É um assunto duplamente pertinente e delicado, ainda mais em tempos tão conturbados de bipartição ideológica (Modernidade x Tradicionalismo) e político-partidária (Democratas X Conservadores, Esquerda X Direita), em todo o mundo e não sendo apenas uma exclusividade brasileira, como também as presenças da crescente hostilidade às diferenças em todos os âmbitos e da dificuldade de estabelecer debates de ideias e discursos em um nível mais positivo, edificante e civilizado. Somado à tudo isso, também há a impunidade virtual alimentada por causa de ausência concreta de aparatos legais para combater os crimes virtuais e os casos de ciberbullying incentivados pelo ódio gratuito e covarde e a esteria individual e/ou coletiva propagados pelos haters, amparados por seu anonimato.
Nesse contexto, é muito fácil "apontar o dedo" ao outro, deixando fluir tudo o que há de pior em você: Inveja, despeito, desamor, frustrações, recalques, preconceitos, más intenções e sentimentos - todo o seu lixo interior acumulado, o seu fel de infelicidade. Isso acaba repercutindo em episódios de linchamento virtual e ciberbullying, não poupando ninguém, nem crianças e nem adolescentes. Todo esse caos está disponível à qualquer um na internet e nas redes sociais, independente se você seja ou não culpado, merecedor ou não de críticas. Basta apenas uma desinformação, uma fake news, uma campanha de desprestígio, uma mentira plantada deliberadamente para prejudicar, uma "brincadeirinha" de mal gosto, para aflorar a maldade e a toxidade dos internautas para você se tornar um alvo, um nickname e um perfil NO GRATOS - alvo para receber uma chuva de "dislikes", denuncias, agressões verbais e humilhações virtuais, que podem ultrapassar os limites virtuais e atingir o seu dia-a-dia fora das redes sociais. Há impactos reais na sua vida, além dos traumas psicológicos, também existem outros: econômicos, afetivos, familiares, escolares, profissionais.
Quem promove linchamento virtual é essencialmente uma pessoa insegura, sádica, cruel e covarde, que precisa atacar covardemente alguém, amparado pelo poder do seu anonimato, para se sentir poderoso e pleno. E como tal, um valentão covarde nunca está sozinho, tem igualmente um grupo de covardes, para ajudá-lo à promover esse linchamento, esse ataque virtual. Do mesmo jeito, é quem também comete ciberbullying, sempre há alguém para ajudá-lo à burlar de alguém acanhado, tímido, inseguro, frágil emocionalmente, excluído socialmente. Enfim, não há limites para essa crueldade virtual.
Uma coisa é você postar o seu ponto de vista, demonstrando apoio ou oposição ao fato, à situação, ao comportamento analisado ou opinião dada. Outra, bem diferente é participar de um achincalhamento público e/ou virtual seguindo uma esteria coletiva de haters. É num movimento caótico e estérico assim que danos éticos e morais irreversíveis podem gerar à alguém, danos de carreira e imagens, onde injustiças são feitas. Seja responsável por tudo aquilo que você posta na internet e nas redes sociais, não haja com imprudência e bestialidade, porquê as aparências também enganam e você pode estar cometendo um crime virtual como calúnia e difamação ou espalhando fake news, gerando um desserviço social e cidadão ou participando de atos grotescos como linchamentos virtuais e ciberbullying, sobretudo se for baseado em interesses obscuros e em falsidades.
Cuide-se para não ser alvo e tenha cuidado para você não ser o algoz de um inocente.
Suas palavras tem poder.
Use-as sabiamente.
Use-as sabiamente.
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