Quem nunca ouviu falar daquele departamento específico em centros comerciais e ambientes públicos, onde o fluxo humano é intenso e por causa do corre-corre ou por mero esquecimento ou distração, nós acabamos esquecendo algum objeto pessoal?!!! É, ele mesmo, a seção de “AP”, Achados & Perdidos.
“Eu não sei sobre o caso de vocês, mas, no meu caso em especial, eu nunca encontrei lá algo que eu precisasse recuperar, talvez, porque eu não seja tão descuidado assim ou eu não dê muito cartaz ao objeto perdido, (o que se foi, já foi, não volta mais), ou, eu não me recorde agora de algum caso exponencial que merecesse ser retratado.”
No entanto, se pararmos para pensar, existe o grande Departamento de Achados & Perdidos que nos relacionamos todos os dias: O da Vida!!! Quantas vezes a gente se achou ou se perdeu no meio dos nossos próprios dilemas e diversas situações?!!! Quantas vezes nós fomos achados e perdidos pelos outros?!!! Quantas vezes nós passamos por importantes encontros e desencontros nessa vida?!!!
- “Muitos, naturalmente. Entretanto, eu ainda não parei para mensurar essa %, “A” versus “P”, porque o meu temperamento não me deixa remoer o que passou (embora marcas significativas sempre estejam ali, presentes no nosso inconsciente, independente da nossa vontade) ou eu parado no tempo ou preso ao passado. Meu tempo é o presente. Muito embora, analisar os aspectos e os fatos anteriores seja importante, hoje e sempre, mas, alguns deles escapam da nossa memória, principalmente para aqueles que têm memória seletiva como eu – O que merece cartaz e ensinamentos importantes eu arquivo, o que é desnecessário e irrelevante eu deleto.”
Eu posso até tentar esse exercício, mas, eu não descarto a hipótese de ter esquecido fatos relevantes, mas, eu aceito o desafio.
Relógio Cronológico: OUT/1977 a SET/2008.
Persona em questão: Dan.
Datas e fatos (Achados e/ou Perdidos):
1977 – Chego ao mundo, em Fortaleza, às 7h da manhã, segundo a minha certidão de nascimento. Com certeza, um ACHADO para a minha família, sobretudo para “Filozinha”;
1981 – O falecimento do meu pai, em circunstâncias covardes e ambiciosas por disputas de terras em Caucaia, o vizinho do sítio ao lado, queria as nossas terras. Primeira PERDA significativa para a minha família, principalmente para a minha mãe e as minhas irmãs. Embora, eu não tenha sentido a morte dele, por eu ser muito pequeno ainda, mas, as conseqüências disso foi não ter a figura paterna presente e está cercado pelo universo feminino, por todos os lados;
1984 – Filosoficamente, a minha infância começava a ser violada, sem eu me dar conta. A ingenuidade infantil começa a ser PERDIDA aí. O mundo perfeito no qual eu viva, cercado de amor, mimos e proteção, já demonstrava sinais de que não era tão perfeito assim, à medida que eu comecei a perceber a realidade do mundo, mesmo que de forma inocente e ingênua, por intermédio das maldades do mundo e das segundas intenções dos homens;
1985 – Primeiros contatos com o universo sexual e a descoberta do corpo. Tentaram arrancar a minha ingenuidade de toda forma, mesmo eu não tendo a noção de maldade e de pecado formada na minha cabeça, não conseguiram me corromper e nem me violar. Rs... A PERDA da minha ingenuidade, ainda não definitiva, lá me deixava em alerta para algumas situações;
1986 – Primeiro contato com São Paulo. Minha irmã do meio se casou e veio morar aqui. Passei dois meses de muita diversão, entre viagens ao interior, passeios pela cidade e desfrutando das benesses que a Rede Novotel podia me proporcionar. Um ACHADO de férias naturalmente;
1987 – Minha despedida do Instituto Educacional Alvorada, escola maravilhosa, de cunho familiar, onde eu passei toda a minha infância, do maternal a 4ª série. Marcada por sucessivos momentos de pura felicidade. O que deveria ser motivo de tristeza, de perda, era o passaporte para uma nova fase escolar. O “Alvorada” foi um ACHADO na minha vida, na minha infância;
1987 – A PERDA da minha virgindade de fato, mas, sem muita noção do que isso representa na vida de alguém. Precoce, tudo bem, mas, eu sempre fui muito precoce mesmo, mesmo de que forma desastrada;
1988 a 1994 – Meu ingresso no Colégio Batista Santos Dumont. Colégio que eu sempre quis ingressar, estudando da 5ª série ao 3º ano científico. Nesse colégio, eu tive grandes alegrias, fiz grandes amizades, muitas das quais são para a vida inteira e, em parte, os meus amigos da 5ª D que seguimos juntos até o 2º ano M4, dispersando no 3º ano por motivos de vestibular e cursos em áreas diferenciadas, ainda mantenho contato, fiz grandes descobertas e vivenciei experiências maravilhosas. Sabe aquela sensação de que: Se eu tivesse que voltar no tempo e eu pudesse escolher o mesmo colégio e a mesma turma para estudar, com certeza, seria a mesma. Não poderia ser diferente, o Colégio Batista foi um ACHADO pra mim, para a minha adolescência;
1994 – Pessoalmente, foi um ano complicado para mim, por causa da pressão da minha família em ter passar no vestibular, foi algo que me deixou muito ansioso, me fazendo engordar bastante, ficando com 131 kl e a auto-estima lá em baixo. Embora, eu sempre tivesse sido “gorduxito”, eu tinha chegado ao meu máximo. Isso por si só, já era uma PERDA pessoal, aliada a ter levado a minha primeira “bomba” no vestibular da UFC, em Psicologia;
1995 – Foi um ano marcado por transformações pessoais e um divisor de águas na minha vida pessoal e acadêmica, entre mais ACHADOS do que PERDIDOS. Nesse ano, no dia 01/01, eu iniciei O Regime da minha vida, o definitivo entre tantas tentativas anteriores, porque eu perdi 80 kl e até hoje, eu não ultrapassei além dos 80 kl, lutando constantemente para manter o peso ideal, isso há 12 anos (A); eu encarei o cursinho com seriedade, também para Psicologia, sendo aprovado no vestibular 95.2 como 17º classificável (A) e, por uma vaga e um golpe de azar, eu não ingressei no curso (P) – nesse período, esse curso era bastante concorrido na UNIFOR e não sobrava vagas; e revoltado com essa situação, abandonei o cursinho por 6 meses (P), fui fazer curso de informática (A), que estava no seu auge; e, da forma mais despretensiosa do mundo, eu fui fazer o vestibular 96.1, também na UNIFOR, para Ciências Sociais (curso que na época eu não fazia a menor noção do que se tratava), porque a minha intenção era apenas verificar o que eu ainda sabia do conteúdo das provas, porque eu havia conseguido me matricular no melhor cursinho de pré-vestibular da época em Fortaleza – O Espaço Aberto (A). Mas, eu fui aprovado nesse vestibular (A) em boa colocação, desistindo de prestar vestibular para Psicologia e fazer cursinho no Espaço Aberto;
1996 – Ingressei na UNIFOR, cursando Ciências sociais de 1996 a 2000, graduando-me em Bacharelado e Licenciatura. Embora, não fosse o meu sonho de infância ou a minha vocação profissional, eu aprendi a gostar do curso e através dele consegui três importantes estágios, participei de eventos acadêmicos (Congressos, Encontros Nacionais de Estudantes (ENECS), Palestras), apresentando trabalhos em outros estados e fazendo mini-cursos, fui considerado como um bom aluno no meu centro, representando o curso em reportagens para o Jornal Diário do Nordeste e respeitado pelos meus amigos e colegas de curso. No decorrer da minha graduação, o curso foi um ACHADO;
1996 – Eu consegui o meu primeiro estágio acadêmico, na extinta COHAB. Breve, mas, interessante, atuando como agente comunitário no Programa Pirambu, Terra da Gente (Ui... rs... muitas aventuras exóticas para contar). Primeiro ACHADO profissional;
1996 – 1998 – Por motivos emocionais, em parte oriundas por uma grande decepção afetiva, eu entrei numa profunda depressão. Depressão essa que eu me recuperei, quando eu tirei do pedestal o objeto do meu desejo, tornando-a numa persona discutível, e investindo prioritariamente em mim. Nesse intervalo de tempo, eu me PERDI completamente de mim, da minha família, dos meus amigos. Mas, foi preciso eu passar por isso para eu me fortalecer e me encontrar novamente;
1998 – Eu vivi três ACHADOS significativos: A sorte e a competência (modéstia a parte) de ter sido o escolhido entre tantos universitários das três principais universidades de Fortaleza (UFC, UECE e UNIFOR) para estagiar na área de RH da TELECEARÁ (A); ter viajado para Juiz de Fora/ MG para participar do meu primeiro ENECS, ainda como ouvinte, sendo uma experiência muito especial, para o meu engajamento acadêmico ao curso e conhecer colegas do movimento estudantil (A); e também realizei a minha primeira viagem ao Rio de Janeiro, criando-se laços profundos com a cidade e os cariocas (A). Amo o Rio, não tem jeito, mesmo com o seu caos urbano – morro x asfalto;
1999 – Eu vivi cinco ACHADOS significativos: Foi um ano muito marcante afetivamente para mim, eu consegui sair completamente da nebulosidade que eu me encontrava, para passar o ano inteiro entre sucessivos namoros, aventuras, desencontros, etc. e tal. Deve ter sido a explosão da minha sexualidade, período em que as coisas aconteciam sem grandes entraves, deixando-me com muita saudade (A); eu consegui renovar o meu estágio na TELECEARÁ, numa época delicada e instabilidade na empresa, devido à privatização dela, tornando-se TELEMAR (A); ter participado do ENECS em Natal, agora apresentando trabalho (A); ter realizado o meu estágio em Licenciatura no Colégio Piamarta (A); e ter passado o meu primeiro reveillon em Jericoaquara (A);
2000 – Ter me formado no curso de Ciências Sociais, mesmo não tendo certeza, se era isso mesmo o que eu queria pra mim profissionalmente. Mas, mesmo sendo um campo restrito de trabalho em Fortaleza, eu consegui atuar na área da pesquisa acadêmica, orientando os meus queridos “universo-burrinhos”, entre 1998 a 2007. Considero essa conquista como um ACHADO. Ah, não posso esquecer que ter participado da Sociedade Brasileira Pesquisa Científica (SBPC) em Brasília, apresentando a minha monografia no evento, sendo bem marcante também (A), além de ter participado duas semanas depois, do ENECS no Rio, também apresentando a minha monografia (A);
2001 – Ter participado do ENECS em Recife, agora, sem qualquer vínculo junto a UNIFOR. Fui mais para fazer turismo do que qualquer coisa. Ter conhecido Recife Antigo e Olinda foram uns ACHADOS, sim!!!;
2003 – Foi um ano em que as PERDAS e os ACHADOS oscilaram sucessivamente. Embora, eu tenha levado bomba no processo de seleção do mestrado na UFRJ (P), ter passado duas semanas no Rio, xarlando, de pernas para o ar, e conhecendo uma galera animal, com quem eu ainda tenho contato e estive recentemente (2008) foi tudo de bom (A). Embora o meu namoro-casamento de quase 3 anos, estivesse em crise (P), aprendi lições preciosas do que eu não quero para mim numa relação e o que eu não tolero da persona que esteja comigo (A);
2004 – Tomei a melhor decisão que eu poderia ter tomado, ter finalizado um namoro cansadíssimo e ter resguardado a minha paz de espírito. Claro que, no decorrer do ano, muitas bocas foram beijadas. Só ACHADOS, apesar de não ter encontrado ninguém que eu pudesse realmente me apaixonar;
2005 – O principal ACHADO desse ano chama-se AMIZADE. Eu ter ingressado no universo do Orkut, ter feito novas amizades e reencontrado velhos amigos, que a vida fez nos colocar em caminhos diferentes, sobretudo a minha turma do Colégio Batista, ter conhecido o meu melhor amigo que, apesar da distância e do pouco contato, é alguém que eu confio plenamente;
2006 – Dois principais ACHADOS vivenciados: Eu ter conhecido alguém muito especial no outro lado do atlântico, por quem ainda tenho um grande carinho, apesar da nossa história não ter dado parte, grande parte, pela minha falta de impaciência e ansiedade, não quis esperar o desfecho do nosso namoro a distância; e o meu primeiro reveillon em Canoa Quebrada;
2007 – Talvez tenha sido um dos anos mais marcantes da minha vida, embora, eu tido mais ACHADOS (Ter completado 30 anos; ter reencontrado Sampa, após anos de não-visitação; ter conhecido pessoais especiais; ter a real dimensão de quem é quem ao meu lado e quem eu posso confiar e contar de fato, porque, Deus é tão bom, que ele mostra quem são as pessoas de fato, principalmente aquelas que usam máscaras e romper com elas não é difícil e não representa um problema algum; ter acreditado, num primeiro momento, que o projeto de fazer o mestrado na USP era um sentido para a minha vida; ter iniciado o meu projeto de pesquisa e as orientações sobre o meu tema; ter me divertido intensamente nas baladas; e ter parido o meu blog, meu diário de bordo, “Amém, Desejo... Amém!!!”;), do que perdas, embora eu tenha sofrido A MAIOR PERDA da minha vida, o falecimento da minha mãe – diante dela, quaisquer perdas são irrisórias, sem qualquer importância (ter terminado dois namoros que não tinham a menor condição de dar certo, distância e imaturidade são inconciliáveis para mim – não tenho paciência para isso);
2008 – Eu também acredito por ter passado por mais ACHADOS do que PERDAS, embora algo foi sentido e aprendido até aqui: Fazer apostas arriscas e tomar decisões sobre forte “stress” e, em pouco tempo, podem ser precipitadas, significando ônus. Mas, toda aprendizagem é válida, nos ensina a viver. Nesse último ano, a sensação que me deu foi que eu cresci tudo o que eu não cresci em uma década, em todos os sentidos.
No mais, ainda há muito para o que achar e ser achado, o que perder e ser perdido. A vida é assim mesmo, ninguém consegue passar impune ou em brancas nuvens por ela, se o fez, não viveu, “não é mesmo, Leonardo?!!!”.
“Eu não sei sobre o caso de vocês, mas, no meu caso em especial, eu nunca encontrei lá algo que eu precisasse recuperar, talvez, porque eu não seja tão descuidado assim ou eu não dê muito cartaz ao objeto perdido, (o que se foi, já foi, não volta mais), ou, eu não me recorde agora de algum caso exponencial que merecesse ser retratado.”
No entanto, se pararmos para pensar, existe o grande Departamento de Achados & Perdidos que nos relacionamos todos os dias: O da Vida!!! Quantas vezes a gente se achou ou se perdeu no meio dos nossos próprios dilemas e diversas situações?!!! Quantas vezes nós fomos achados e perdidos pelos outros?!!! Quantas vezes nós passamos por importantes encontros e desencontros nessa vida?!!!
- “Muitos, naturalmente. Entretanto, eu ainda não parei para mensurar essa %, “A” versus “P”, porque o meu temperamento não me deixa remoer o que passou (embora marcas significativas sempre estejam ali, presentes no nosso inconsciente, independente da nossa vontade) ou eu parado no tempo ou preso ao passado. Meu tempo é o presente. Muito embora, analisar os aspectos e os fatos anteriores seja importante, hoje e sempre, mas, alguns deles escapam da nossa memória, principalmente para aqueles que têm memória seletiva como eu – O que merece cartaz e ensinamentos importantes eu arquivo, o que é desnecessário e irrelevante eu deleto.”
Eu posso até tentar esse exercício, mas, eu não descarto a hipótese de ter esquecido fatos relevantes, mas, eu aceito o desafio.
Relógio Cronológico: OUT/1977 a SET/2008.
Persona em questão: Dan.
Datas e fatos (Achados e/ou Perdidos):
1977 – Chego ao mundo, em Fortaleza, às 7h da manhã, segundo a minha certidão de nascimento. Com certeza, um ACHADO para a minha família, sobretudo para “Filozinha”;
1981 – O falecimento do meu pai, em circunstâncias covardes e ambiciosas por disputas de terras em Caucaia, o vizinho do sítio ao lado, queria as nossas terras. Primeira PERDA significativa para a minha família, principalmente para a minha mãe e as minhas irmãs. Embora, eu não tenha sentido a morte dele, por eu ser muito pequeno ainda, mas, as conseqüências disso foi não ter a figura paterna presente e está cercado pelo universo feminino, por todos os lados;
1984 – Filosoficamente, a minha infância começava a ser violada, sem eu me dar conta. A ingenuidade infantil começa a ser PERDIDA aí. O mundo perfeito no qual eu viva, cercado de amor, mimos e proteção, já demonstrava sinais de que não era tão perfeito assim, à medida que eu comecei a perceber a realidade do mundo, mesmo que de forma inocente e ingênua, por intermédio das maldades do mundo e das segundas intenções dos homens;
1985 – Primeiros contatos com o universo sexual e a descoberta do corpo. Tentaram arrancar a minha ingenuidade de toda forma, mesmo eu não tendo a noção de maldade e de pecado formada na minha cabeça, não conseguiram me corromper e nem me violar. Rs... A PERDA da minha ingenuidade, ainda não definitiva, lá me deixava em alerta para algumas situações;
1986 – Primeiro contato com São Paulo. Minha irmã do meio se casou e veio morar aqui. Passei dois meses de muita diversão, entre viagens ao interior, passeios pela cidade e desfrutando das benesses que a Rede Novotel podia me proporcionar. Um ACHADO de férias naturalmente;
1987 – Minha despedida do Instituto Educacional Alvorada, escola maravilhosa, de cunho familiar, onde eu passei toda a minha infância, do maternal a 4ª série. Marcada por sucessivos momentos de pura felicidade. O que deveria ser motivo de tristeza, de perda, era o passaporte para uma nova fase escolar. O “Alvorada” foi um ACHADO na minha vida, na minha infância;
1987 – A PERDA da minha virgindade de fato, mas, sem muita noção do que isso representa na vida de alguém. Precoce, tudo bem, mas, eu sempre fui muito precoce mesmo, mesmo de que forma desastrada;
1988 a 1994 – Meu ingresso no Colégio Batista Santos Dumont. Colégio que eu sempre quis ingressar, estudando da 5ª série ao 3º ano científico. Nesse colégio, eu tive grandes alegrias, fiz grandes amizades, muitas das quais são para a vida inteira e, em parte, os meus amigos da 5ª D que seguimos juntos até o 2º ano M4, dispersando no 3º ano por motivos de vestibular e cursos em áreas diferenciadas, ainda mantenho contato, fiz grandes descobertas e vivenciei experiências maravilhosas. Sabe aquela sensação de que: Se eu tivesse que voltar no tempo e eu pudesse escolher o mesmo colégio e a mesma turma para estudar, com certeza, seria a mesma. Não poderia ser diferente, o Colégio Batista foi um ACHADO pra mim, para a minha adolescência;
1994 – Pessoalmente, foi um ano complicado para mim, por causa da pressão da minha família em ter passar no vestibular, foi algo que me deixou muito ansioso, me fazendo engordar bastante, ficando com 131 kl e a auto-estima lá em baixo. Embora, eu sempre tivesse sido “gorduxito”, eu tinha chegado ao meu máximo. Isso por si só, já era uma PERDA pessoal, aliada a ter levado a minha primeira “bomba” no vestibular da UFC, em Psicologia;
1995 – Foi um ano marcado por transformações pessoais e um divisor de águas na minha vida pessoal e acadêmica, entre mais ACHADOS do que PERDIDOS. Nesse ano, no dia 01/01, eu iniciei O Regime da minha vida, o definitivo entre tantas tentativas anteriores, porque eu perdi 80 kl e até hoje, eu não ultrapassei além dos 80 kl, lutando constantemente para manter o peso ideal, isso há 12 anos (A); eu encarei o cursinho com seriedade, também para Psicologia, sendo aprovado no vestibular 95.2 como 17º classificável (A) e, por uma vaga e um golpe de azar, eu não ingressei no curso (P) – nesse período, esse curso era bastante concorrido na UNIFOR e não sobrava vagas; e revoltado com essa situação, abandonei o cursinho por 6 meses (P), fui fazer curso de informática (A), que estava no seu auge; e, da forma mais despretensiosa do mundo, eu fui fazer o vestibular 96.1, também na UNIFOR, para Ciências Sociais (curso que na época eu não fazia a menor noção do que se tratava), porque a minha intenção era apenas verificar o que eu ainda sabia do conteúdo das provas, porque eu havia conseguido me matricular no melhor cursinho de pré-vestibular da época em Fortaleza – O Espaço Aberto (A). Mas, eu fui aprovado nesse vestibular (A) em boa colocação, desistindo de prestar vestibular para Psicologia e fazer cursinho no Espaço Aberto;
1996 – Ingressei na UNIFOR, cursando Ciências sociais de 1996 a 2000, graduando-me em Bacharelado e Licenciatura. Embora, não fosse o meu sonho de infância ou a minha vocação profissional, eu aprendi a gostar do curso e através dele consegui três importantes estágios, participei de eventos acadêmicos (Congressos, Encontros Nacionais de Estudantes (ENECS), Palestras), apresentando trabalhos em outros estados e fazendo mini-cursos, fui considerado como um bom aluno no meu centro, representando o curso em reportagens para o Jornal Diário do Nordeste e respeitado pelos meus amigos e colegas de curso. No decorrer da minha graduação, o curso foi um ACHADO;
1996 – Eu consegui o meu primeiro estágio acadêmico, na extinta COHAB. Breve, mas, interessante, atuando como agente comunitário no Programa Pirambu, Terra da Gente (Ui... rs... muitas aventuras exóticas para contar). Primeiro ACHADO profissional;
1996 – 1998 – Por motivos emocionais, em parte oriundas por uma grande decepção afetiva, eu entrei numa profunda depressão. Depressão essa que eu me recuperei, quando eu tirei do pedestal o objeto do meu desejo, tornando-a numa persona discutível, e investindo prioritariamente em mim. Nesse intervalo de tempo, eu me PERDI completamente de mim, da minha família, dos meus amigos. Mas, foi preciso eu passar por isso para eu me fortalecer e me encontrar novamente;
1998 – Eu vivi três ACHADOS significativos: A sorte e a competência (modéstia a parte) de ter sido o escolhido entre tantos universitários das três principais universidades de Fortaleza (UFC, UECE e UNIFOR) para estagiar na área de RH da TELECEARÁ (A); ter viajado para Juiz de Fora/ MG para participar do meu primeiro ENECS, ainda como ouvinte, sendo uma experiência muito especial, para o meu engajamento acadêmico ao curso e conhecer colegas do movimento estudantil (A); e também realizei a minha primeira viagem ao Rio de Janeiro, criando-se laços profundos com a cidade e os cariocas (A). Amo o Rio, não tem jeito, mesmo com o seu caos urbano – morro x asfalto;
1999 – Eu vivi cinco ACHADOS significativos: Foi um ano muito marcante afetivamente para mim, eu consegui sair completamente da nebulosidade que eu me encontrava, para passar o ano inteiro entre sucessivos namoros, aventuras, desencontros, etc. e tal. Deve ter sido a explosão da minha sexualidade, período em que as coisas aconteciam sem grandes entraves, deixando-me com muita saudade (A); eu consegui renovar o meu estágio na TELECEARÁ, numa época delicada e instabilidade na empresa, devido à privatização dela, tornando-se TELEMAR (A); ter participado do ENECS em Natal, agora apresentando trabalho (A); ter realizado o meu estágio em Licenciatura no Colégio Piamarta (A); e ter passado o meu primeiro reveillon em Jericoaquara (A);
2000 – Ter me formado no curso de Ciências Sociais, mesmo não tendo certeza, se era isso mesmo o que eu queria pra mim profissionalmente. Mas, mesmo sendo um campo restrito de trabalho em Fortaleza, eu consegui atuar na área da pesquisa acadêmica, orientando os meus queridos “universo-burrinhos”, entre 1998 a 2007. Considero essa conquista como um ACHADO. Ah, não posso esquecer que ter participado da Sociedade Brasileira Pesquisa Científica (SBPC) em Brasília, apresentando a minha monografia no evento, sendo bem marcante também (A), além de ter participado duas semanas depois, do ENECS no Rio, também apresentando a minha monografia (A);
2001 – Ter participado do ENECS em Recife, agora, sem qualquer vínculo junto a UNIFOR. Fui mais para fazer turismo do que qualquer coisa. Ter conhecido Recife Antigo e Olinda foram uns ACHADOS, sim!!!;
2003 – Foi um ano em que as PERDAS e os ACHADOS oscilaram sucessivamente. Embora, eu tenha levado bomba no processo de seleção do mestrado na UFRJ (P), ter passado duas semanas no Rio, xarlando, de pernas para o ar, e conhecendo uma galera animal, com quem eu ainda tenho contato e estive recentemente (2008) foi tudo de bom (A). Embora o meu namoro-casamento de quase 3 anos, estivesse em crise (P), aprendi lições preciosas do que eu não quero para mim numa relação e o que eu não tolero da persona que esteja comigo (A);
2004 – Tomei a melhor decisão que eu poderia ter tomado, ter finalizado um namoro cansadíssimo e ter resguardado a minha paz de espírito. Claro que, no decorrer do ano, muitas bocas foram beijadas. Só ACHADOS, apesar de não ter encontrado ninguém que eu pudesse realmente me apaixonar;
2005 – O principal ACHADO desse ano chama-se AMIZADE. Eu ter ingressado no universo do Orkut, ter feito novas amizades e reencontrado velhos amigos, que a vida fez nos colocar em caminhos diferentes, sobretudo a minha turma do Colégio Batista, ter conhecido o meu melhor amigo que, apesar da distância e do pouco contato, é alguém que eu confio plenamente;
2006 – Dois principais ACHADOS vivenciados: Eu ter conhecido alguém muito especial no outro lado do atlântico, por quem ainda tenho um grande carinho, apesar da nossa história não ter dado parte, grande parte, pela minha falta de impaciência e ansiedade, não quis esperar o desfecho do nosso namoro a distância; e o meu primeiro reveillon em Canoa Quebrada;
2007 – Talvez tenha sido um dos anos mais marcantes da minha vida, embora, eu tido mais ACHADOS (Ter completado 30 anos; ter reencontrado Sampa, após anos de não-visitação; ter conhecido pessoais especiais; ter a real dimensão de quem é quem ao meu lado e quem eu posso confiar e contar de fato, porque, Deus é tão bom, que ele mostra quem são as pessoas de fato, principalmente aquelas que usam máscaras e romper com elas não é difícil e não representa um problema algum; ter acreditado, num primeiro momento, que o projeto de fazer o mestrado na USP era um sentido para a minha vida; ter iniciado o meu projeto de pesquisa e as orientações sobre o meu tema; ter me divertido intensamente nas baladas; e ter parido o meu blog, meu diário de bordo, “Amém, Desejo... Amém!!!”;), do que perdas, embora eu tenha sofrido A MAIOR PERDA da minha vida, o falecimento da minha mãe – diante dela, quaisquer perdas são irrisórias, sem qualquer importância (ter terminado dois namoros que não tinham a menor condição de dar certo, distância e imaturidade são inconciliáveis para mim – não tenho paciência para isso);
2008 – Eu também acredito por ter passado por mais ACHADOS do que PERDAS, embora algo foi sentido e aprendido até aqui: Fazer apostas arriscas e tomar decisões sobre forte “stress” e, em pouco tempo, podem ser precipitadas, significando ônus. Mas, toda aprendizagem é válida, nos ensina a viver. Nesse último ano, a sensação que me deu foi que eu cresci tudo o que eu não cresci em uma década, em todos os sentidos.
No mais, ainda há muito para o que achar e ser achado, o que perder e ser perdido. A vida é assim mesmo, ninguém consegue passar impune ou em brancas nuvens por ela, se o fez, não viveu, “não é mesmo, Leonardo?!!!”.
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