Ontem eu fui encontrar duas amigas no bar para colocar as novidades em dia e tive o seguinte “insight”: “Se é que existe uma alma gêmea me esperando em algum lugar desse mundão de meu Deus e se é que esse encontro irá acontecer nesta vida, eu decidi que farei mais nenhum esforço para encontrá-la. Se quiser que mova céus e terras para me encontrar. Eu cansei de tantas patacoadas, tantos desencontros e tantas frustrações”.
- “Se até agora, eu permaneci livre, leve e solto em Sampa, tentando aproveitar todas as oportunidades que surgiram – todas bombásticas, vamos combinar; e encarando-as como possibilidade de acerto e, mesmo assim, ainda continuo sozinho, com certeza, não será até o réveillon de 2009 que eu mudarei o meu status. Sendo assim, recolho a minha total insignificância.”
Eu estou tão nauseado com isto tudo que eu vou apenas esperar dia após dia chegar o ano que vem e, se até lá, eu mudar de idéia ou me sentir mais estimulado, talvez, quem sabe, eu mude de discurso, atitude e entusiasmo.
- “É sempre assim: Todo mundo adota o discurso que está a fim de namorar, que está buscando alguém bacana (um padrão ideal tal e qual aquele modelo que acabam por buscar desesperadamente, sem se darem conta que é apenas uma ilusão, um desejo, uma fantasia) para compartilhar momentos, mas, na hora “H”, dão para trás, seja com o surgimento de alguns obstáculos ou quando se sentem contrariados (as).”
É muito fácil negar a realidade posta ou afastar-se dela por medo ou por puro e mero comodismo. Ninguém se permite, ninguém arrisca, ninguém se expõe, talvez por isso, exista essa inércia afetiva que perpassa as relações, tenciona, imobiliza, descrê e destrói os sonhos dos solitários.
- “Como se entregar, se as pessoas não estão dispostas a superar os seus conceitos e suas regras pasteurizadas, aprisionando-os em si mesmos e em nome de tendências atuais, e nem tentarem o ensaio do conhecer, do descobrir, do deixar-se surpreender?!!!”
Náuseas. Mais uma vez tomado por esse estado nauseante.
- “Seja por desespero, seja por ansiedade, seja por total disponibilidade e coragem de, pelo menos, tentar, sendo eu mesmo, seja por nessa fase da minha vida estar deixando de lado algumas resistências, eu não me boicote (pelo menos, nesse aspecto) e não me negue ao meu direito de tentar quando uma oportunidade quase que rara aparece no meu caminho.”
Eu escuto muito essas desculpas, que hoje me soam como frágeis: “É ainda muito cedo para...”, “Vamos com cautela para ver até aonde vai...”, “Eu tenho algumas cicatrizes...”, e por aí vai.
1. Cedo?!!! Concordo. Mas, o tempo urge e não existe mais tempo a perder, claro que evitando aquelas precipitações que mais atrapalham do que o contrário. Chegar-se ao conhecimento e fazer-se presente no castelo interior do outro, pode ser atingido no decorrer do processo. Necessariamente, eu não preciso passar um intervalo do tempo observando de longe, privando-me de pequenas, grandes e deliciosas sensações. Eu sou a favor da observação participativa, do autoconhecimento de nós 2 no caminhar dos dias;
2. Cautela?!!! Nunca é demais. Mas, viver na retaguarda, na retranca, pondo dificuldades onde não existam e complicando o que poderia ser descomplicado, acaba cansado e aprisionando qualquer energia que pudesse fluir naturalmente;
3. Cicatrizes?!!! Todos nós temos. Todos nós temos que aprender a superar os nossos fantasmas, frustrações e derrotas. O infortúnio também faz parte.
- “Quaisquer desculpas que você possa usar ou aquela que seja mais conveniente para lhe convencer de que se acovardando é a melhor saída para não tentar, não sofrer, não encarar, não cair, não amar, você pode anestesiar a sua dor, você pode até saciar a sua fome, você também pode até mascarar a sua vontade, mas, a lacuna continuará ali. Ainda existirá um abismo a ser transposto. A covardia é sua. A negativa é sua. Renda-se ao medo e a inércia da vida e pagará o preço da infelicidade.”
Meu propósito maior é ser feliz, seja como for, do jeito que for, mas, feliz. Mas, diante do que está posto. Do que está configurado. Eu estou nauseado demais par querer jogar esse jogo que se é jogado com tanto desapego, com tantas restrições. Como disse anteriormente, eu estou aí, se tiverem a sensibilidade para me enxergar, eu estarei de livre e fácil acesso, mas, eu não promoverei grandes xeques-mates ou montarei grandes quebra-cabeças ou farei cartadas finais ou jogadas de mestres, porque eu quero ser movido pela simplicidade e não por cavalos de tróia.
- “Chega de embustes, holofotes, blefes e ilusionismos. Eu não quero mais que o meu grito ecoe na multidão, como pedido de socorro e de salvação. Grite por mim, pelo meu nome, por nós 2.”
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