quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Devidamente, "Empossados"







Enfim, o novo governo está empossado. Agora, vamos aguardar quais serão as mudanças e os impactos governamentais em nossas vidas e o que o "Bolsonismo" irá representar na História do Brasil. De antemão, eu não serei hipócrita em dizer que eu estou regojizando com a escolha do nosso atual presidente e nem tão pouco soltar fogos e confetes em sua posse, mas, dentro do possível, respeitarei o resultado das urnas (como sempre tenho feito), pois já entramos oficialmente num caminho sem volta. Porém, a mesma sensação que eu senti quando o Trump assumiu à "White House" é a mesma que eu estou sentindo agora: Um mix de frustração e perplexidade; mas, é o que temos para hoje e ao longo de 4 anos. Segue o baile da democracia tupiniquim. 

Aaah, diante da distorção do que é ser "patriota" e ser um "cidadão de bem" no Brasil, eu sou ambas as coisas, pois, mesmo o atual presidente não tenha ganho o meu voto nestas eleições, eu continuo amando o meu país e torcendo incansavelmente que ele se torne uma grande nação, como também cumprindo com todos os meus deveres cívicos, sem abrir mão dos meus direitos, e colaborando na medida do possível construir um país melhor - Aquele país que seja avesso e combatente à injustiça e desigualdade social, corrupção política e institucional, censura e opressão à liberdade de expressão, alienação política e ignorância educacional, violência urbana e qualquer outro tipo de degradação que possa se abater o respeito à cidadania do povo brasileiro. Enfim, eu já estou no aguardo esperando que o novo governo seja realmente capacitado para alcançar as metas do seu plano de governo (quais são elas mesmas?!!!) e iniciar o processo de transformação que a nação brasileira tanto necessita para crescer política, econômica, socioeducativa e culturalmente falando. Quando houver motivos e conquistas significativas para aplaudir e apoiar, o farei.  

Diante da fala do novo presidente durante à posse presidencial, duas coisas chamaram a minha atenção: Primeiro, como ele se sente perseguido e desconfortável com as ideologias esquerdistas. É até compreensível, tratando-se dos seus opositores políticos diretos e a necessidade que ele tem em privilegiar a sua ideologia - Extrema Direita Conversadora. 

- "Porém, Sr. Presidente, lhe peço que não se esqueça de que transformações de pensamento e de postura são alcançadas ao longo do tempo, a partir de um lento e gradativo processo, e não acontece com truculência e opressão - se assim for, é calar, obrigar e colocar o lixo para debaixo do tapete. A verdadeira transformação é paciente, fruto da ampla, clara e constante discussão de IDEIAS e a presença de BONS EXEMPLOS".    


Vale salientar que muitas ditaduras políticas, independentes da ideologia partidária que as guiavam, foram forjadas a partir de discursos dúbios, confusos e populistas, tentando manipular o pensamento do povo, e visão nacionalista extremista. O seu desafio como novo presidente é convencer à todos os brasileiros, não apenas aos seus eleitores, que a sua visão política e o seu plano de governo é de fato o que o Brasil precisa na prática. O seu desafio já começou. 

Segundo, o seu rompimento com os ideais socialistas. Diante dessa missiva, eu fico imaginando a reação dos meus colegas cientistas sociais, antropólogos, cientistas políticos, historiadores, literários, comunicadores e assistentes sociais, abraçando à todos das Ciências Humanas, como também aos meus mestres/doutorandos, professores e orientadores acadêmicos e universitários que se dedicam exaustivamente ao universo da pesquisa e do método científico. Quem dirá aos grandes pensadores e teóricos das Ciências Humanas, agora devem estar se revirando em seus túmulos. Um país que abre mão da valorosa contribuição teórica socialista é uma forma de também virar às costas para a sociedade, as suas contradições e as suas crises já tão expostas no cenário brasileiro.

Quando eu me refiro aos ideais socialistas, eu quero exaltar e destacar o legado da Sociologia e das demais ciências para detectar, avaliar e problematizar os fenômenos sociais, políticos e humanos e apresentar soluções viáveis para enfrentar e combater diferentes males que degradam e atrasam uma sociedade, uma nação, tais como: desigualdade social, preconceito e intolerância, alienação, violência urbana e criminalidade, descaso com a saúde e a educação, corrupção, degradação ética e moral, desrespeito à cidadania e outros. Não se pode governar para todos, inclusivamente, sem abraçar as Ciências Humanas e o seu legado científico e combater as suas incompreensões e distorções teóricas e suas práticas equivocadas extremistas tomadas por alguns regimes e sistemas políticos e eventos  históricos (Ditaduras nos países da América do Sul, incluindo a Ditadura Militar no Brasil em 64, e países asiáticos como por exemplo da Coreia do Norte, Governos ameaçados por terroristas (Europa, Ásia e África) e narcotraficantes (Américas do Sul, Norte e Central), Nazismo de Hitler, Fascismo de Mussolini, etc e tal).  Queremos paz, crescimento econômico e menos desigualdade social, né Brasil?!!!   

Embora eu não seja um grande entusiasta desse novo governo, por precaução, eu prefiro não fazer grandes expectativas e ilusões. Que tal me surpreender com conquistas importantes para evitar o retrocesso político, econômico e sociocultural?!!! Que o tal se o processo de crescimento e recuperação econômico seja iniciado?!!! Que tal combater inteligentemente a violência urbana, a criminalidade em suas diferentes versões e o narcotráfico?!!! Que tal um sistema público de ensino, saúde e de serviços públicos de qualidade?!!! Que tal o povo brasileiro voltar a ser mais unido e respeitoso com as diferenças?!!! Enfim, tomara que o novo governo seja sábio, objetivo, coerente, preparado, acessível ao diálogo e às críticas, atento e solidário das necessidades do povo brasileiro, sem excluir ninguém, e capaz para enfrentar todos os desafios e mazelas do Brasil. Caso contrário, teremos um novo ciclo político arbitrário, desastroso, conflituoso, conturbado e decepcionante.   

Brasil, é preciso ter fé, é preciso ter coragem.                          

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