... Por meus (quase) (breves) (constantes) (inalcançáveis) sonhos!!!
Deixando o meu lado cético de lado, pelo menos por esse “post”, mais uma vez, eu resolvi optar por mim, dando-me mais uma vez, quantas vezes forem necessárias, todas as chances kamikazes para eu arriscar, apostar e desejar alguns devaneios legítimos – aqueles que me fazem sentir um pouco mais vivo, mais pulsante, mais sonhador, apesar de todas e quaisquer angustias e contrariações trêmulas e sôfregas que possam aplacar os meus dias e sentidos. Não tem jeito, eu sou intrinsecamente intenso e inquieto demais para me contentar com pouco, com algumas migalhas, com falsas promessas, com castelos de areias, com uma vida expressa numa folha em branco. Talvez por isso falta-me a humildade dos sábios e eu acabe alheio aos alguns movimentos e algumas possibilidades aquém das minhas representações – todas pelas quais eu não esteja interessado, deixando-as passarem, escaparem, expirarem, sucumbirem.
- “Talvez, eu não esteja querendo abrir mão de alguns conceitos e algumas regras que eu estabeleci como importantes para mim, buscando ser idealmente um pouco mais feliz. E se elas estão no patamar acima dos meus olhos e longe do alcance das minhas mãos, eu tenho esse direito de sonhar, mesmo ficando restrito ao simples ato de esperar, esperar, esperar..., de constatar se são realizáveis ou não e de estar exposto às punhaladas que eu mesmo provoco na minha alma e coração quando me encontro subjugado a elas.”
Se optar por mim implica em dar um voto de confiança a magia da vida e a escrita do destino, mesmo mediante as frustrações, eu não tenho como abrir mão de alguns sonhos que constroem a minha essência. Arrepios, tremores, suspiros e passamentos fazem parte da vida e eu não sei viver pela metade.
- “Homens precisam de sonhos para viver, nessa máxima, eu não fujo a regra. Ou, paga-se o preço da amargura, por não crer e não ter sonhos, ou, paga-se o preço da bobeira, por crer ingenuamente no que de repente pode se configurar como inatingível.”
Entre ser amargo ou bobo, eu ainda prefiro ser um bobo sonhador, idealista e romântico, sentindo o meu peito ofegar, o meu sorriso expandir e os meus olhos brilharem, como também, ter a sensação de que a minha alma foi preenchida, por acreditar num “quem sabe, amanhã ou talvez”.
- “Tão complexo é ver os sonhos se esvaírem em sangue e escorrerem pelo ralo como também não tê-los, por mais, cansado que você possa estar. O estágio do cansaço, da descrença, procura negar, ocultar e fragmentar aspectos de nós mesmos que são partes de nós. Como estar completo, se falta uma parte de nós em nós?!!!”
Minha perdição é a completa lucidez de mim mesmo, que me radiografa até a alma, que conhece as minhas ênfases, intenções e fisionomias, que consegue ler as minhas entrelinhas e que enxerga qualquer pensamento em contraste e qualquer sentimento confuso que circulam dentro de mim. Eu não consigo me enganar, a verdade me salta aos olhos e a consciência grita, dizendo-me o que de fato acontece.
- “Não dá para me ocultar em mim mesmo. A lucidez revela qualquer mecanismo que eu busque ludibriar, seja querendo abrir mão de um simples desejo, não menos importante, ou o sonho intangível que eu quero para mim. Invisível aos olhos, mas em chamas no meu coração.”
Por mais que o cansaço se abata ao corpo, massifique as emoções, abale a fé e aprisione os sonhos, o vazio do que foi deixado de lado, continua ali, existindo e vazio, e quando houver a lacuna, a necessidade de preenchê-la também continuará ali, presente, latente, exigente e contestante, pedindo para ser ocupada.
- “Como eu posso negar a mim mesmo?!!! Como eu posso ignorar a minha luz, a minha alma, a minha consciência e o meu combustível?!!! Eu não consigo, por mais que eu queira me debater em mim mesmo como sinal de rebeldia, protesto e indignação.”
Definitivamente, o meu maior compromisso não é com os outros, mas, comigo mesmo.
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