Prezando pelo meu bem-estar

Foi-se o tempo em que eu tomava resoluções precipitadas e inconsequentes para a minha vida. Nesse sentido, se não houver um chão firme e seguro para eu pisar, eu não piso. Eu já não posso mais dispor de mim e do que ainda estar por vir, da mesma forma quando eu tinha 20 e poucos anos, porque, eu não tenho mais tempo à perder e nem "costas largas e quentes" para viver em sucessivos recomeços e arriscar equivocadamente, como se joga um dardo no alvo, fazendo como tanto faz acertar ou não o alvo.

Se eu não pensar em mim e o que é melhor para mim, quem mais o fará?!!! A vida é minha, sou o único responsável por ela e, por isso mesmo, eu que tenho que zelar por ela e prezar pelo meu bem-estar. E, diante das circunstâncias atuais, eu não posso querer viver baseado apenas em ilusões, incertezas, promessas, planos, sensações, sentimentos e sonhos - apesar de serem fatores que não podem ser descartados e/ou ignorados pela nossa subjetividade, no momento, eles não são alicerces concretos e não me darão garantias, certezas e seguranças de que eu preciso para caminhar mais tranquilo. Mas, se eu posso andar de forma modesta, porém segura, porque não buscá-la?!!!

Não é nada fácil para quem está com a vida totalmente instável, suspensa no ar, pegar um avião para desembarcar num destino completamente incerto, que ainda não está bem definido e nem visualizado. Apesar das minhas vontades serem sinceras, por hora, elas não me bastam.

Eu não posso querer fechar os meus olhos para todas as possibilidades que cercam o meu objetivo, seja para concretizá-lo ou não. Se existe a possibilidade de acerto (sinceramente, eu espero que sim, porque é sempre bom ter pensamento positivo), também existe a de erro (é fato, 50% for 50%). Assim, é necessário estar preparado para todas possibilidades, seja para regressar ou não.

É muito fácil para quem está com a sua vida estabilizada, devidamente encaminhada nos trilhos, não precisando jogar a sua vida para o alto e/ou abrir mão da vida segura que se tem, para me dizer: "Dan, arrisca." Com certeza, na hora do "pega pra capar", quem vai passar por privações, necessidades e situações difíceis sou eu. Ninguém pode viver as minhas glórias e derrotas por mim mesmo.

Por hoje, eu só posso afirmar: "Apesar de querer e ansiar o regresso, eu só farei o que for conveniente para mim. Não vou pautar decisões pertinentes e importantes para a minha vida baseado e dependente dos outros. Eu ainda não sei andar com pernas de pau e nem me equilibrar na corda bamba."

- "A vida já me conduziu duas vezes para lá. Se eu tiver que voltar pela terceira vez, a vida saberá me conduzir mais uma vez, onde, a princípio, eu estarei mediado por uma melhor situação. Eu só não vou adiantar decisões que eu não estou pronto para tomá-las e nem controlar situações, que no momento, ainda não dependem do meu controle."

Por enquanto, eu não tenho uma decisão definida, se eu vou e se eu fico, portanto, eu me reservo ao direito de aguardar os acontecimentos com serenidade e paciência, esperando o tempo que for necessário para o desfecho mais apropriado pra mim, sem fazer promessas a quem quer que seja, porque duas coisas estão muito bem claras para mim: "Castelos de areia não se mantêm erguidos por muito tempo e amor não enche barriga e nem paga as contas no final do mês".