terça-feira, 15 de maio de 2018

Minha capsula do tempo





Desde quando eu voltei de São Paulo, eu estava adiando fazer uma senhora ARRUMAÇÃO no meu quarto azul. Linguisticamente, adiar a organização da minha bagunça simbolizava a rejeição de voltar à morar em Fortal City. Agora, após alguns anos, missão cumprida: Meu quarto está parecendo quarto de gente. Porém, só me resta a Arrumação parte 2 - Missão guarda-roupa.

À medida que ia arrumando, me desfazendo das coisas que eu não queria mais e reencontrando outras, percebi que o meu quarto se transformou numa capsula do tempo. Literalmente, viajei ao passado.

Fui encontrando objetos/artigos em geral, papeis e bugigangas que ainda falavam e retratavam quem eu era e aguçavam a minha memória afetiva. Cada achado me fez recordar de fatos e situações que eu já havia esquecido - A minha memória está ficando o caos.

Na minha capsula do tempo estava:
  • Velhos registros (agendas, textos, escritos) da minha "aborrecência" (1992/1993) e período de faculdade (1996 - 2000);
  • Meus boletins escolares;
  • Fotos, cartas, cartões, telegramas, cartões-postais, recados e e-mails ganhos durante diferentes fases da minha vida pelos meus amigos, colegas, crushes e conhecidos;
  • As programações dos shows do A-ha (o melhor show internacional da minha vida) e do Information Society;
  • O roteiro e a programação da excursão à Disney (1992);
  • Letras e cifras de músicas de cantores e bandas das décadas de 80 e 90;
  • Minhas coleções de recortes, fotos 3x4, adesivos, canetas e lapiseiras, convites de festas e eventos;
  • Resquícios e indícios amorosos;
  • Alguns livros didáticos, de literatura e passatempo;
  • Meus vinis, K-7s e CDs;
  • E, principalmente, parte de mim. 


Parte daquele Dan, fragmentado em diferentes épocas, que se perdeu no tempo, seja porquê as afinidades e os interesses mudaram ou alguns dos meus pensamentos, hábitos e sentimentos se transformaram, evoluíram, enfim seguiram à diante. Mas, nem tudo se foi, todavia, parte da minha essência foi preservada. Acabei lembrando de quem eu era e o a força do tempo havia me feito esquecer. De algumas coisas, eu nem me reconheço mais.

O positivo da experiência de ter aberto a minha capsula do tempo foi perceber que independente dos dilemas e dos problemas que haviam antes, o tempo passou e o que era importante e motivo de preocupação, agora me parece uma grande bobagem, um grande drama de época. Além de resgatar momentos divertidos, felizes, pitorescos, engraçados e até embaraçosos que ora lhe provocam boas risadas, ora lhe causam um certo constrangimento. No final dessa aventura épica, a minha alma ficou mais leve e acarinhada.            

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"As lágrimas não reparam os erros!!!"

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