terça-feira, 14 de abril de 2009

Demonstrar ou não demonstrar, eis a questão!!!


Houve um tempo, entre 1993 e 2007, que eu era bem mais contido nas minhas demonstrações de afeto do que hoje. Eu creio que seja por quatro questões fundamentais, tais como:

A primeira e mais contudente questão reflete a velha e famigerada timidez que me acompanha com o decorrer do tempo e compõe a minha personalidade, embora existam aqueles que custam a crer nisso - De fato, é porque não me conhecem muito bem e me rotularam como "danadinho". Acreditando ou não, eu sou tímido sim e ela corre em minhas veias, fazendo de mim um observador atento e crítico das situações e das pessoas que estão ao meu redor, como também, protegendo-me da autoexposição, uma vez que atuar sobre a ribalta e os seus holofotes, definitivamente, não é o meu estilo e nem tão pouco faz a minha cabeça. Apesar de ter descoberto a pouco tempo, através da terapia, que a minha personalidade também é solar e, aos poucos, eu estou deixando de ser tão travado no trato pessoal, embora ainda existam alguns traços de introspecção e de resguardo em mim.

- "Ah, eu não vejo mal nenhum e nem me faço de rogado, em algumas situações, quando eu deixo o meu lado antipático e blasê atuar sem menores constrangimentos - adoooro ser um menino mau."


A segunda questão reflete o meu temperamento racionalista e dominador, ancioso pelo controle total e surreal também das minhas relações pessoais e os meus sentimentos. E como tal, tudo o que é excessivo e emocional é elaborado como mais e indiscreto e, por isso mesmo, deve ser contido. A discrição em certas atitudes ganha pontos ao meu favor, reforçando o meu espírito de jogador que jamais admite jogar uma partida afetiva para perder.

- "Há não ser que eu me sinta desestimulado para continuar a partida ou ela se tornou irremediavelmente desinteressante. Sou um homem movido à estimulos."


A terceira questão reflete o conceito tradicional, machista e babaca de que "homem que é homem não chora e não pode demonstrar a sua afetividade", sendo justificado através da infâme resposta de que "ser sensível não é coisa de homem macho". Apesar de ter sido educado por três mulheres e criado próximo do universo feminino, algo que me faz compreender muito bem a cabeça e as necessidades das mulheres, de alguma forma, eu internalizei esse conceito na minha subjetividade.

- "Bobagem ou não, vivemos numa sociedade mediocre e machista. Aff!!!"


A quarta e última questão reflete as experiências afetivas equivocadas que eu vivenciei, sendo em parte responsáveis pela rigidez e frieza do meu coração. Alguns desencontros e desamores me deixaram menos romântico, menos sonhador, menos ingênuo e mais implacável, fazendo-me esquecer que eu tenho um coração, que quer negar a sua sede afetiva.

- "Chega uma hora, que o sofrimento cansa e passa a ser opcional - sofre quem quer."


Por causa dessas questões, eu fui criando um Dan racionalista e implacável que sempre calculava estratégica e friamente os seus passos e as suas emoções, até um determinado ponto, para me blindar de uma possível desilusão amorosa. Foram tantas desilusões enfrentadas e superadas que o meu coração foi se tornando mais resistente e empedrado também. Eu fui aprendendo a não sofrer mais como se fosse a primeira vez, tendo um poder de recuperação inacreditável - Tem horas que eu fico pasmo comigo mesmo.

Mas, apesar de toda implacabilidade, eu não deixava de sofrer e ansiar por um grande amor que eu ainda não havia experimentado. E cansado de ser racional demais, porque atrapalhava a minha performance afetiva nos meus relacionamentos, evitando que eu me envolvesse e relaxasse com a relação em si. Isso me deixava insatisfeito e intolerante com algumas picuinhas e joguinhos entre namorados, como até hoje eu não tenho muito talento e paciência para jogar o "jogo da sedução" e a "brincadeira de gato e rato".

- "Nesse ponto, eu sou bem objetivo. Digo logo ao que eu estou disposto e justifico o porquê da minha presença, evitando perda de tempo e energia."


Por isso, de 2007 para cá, eu resolvi por conta própria, pensar menos e sentir mais. Deixando aflorar o meu potencial de sedução, como também, passando a descobrir os meus encantos e a autosatisfação de saber agradar quando eu estou disposto para isso, sem esperar reconhecimento algum por isso - muito embora, o gostoso e esperado é ser retribuido à altura. Modéstia parte, se é para encantar e envolver, eu já fiz alguns "bons estragos". Porém, se por um lado, ao abrir a minha guarda, tornando-me mais emocional, por outro, ter me exposto demais e perdido o medo de demonstrar os meus sentimentos, tornou-me um alvo muito fácil para brincarem com os meus sentiementos. Por isso, o ideal não é nem muito racional como antes e nem muito emocional como pouco tempo atrás, mas, o equilíbrio de ambos - É isso que eu estou buscando.

Mas, algo é muito definitivo para mim: "Independente de quem eu esteja me relacionando, gostando e seduzindo e se valoriza ou não os meus carinhos, os meus mimos, a minha dedicação e as minhas "provas de amor", eu aprendi que demonstrar os meus sentimentos é algo positivo e que me dá prazer e também me credencia para aprender a arte de se relacionar, sendo verdadeiro com os meus sentimentos e as minhas verdades, sem significar um sinal de fraqueza ou idiotice, e exercitar a minha subjetividade e criatividade".

Nesse sentido, eu acredito que demonstrar o que se sente não representa desmérito algum, mas, sim, uma manifestação de coragem, ousadia e liberdade para se ser autêntico consigo mesmo e a quem você dedica a sua energia afetiva, externando o que há ou não de melhor em você como uma forma legítima de expressão de carinho e não uma estratégia calculada, como forma pretensa de ganhar alguns pontos ao seu favor.

- "Por essas e outras, em se tratando de demonstrar os meus sentimentos, eu prefiro pecar por excesso do que por omissão, porque quando você é verdadeiro e intenso ao se expor ao máximo é impossível você não deixar marcas pronfundas e inesquecíveis no coração de quem você gosta e tem alguma estima por você. Se amar é demonstrar o que se sente sem reservas e sem restrições, da maneira mais espontânea que alguém pode ser, sem se preocupar com o que vão dizer, é assim que eu quero amar você."

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