Apesar desse início caótico e conturbado da 2ª gestão do Governo do Estado do Ceará, envolvendo as nossas vidas logo após à sua posse oficial, nós precisamos ser justos e muito atentos com esse episódio, "dando à Camilo o que é de Camilo". Quando Camilo Santana do PT foi reeleito como Governador do Ceará, ainda no 1º turno por quase 70% dos votos válidos nas urnas, não era novidade para ninguém que o ponto fraco da sua administração era a Segurança Pública. Mesmo assim, por ter demonstrado o seu bom desempenho e resultados positivos em outras áreas do seu governo e uma atenção em especial para a sua fragilidade na sua nova plataforma de governo, o credenciaram para continuar o seu segundo mandato. Nós sabíamos os novos desafios que ainda estavam por vir, porém, não esperaríamos que fossem tão imediatamente, pegando a todos de surpresa sobretudo o Governo.
Porém, pelo quadro político que se configurava nas eleições de 2018, a sua reeleição já era dada como certa, porquê não havia outros candidatos com visibilidade e relevância política para disputar o cargo político com ele. Se para alguns eleitores, era o voto mais adequado e lógico à ser dado, já para outros foi por falta de opção - o reflexo dessa edição eleitoral nacional. Com relação ao Ceará, diferentemente aos demais Estados da Federação ou da maioria deles, o perfil do povo cearense é mais politizado por terem o hábito de se envolverem politicamente e considerar a tradição e a relevância política do seu candidato, portanto, candidatos oportunistas, embustes, meros desconhecidos e pseudo-celebridades não se criam aqui. Para muitos cearenses, a política ainda é um assunto sério.
Diante desse contexto político, pensando em cumprir as promessas de campanhas feitas, o atual Governador do Ceará não ficou de braços cruzados e promoveu mudanças na Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), dentre elas fazendo novas nomeações de cargos de comando, como o do atual Secretário da SSPDS, o Policial Federal André Costa, visando combater o crime organizado e o aumento da marginalidade em todo o Estado e também na capital. Mas, aqui em Fortal City, ele governa com o apoio da Prefeitura de Fortaleza, sob o comando do atual prefeito Roberto Claudio Rodrigues Bezerra do PDT.
O estopim que gerou o presente caos desse início de ano foi a nomeação do experiente Policial Civil do Distrito Federal e fundador da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), durante 15 anos, Luis Mauro Albuquerque como secretário da Secretária de Administração Penitenciária, pretendendo adotar uma dura política de ação contra as facções dentro dos presídios cearenses e a criminalidade nas ruas da capital e dos interiores do Ceará. Sentindo ameaçados e vendo os seus interesses ilegais e marginais contrariados, o crime organizado orquestrou essa série de atentados em todo o Estado, fazendo uma série de exigências, incluindo a destituição do cargo do secretário Luis Mauro Albuquerque, e ameaças de retaliação caso elas não fossem cumpridas pelo Governador.
Diante a negativa do Governador, algo que ao meu ver, eu considero o melhor a ser feito por demonstrar quem está ao comando e não vai se amedrontar por toda a situação, é que estamos vivendo cenas de filme na vida real. Mantendo-se firme, o nosso governador deixou de lado qualquer orgulho e vaidade, foi humilde o suficiente para solicitar o apoio e a intervenção da Defesa Nacional aos cuidados do Ministro da Defesa Sérgio Moro. Embora o nosso governador tenha exposto a fragilidade da sua gestão na Área da Segurança Pública, o seu tendão de aquiles, mesmo diante dessa crise, ele demonstrou o seu interesse político em resolver esse problema e o seu comprometimento com a segurança do povo cearense e de todo o Estado.
Agora, por questão de coerência e apelando ao bom senso da população, é preciso refutar qualquer insinuação maldosa, oportunista e má intencionada da oposição que sugere que o governador, por ser petista, arquitetou premeditadamente esse caos para atrapalhar o novo governo em fazer as reformas da Previdência Social. Ora, senhoras e senhores, vamos ter um pouco de coerência política e responsabilidade nas ideias e informações que nós propagamos nas redes sociais. Fake News e absurdas teorias de conspiração entorpecem a análise do momento cítico que vivemos e atrapalham nas soluções dos nossos problemas. Não sejamos levianos e, muito menos, burros, paranoicos e conspiradores. Considerar essa hipótese apenas demonstra o grau de devaneio e ignorância política e intelectual que alguns bolsominions possuem. Hoje, no Brasil, nós estamos enfrentando um surto coletivo de absurdos (alucinações, fantasias, ilusões e lombras) de percepção da realidade e do contexto político em que vivemos. Todas as críticas são válidas, desde que bem fundamentadas e sem fanatismo partidário e/ou político, além do que também vale à pena uma autocrítica e uma profunda análise e reflexão por parte do governo cearense.
Ainda vale ressaltar que o fenômeno da Insegurança Pública no Brasil não é um problema exclusivamente do Ceará ou de incompetência do Governador Camilo Santana, apesar de ter acontecido conosco, é um câncer nacional e poderia ter acontecido com qualquer outro estado e sob o comando de qualquer outro político. Principalmente, após a migração das facções criminosas do Sudeste, em especial de São Paulo, para as demais regiões do país sobretudo o Norte e Nordeste, alcançando cidades pequenas e dos interiores que desconheciam a truculência e a perversidade do crime organizado em suas vidas.
Para nós cearenses, é preciso muita paciência e colaboração com o Governo do Estado, uma vez que ele não está apático e nem omisso diante à situação que nos pegou à todos de surpresa, para que todos juntos possamos enfrentar a insegurança pública do nosso estado, ainda há muito por ser feito, a fim de recuperarmos a nossa vida e o nosso cotidiano de volta.
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