Nós podemos nos destacar no meio da multidão, sermos notados pelos nossos encantos e talentos, destacarmos em algumas áreas da vida prática, servimos de exemplo ou de destaque aos olhos dos outros, enfim, nos sobressairmos em “n” possibilidades, existindo no tempo, ao vento, em cada momento. Mas...
A vida é infindavelmente maior do que nós mesmos, como também, maior do que a pequenitude expressa em cada um de nós, abrindo um vazio enorme no meio do nosso peito, quão vazio pode ser um buraco negro repleto de caos, ecoando um silêncio inquietante e espaçoso pela casa, pelo quarto, pelo banheiro, pelos sentidos, e até mesmo em nós, evidenciando a dimensão una, nua e crua, individual, como elementos únicos e particulares que a existência humana se propaga, onde nada podemos fazer contra ela, nem num momento de pura revolta ou desespero ou contestação, sendo mais um grão de areia em contato e em relação com outros grãos de areia que juntos integram uma duna ou várias dunas coletivas de individualidades.
Não há quem não tenha passado nesta vida, em um dado momento, a sensação de ter experimentado o sentimento de impotência diante dela, em situações que elas nos coloca em xeque para aprendermos a lidar com os insucessos e os desapegos expressos nas perdas, nas frustrações, nas derrotas e, principalmente, nas situações que não podem ser evitadas, transformadas e controladas, contrariando a nossa vontade e vaidade e nosso orgulho.
- “Assim, cai por terra qualquer superego inflamado, comprimindo-se e debatendo-se em si, ao constatar a sua insignificância e mortalidade, deparando-se com a verdade absoluta de que ele não é Deus. Até os deuses da mitologia grega pagaram um alto preço, entre dramas, batalhas e infortúnios por serem deuses, quem dirá o que um mero, frágil e imperfeito mortal precisa passar, enfrentar e superar para viver.”
Até a pequenitude humana é comum a todos, mas, não vamos compará-la a pequenez humana ou a mediocridade dos tolos, porque só os tolos se julgam os melhores, os mais perfeitos e acreditam ser verdadeiros deuses. Pretensamente esquecem de que não são mais do que tolos.
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