domingo, 13 de maio de 2018

A Nova Abolição para a Raça Negra






É engraçado para não dizer hipócrita como ainda hoje a Abolição da Escravatura é comemorada como se fosse uma grande conquista brasileira, sendo mediada pela "compaixão" e "nobreza" das nossas autoridades brancas, a partir da assinatura da Lei Áurea por Princesa Isabel. A versão não contada é bem diferente. Esse episódio histórico, apenas demos um importante passo para a liberdade dos nossos negros africanos e seus afro-descendentes nascidos em solo brasileiro.    

Através de muita esperança e resistência os negros/escravos alcançaram o seu "sonho de liberdade", mas, ..., e o depois?!!! O que fazer com essa liberdade concedida?!!! Uma vez livres, os ex-escravos alforriados e livres foram jogados numa sociedade hostil, excludente e despreparada para incluí-los como cidadãos e repeitar os seus direitos. A partir dali, a raça negra ficou à mercê da pobreza, da marginalização social, do preconceito, da desigualdade econômica, da exploração da sua força de trabalho agora como trabalhador livre e assalariado e da violência. Há séculos atrás, a abolição que os libertou, não se preocupou com um plano político de inclusão social. Os negros ficaram entregues à própria sorte.

Não é novidade para ninguém as atrocidades cometidas aos negros e seus descendentes durante à economia escravocrata brasileira e como os efeitos da escravidão repercutem até hoje, deixando-os ainda em situação de risco e desvantagem social: A maioria da nossa população negra e mestiça continua aflingida e humilhada quando a sua cidadania continua sendo desrespeitada. 

Mais do que nunca o Brasil precisa se retratar com a raça negra afrobrasileira, afinal eles fazem parte de quem somos, por isso é preciso implantar um projeto consistente e efetivo de respeito e inclusão social dessa multidão de excluídos. Fala-se em fazer uma "Nova Abolição" para a nossa raça negra a partir da INCLUSÃO SOCIAL e como fazer isso?!!! Através da EDUCAÇÃO.   

Não basta apenas os livros de História do Brasil relatar a realidade dos fatos ou reconhecer as faltas cometidas e os seus responsáveis, mas também, transformarem a postura e a consciência em prol da inclusão social dos nossos afrobrasileiros a partir do respeito fraterno e cidadão, dar oportunidades de desenvolvimento humano e profissional, representatividade em diferentes segmentos, oferecer uma vida digna, enfim, valorizar e empoderar a negritude tão presente na nossa brasilidade, no nosso jeito de ser como brasileiro. 

O acolhimento que já deveria ser uma realidade, ainda é uma luta importante mesmo que tardia, sendo um processo lento e extremamente longo, porquê mudanças significativas na forma de pensar e agir não acontecem do dia para a noite. Já estamos atrasados nessa transformação de mentalidade há quase 354 anos. Respeitar é uma condição fundamental para quem pretende viver numa democracia pautada na justiça social. Essas palavras me parecem tão utópicas, pois não?!!!

É preciso educar para valorizar não apenas um segmento da nossa população, mas, TODOS NÓS, brasileiros, motivados nem por pena ou lamento, muito menos por obrigação coercitiva, mas por consciência social, humanidade e merecida valorização do SER NEGRO, do SER AFRO, do SER BRASILEIRO independente da raça, da etnia, do status social.        

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