGBTQ+, desde quando essa comunidade deu a cara para bater, mesmo quando estão equivocados, à medida que a maioria dos gays, lésbicas, bis, e trans apenas busca celebrar a sua visibilidade em eventos e paradas do orgulho gay, esquecendo-se do mais importante: POLITIZANDO-SE, tornando-se uma comunidade política e partidária atuante no cenário eleitoral para defender as suas próprias causas, deixando de delegar representatividade e voz para outros partidos, onde suas reivindicações não são a alma e as prioridades de suas pautas e interesses políticos, como também para defensores/super-heróis, muso(a)s e celebridades que dizem que defendem a bandeira do arco-íris e não pertencem ao movimento e nem militam em prol da diversidade, dando apenas um tímido apoio via redes sociais.  Deixo essa crítica.

Agora, se a justificativa do novo governo é que os LGBTQ+ não precisam de "regalias" e "privilégios" e como tal devem ser tratados como todos os outros cidadãos brasileiros (o que sabemos que não é bem assim), o primeiro passo para se tornar um discurso momentâneo em fato seria por via do RESPEITO. Por via do reconhecimento institucional e popular dos seus direitos como cidadãos, da incansável luta de combate à exclusão social, ao preconceito e da criminalização contra a homofobia.       


Isso é apenas uma pequena introdução do que ainda vem por aí. Sinceramente, eu gostaria de ignorar à tudo o que ainda estar por vir quando se trata do descaso com o próximo, com o nosso povo, sendo sumariamente indiferente, egoísta e impessoal, fechando os meus olhos castanhos e vestindo a capa da individualidade. Mas, porém, todavia, contudo, o meu amor pelo Brasil e o meu senso de justiça falam mais alto, não deixando que eu aperte a tecla FODA-SE!!!  


Desabafo à parte, eu e as minhas inquietações, vale ressaltar que, apesar das MPs anunciadas ontem, o mercado econômico reagiu muito bem à elas. Então, seguimos observando e acompanhando os fatos.               

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