Quem não conheci a dinâmica social dos povos indígenas e como eles se organizam não é credenciado para opinar na maneira como diferentes etnias se organizaram e os pactos de convivência e respeito que eles estabeleceram até aqui para sobreviverem o tempo e a aculturação. Não se trata de dar ouvidos à "disse-me-disse" ou dar credibilidade à fake news ou deixar-se levar por sua própria ignorância e preconceitos sobre assunto.
A Antropologia está aí, informe-se. Baseie-se em suas pesquisas bibliográficas, livros e estudos antropológicos sobre o assunto não faltam, ou se dê ao trabalho de conhecer a realidade indígena "in loco" - para quem desconhece, também há tribos indígenas em centros urbanas. É no mínimo uma experiência curiosa e culturalmente instigante. Como aluno das Ciências Sociais, eu tive essa oportunidade de visitar diferentes tribos urbanas, no Jaraguá (SP), além dos grupos nativos no litoral cearense.
Em se tratando do Cacique Raoní, um dos indicados à receber ao Prêmio Nobel da Paz, é um dos líderes indígenas mais respeitados dentro da Comunidade Indígena, não apenas em sua tribo, sempre defendendo as causas ambientais de preservação das Florestas e da Natureza e é considerado como um símbolo de resistência da cultura indígena no Brasil. E não é de agora, desde a década de 80, ele sempre esteve a frente e em defesa dos povos indígenas. Quem o classifica como "oportunista" não sabe o que está falando e desconhece o seu valor como ativista ambiental.
Respeitem esse símbolo de resistência, respeitem os povos indígenas, respeitem a natureza, respeitem o Brasil.