quarta-feira, 2 de abril de 2008

MURALHA



Muralha, inacessível muralha,
Das paredes gigantes, inescaláveis
Das extensões amplas, supra-protegidas
Do fosso profundo e gelado
Das negativas ferinas
Da frieza irritante
Dos pensamentos indecifráveis
E dos sentimentos represados

Porque não pensas em mim?!!!
Porque não me procuras quando eu te dou “a deixa”?!!!
Porque não facilita o meu acesso?!!!
Porque me negas
E me evitas assim?!!!

Será uma mágoa,
Ou, outras mágoas?!!!
Será uma fuga,
Ou, outras fugas?!!!
Será medo de voltares atrás
Ou, demonstrar uma fraqueza, uma fragilidade?!!!

Será que ainda eu estou vivo
Ou me mataste dentro de ti?!!!
Será que ainda existem vestígios do que um dia... Fomos
Ou me apagaste com a borracha do tempo?!!!
Ou, talvez, quem sabe,
Com uma nova paixão?!!!
Será que o fogo ainda está aceso, queimando-te por dentro,
Ou a última fagulha foi apagada?!!!

Cinzas, cinzentas cinzas,
Que faz os meus dias inquietos,
Longos e cinzentos,
Sem cor e sem sabor,
Sem brasa e sem calor,
Simplesmente, sem você.

Sufocaste o nosso calor, o nosso ardor,
Sufocado por raivas, mágoas,
Sufocado por desentendimentos, incompreensões,
Sufocado por pressões, manipulações,
Sufocado por ansiedade, impaciência,
Sufocado por teimosia,
Infante e orgulhosa teimosia

Já pensou,
Se eu gostar de você
E se você gostar de mim?!!!
Quanto tempo perdido?!!!
O que não foi dito,
Nem vivido, nem afagado,
Quanto sofrimento em vão?!!!

Do que terá valido o tempo,
A distância, o silêncio,
O afastamento forçado e dilacerante,
E as palavras formais, afiadas e antárticas?!!!

Com certeza, para te aprisionar,
Em suas muralhas,
Afastando você de mim
Apunhalando o meu coração
E, pondo em dúvidas,
Uma revelação
Descoberta nesse período entorpecido
Que eu tentei te esquecer
Mas, ainda não consegui.

Que muralha é essa?!!!
Como posso ultrapassar suas barreiras
Suas besteiras, seus medos,
Se você não sinaliza:
“Siga em frente” ou
“Pare, agora”!!!
Qual é esse gesto que você quer
E espera de mim?!!!

Se ainda sentes algo por mim,
Algo, que ingenuamente,
Eu gostaria de acreditar,
Por favor, abra o seu coração,
Jogue o seu orgulho fora,
Voltando a ser quem um dia eu sempre quis
E ainda quero

Pra que?!!! Porque?!!!
Aonde pretendes chegar assim?!!!
Negando, ocultando,
Sufocando, aprisionando,
Debatendo-se,
Esquivando-se,
Paralisando-me...

Não perca mais tempo,
Eu te desejo, sem mais ter deixado de
Ainda eu te amo, apesar de
Volta pra mim,
Sem hesitações e sem condições
Porque, do jeito que está,
Eu não posso transpor a sua muralha
As suas resistências

Quando o desestímulo bate
Ou a razão se manifesta
O sopro da consciência me diz:
- “Não te restará outra alternativa,
Se não, tentar, lutar, seguir em frente,
Para ter que esquecer você”.

(Daniel Igor, 30/03/2008)

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