quinta-feira, 10 de abril de 2008

Passando à limpo... A minha vida...


Enquanto a água escorria sobre os meus pelos e poros e energizava a minha alma, uma série de pensamentos pairava no ar: Alguns eram agradáveis como a brisa e as marolas das primeiras horas do dia, já outros, eram vorazes como o “El Niño” e as tsunames arrebatadoras. Molhado, aquecido e reflexivo, eu estava ali, passando a limpo... a minha vida, e percebi que:

# A fraternidade consangüínea não representa segurança nenhuma, quando cada um precisa cuidar de si e dos seus rebentos, já que gerenciar a própria vida é um exercício diário e intrinsecamente egoísta;
# Os amigos também falham e são incompreensíveis quando os deles estão na reta;
# Desde o meu nascimento, eu venho caminhando de mãos dadas com a solidão – quem sabe se não uma aprendizagem a ser resgatada;
# A minha fortaleza reside em caminhar sozinho, estabelecendo uma relação serena com a ausência de (pode ser tudo ou nada que eu ainda não toquei, senti e experimentei) e desfrutar da minha própria companhia, sem deixar de rir;
# Quando o fardo deixa de ser indelével e pesa, nada como o desabafo da escrita e o exercício da autocrítica, sem represarias, sem máscaras e sem incompreensões alheias;
# Quando o cansaço chega, só me resta deitar em berço esplêndido;
# Quando a tolerância zero grita, eu irrito-me e percebo como é mais fácil viver a sombra do outro do que viver a sua própria sombra, tendo o direito de ter a sua própria opinião, sem ter que satisfazer o outro em sua mera servidão;
# Quando a ansiedade se materializa, ela se torna inerente, inata, mas, precisa ser amenizada e trabalhada diariamente, passo a passo – entre achocolatar-me, afogo-me em pensamentos internos;
# Há momentos em que o coração está na mesma freqüência em que as ondas cerebrais e, nesse momento, o que eu sentia parecia menor e me rebelo contra a sua própria realidade, longe das ilusões que eu emprestei à você;
# Nessa freqüência, o intimo inquieto, desgarrado e sem norte, passa a ter um norte e um apaziguamento;
# A nossa música sempre continuará sendo nossa, em qualquer tempo, toda vez que ela tocar;
# O que aparentava ser complicado é apenas preguiçoso;
# Prefiro proferir verdades como uma metralhadora, do que inverdades a conta-gotas, mesmo correndo o risco de ser ranzinza;
# É o preço a ser pago?!!! Eu pago!!!
# Nada mais vale do que a paz de espírito e a preservação do bom senso, mas, viver a realidade 24 por dia é cambalear para a loucura, mesmo que figurada;
# Para cada dia triste e cinzento, existe a esperança do dia seguinte: que dias melhores virão...;
# E o que tiver de ser será, como resposta ao reflexo do seu esforço ou acomodação e da sua fé ou dês-fé, mesmo que ela esteja abalada.

E cada gota d’água que resvala na pele é uma prece feita, um questionamento elucidado, uma esperança que se renova, uma nítida sensação de renovação e um instante que se acomodou no passado. E, nesse momento, eu me senti mais vivo, mesmo que a antítese está presente ali, em alguma lacuna, em alguma mágoa, em algum descompasso, e a promessa de felicidade também esteja, mesmo que ainda em forma de promessa.

2 comentários:

Hérika disse...

Promessas..são feitas muitas vezes para serem cumpridas...Enquanto isso ns sala de justiça...Te amo!!

Aparecida Carmo disse...

Cariño...

um pouco de solidão para pensarmos e refletirmos sobre nós mesmos é essencial em algum momento de nossa vida...
creio yo que primeiramente temos que nos bastar a nós mesmos... porque se não for assim... tu bem sabes que tudo o que nos rodeia será totalmente inútil...

beijocas em seu coração...

saudades de falar com você!!!

liga qualquer hora para falar um oizinho... isto é... se tu ainda se lembrares do meu tel...


"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."