domingo, 9 de novembro de 2008

O Esperado



Conversa final?!!! De forma alguma. Não foi necessária, até mesmo porque, boa parte do que eu queria dizer, em relação às três cenas surreais, foi dito, deixando muito claro o que aquela situação significava para mim e o que não se esperar dali. Ainda pedi para ir embora, ontem mesmo, mas, com jeitinho, acabei ficando – não resisti uma sessão de cafuné e adormecidos ali, pós-jantar, um nos braços do outro.

Acordei, nos despedimos sem maiores palavras nem promessas, sem cenas mexicanas nem censuras, e vim para casa. E durante o longo trajeto para casa, eu pensei sobre muitas coisas, sobre o motivo pelos quais passamos o final de semana juntos, a contradição de um discurso que não foi cumprido e o que eu estava sentindo sobre tudo isso.

- “Se eu esqueci algo ali?!!! Materialmente não, mas, eu deixei um pouco de mim, um pouco dos meus sonhos e da minha dignidade. Experiência válida, aprendida, mas, eu não sou suficientemente desencanado para passar por tudo isso indiferente. Infelizmente, eu ainda sou estupidamente romântico, sonhador e ingênuo demais para esse joguinho limitado da carnalidade – tudo leva a crer, que se tratava muito mais de aplacar o apetite sexual comprimido pela carência da letrinha.”


É claro que eu sabia de todos os riscos que eu estava correndo, até mesmo de ser a presa da vez, mas, de uma forma ou de outra, só posso dizer por mim, eu queria o algo mais, o motivo pelo qual eu estava ali, tentando a possibilidade de construir uma história, uma relação séria e duradoura – apesar dessa vontade, ter sido quebrada, desde o início do jantar.

- “Eu não acho justo comigo mesmo, ser “step” ou muleta afetiva dos outros, para superarem as suas dores e romper as correntes com os seus respectivos fantasmas. Se eu estava ali, completamente refeito, bem resolvido e sem arrastar corrente por fantasma algum, em contrapartida, eu também queria alguém assim – sem estar aprisionada ao passado.”


E passo a pensar que as situações elas não ocorrem por acaso, se eu estou passando por esse dissabor, com certeza, com todas as letras – C.O.M.C.E.R.T.E.Z.A.; eu contribui para que isso acontecesse.

- “Bem feito papudo.”


Tudo o que eu não preciso nesse momento é ter uma letra capenga ao meu lado e se não quer, paciência, há de existir em algum lugar nesse mundo alguém quem me queira (assim, realmente espero... será?!!!), aceitando e respeitando quem eu sou e o que motiva a minha busca.

- “Não sei ao certo se posso afirmar se eu estou péssimo com tudo isso, embora eu esteja chateado, sim, eu não sou de ferro, e se, de certa forma, eu esteja muito desapontado e surpreso com esse desfecho, pois, eu já esperava por isso.”


O que me deixa muito puto, não é o fato da letra não servir para encabeçar o meu alfabeto afetivo, mas, mais um equívoco no meu curriculum afetivo. E cada possibilidade que se vai, fica em mim aquela sensação de vazio no meio do peito. E ter que recomeçar mais uma vez nunca é tão fácil assim. No mais, é preferível descobrir logo no princípio que isso não daria certo do que eu me envolver demais e ter que sofrer demais para constatar algo que já é muito claro: “Que essa letra, não saberia me fazer feliz e nem poderia me dar o sonho que eu quero”.

- “Vamos lá, vamos ver o que o destino está reservando para mim. Mas, eu não quero nem migalhas e nem farelos e muito menos quem não consiga me enxergar e se entregar verdadeiramente, sem desculpas frágeis, limitações e subterfúgios.”

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"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."