Quando a gente admira, respeita e sente um profundo carinho por alguém, emocionalmente, e é até é compreensível que seja assim, a nossa tendência é tomar as dores dos outros diante de injustiças. Nesses momentos, o instinto de proteção fala mais alto, aliás, ultrapassa alguns limites (se não todos para os mais afoitos) e dá aquele grito no céu como se fosse um trovão.
E, ultimamente, eu tenho repensado muito se está valendo muito à pena comprar os barulhos dos outros e se devo me comportar assim. Mas, às vezes, é difícil ficar calado e impassível diante de certas situações, primeiro, porquê a empatia, a indignação, a lealdade e o posicionamento fazem parte do meu jeito de ser, principalmente quando eu descobri a importância deles nas minhas relações e nas demais e, em segundo, o meu senso de justiça sempre clama pelo o que é justo e honesto.
Todavia, eu também sei da importância de preservar o meu emocional, não me desgastando e nem desperdiçando o meu entendimento, o meu latim inexistente e nem a minha energia à toa com barulhos que não me correspondem. Não dá para estar frequentemente na linha de frente e em combate com tudo e com todos, também precisamos de tempo, silêncio, recuo e reflexão. Muito menos ser um para raio ou absorver todas as culpas, responsabilidades, anseios, desejos, conflitos e energias para si.
Estou sendo mais seletivo nos barulhos que me fazem sentido e me arrebatam sem ser oportunistamente seletivo, como alguns tantos biscoiteiros que tem por aí querendo "likes". seguidores e tapinhas nas costas. Me interessa muito mais em não ser omisso, quando não se pode calar, e estar pleno e intacto com a minha consciência. E como isso, sigo em paz.
Não dá para sempre ficar pensando no barulho alheio e nas suas batalhas, quando eu também tenho as minhas próprias para enfrentar e confrontar. Se eu não batalhar por mim mesmo ninguém fará: Não é egocentrismo, é não deixar calar a minha voz interior e, nem tão pouco, deixar de escutar os meus próprios barulhos.
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