domingo, 2 de junho de 2019

Supervalorizando um Affair: Pedritta (Parte I)




Anitta, Anitta!!! Essa garota adora emoções fortes e toda essa adrenalina, em ser a maior PopStar Brasileira da atualidade, digo sem nenhuma dúvida e com a maior tranquilidade, sempre vem acompanhada de muitas polêmicas, críticas e ataques de ódio nas redes sociais, em sua maior parte, injustos e desnecessários. Nesse campo minado, Anitta mal sai de uma confusão e, automaticamente, acaba entrando em outra, sendo inocente ou não, a cantora pop sempre está no fio da navalha, pois sempre haverá alguém de mentalidade tacanha, reacionária, preconceituosa e recalcada preparado(a) para apontar o dedo à ela e criticá-la com ou sem fundamento. 

Apesar dela não ser nenhuma santa de altar ou exemplo de conduta para os padrões conservadores e seja uma mulher difícil de ser domada, por não se poupar de situações controversas e conflituosas e preservar a sua privacidade, onde, em que alguns casos, ela até poderia evitar à (auto)exposição desnecessária e manter-se fora do olho do furacão (como se isso fosse possível, já que ela é o próprio furacão), dando motivos ou não, esse furacão chamado Anitta acaba atraindo hates em sua direção por "n" motivos, mas, muitos deles são o reflexo do seu sucesso que incomoda muito. Ela não tem culpa em ser autêntica, talentosa, carismática e popular. 

Por exemplo, desde sexta-feira (31.05), não se fala em outro assunto nas mídias e nas redes sociais se não esse namoro relâmpago entre ela e o surfista Pedro Scooby, ex-marido da também polêmica Luana Piovani. Brasil, em que momento, a Anitta mudou de onda e ninguém se deu conta disso: Expectativa, Gabriel Medina; Realidade, Pedro Scooby. O fato é que, embora ela não tenha sido o pivô da separação do ex-casal Scooby-Piovani, apesar de ser outro rompimento entre eles e bem recente (apenas 2 meses),  para o olhar insensato e radical conservador, já a consideram como a "destruidora de lares", a "outra" e a "mensalina".  Hello?!!! Como assim?!!! Se não fosse ela, outra também seria julgada como tal, mas, como se trata da Anitta, a repercussão é proporcionalmente maior e milionária de engajamentos e mobilizações.

Gente, sejamos justos e menos hipócritas, por favor. Os motivos pelos quais eles se separaram são motivos que competem apenas à eles e à dinâmica da relação em que eles viviam. Se Anitta não foi o pivô da separação do ex-casal, logo ela não pode ser responsabilizada por causa desse suposto e definitivo final de casamento - Digo suposto, porquê ninguém tem o controle do destino e das relações integralmente, quem sabe, assim de repente, como das tantas vezes que o casal demonstrou sinais de crise e outros rompimentos, depois que a empolgação do affair "Pedritta" passar (já que a Mãe Luana tem certeza que ele irá voltar) pode ser que haja uma possível reconciliação - tudo é possível. Inclusive, não ter reconciliação nenhuma. 

Suponho eu que, quando um casamento de 09 anos chega ao fim, a rotina familiar e o desgaste natural da relação, Oferecimento by Tempo, tem muito a ver com isso, sobretudo quando também há diferença de idade envolvida - no caso 13 anos de diferença entre Luana e Scooby: Ele, um garotão de 30 anos, surfista, no auge do seu vigor físico e a testosterona nas alturas, que casou muito cedo e precisou renunciar da sua vida de solteiro e da sua liberdade para estar por inteiro disponível a vida de casado e pai de família (pelo menos, é a expectativa que se espera de quem opta em viver um casamento, pois renuncias fazem parte); Ela, hoje com 43 anos, atriz e apresentadora, exigida socialmente para ser o pilar da família e exercer a sua maternidade e o seu papel de esposa exemplarmente, também é exigida e cobrada em ser uma super mulher madura, responsável, coerente e realizada.

O fato é que, quando há diferença de idade entre o casal, principalmente com o passar do tempo, pode ser que as prioridades e os interesses individuais e os planos e os objetivos como casal mudem. Para um casamento acabar, necessariamente não precisa ter uma terceira envolvida e, se tem, é porquê o casal abriu espaço para essa possibilidade. Diferente das mulheres, por questões culturais, educação e papeis sociais, mais cedo ou mais tarde, aqueles homens que abriram mão do final da sua adolescência, pulando etapas importantes como indivíduo jovem, deixando de curtir e experimentar a vida de solteiro intensamente e "irresponsabilidade juvenil" para assumir a responsabilidade de provedor familiar e ser um bom marido, focado e dedicado ao lar, aos filhos e ao casamento, podem sentir falta da sua liberdade e das oportunidades que deixou de viver. Isso é tão comum, que nós vemos por aí muitos cinquentões depois que se separaram, extravasando como se fossem garotões novamente. Não viver a juventude plenamente manda a sua fatura, fato. Não que as mulheres também não façam concessões e renuncias, abram mãos dos seus sonhos pessoais e profissionais e também não sintam falta da sua liberdade como jovem, linda e solteira, mas, vocês são feitas de reféns e limitadas no contexto social machista criado com a ajuda de vocês - onde criar e educar os seus filhos, cuidar do bem-estar do marido como se vocês fossem babás, empregadas domésticas e mães dos seus homens e manterem as suas casas/os seus lares impecáveis e em pleno funcionamento é considerada e perpetuada como uma função e uma responsabilidade essencialmente feminina e da mulher. O que há de mulher machista por aí, propagando o olhar, a narrativa e a conduta machista, sobretudo contra uma outra mulher que tem a ousadia e a coragem de viver a liberdade de escolha e sexual, liberdade esta que esta mulher não tem, não é brincadeira.   

Enfim, não é novidade nenhuma para ninguém como funciona uma sociedade conservadora e machista, fundamentada na submissão da mulher e tratando-a como mercadoria, como coisa. E, a partir desse olhar castrador, ao invés das mulheres apoiarem-se entre si através da sororidade e da solidariedade de gênero, elas acabam potencializando à rivalidade feminina, competindo entre si. Nesse contexto, é que mulheres casadas e jovens, que seguem a cartilha familiar conservadora acabam tomando partido e adotando uma narrativa machista em prol da vitimização da Luana Piovani, "oh coitadinha, foi deixada com três filhos pequenos no colo e sozinha em casa, enquanto o bonito lá está galinhando por aí" (se ela fosse uma mulher passiva e submissa, dependente financeira e emocionalmente do ex-marido, moldada no típico modelo de "Amélia", essa que era uma mulher de verdade, poderia ser que se justificasse, o que não é bem o caso e a realidade dela), e satanizando a Anitta, chamando-a de "galinha", "piranha", etc e tal.     

E o "bonito"?!!! Ao invés de o escracharem e cobrarem dele o posicionamento de marido (que deixou de sê-lo), é esquecido, poupado e justificado com a velha e frágil desculpa: "Todo homem é assim".  Nada adianta reclamar da conduta masculina se vocês, mulheres, alimentam o comportamento machista dos seus filhos, sobrinhos, irmãos, maridos, cunhados, amigos, alunos, clientes, enfim whoever, afinal vocês também tem responsabilidade nesse modelo de homem "macho-alfa-escroto-pegador". Lembrem-se disso. Por isso, é mais fácil jogar a culpa na outra, se amante for, e na namorada atual, tachada de fuampa e rapariga.  

É nesse universo conservador, contraditório e hipócrita, onde mulheres machistas que estão aprisionadas em suas "gaiolas de ouro" machistas, voltam-se contra e responsabilizam a Anitta por uma responsabilidade que não lhe cabe. como se suas algozes fossem mulheres perfeitas, infalíveis de erros e donas de uma conduta ética e moral intocável. É muita hipocrisia envolvida. 

- "Meu pai, todas elas umas santas e virtuosas!!! Só hoje!!!"                    

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