segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Faxinando, faxinando, faxinando...




Acordei. Eu aumentei o som e comecei o meu dia tirando a poeira dos móveis, as impurezas acumuladas entre as frestas dos tacos e os tufos de pelos espalhados pela casa, retirando o lixo e faxinando o ambiente e a energia da casa (Ooops, um minutinho apenas, me deixa correr até o quarto para ascender o meu último incenso de cereja) para perfumar o lar e purificar a minha mente dos meus pensamentos críticos e mundanos e fortalecer a minha alma.

E, nessa estufa abafada, abri as janelas para ventilar os cômodos e refrescar eu e as duas gatinhas desse calor infernal, além de hidratar o meu corpo ainda ébrio do final de semana.

- “Quanto calor, Ui!!! Meu corpo está queimando em diferentes aspectos. Amém, Desejo... Amém!!!”


Faxinando, faxinando, faxinando... faxinando, eu percebi que eu preciso polir os meus conceitos e as minhas regras, livrando-me do dilema afetivo entre ter que escolher o “sonho”, aquele que se persegue por uma vida inteira, tal e qual aquele sonho, sonhado do jeitinho que eu sempre sonhei, ou ter que me contentar o que é possível ter.


- “Como se contentar com o que é possível ter, se o meu corpo não responde e as minhas mãos querem tocar nas estrelas?!!! Como desprezar tudo aquilo que te deixa excitado, elétrico, pulsante?!!! O que me martiriza é que o “sonho sonhado” sempre me remete a frustração e esse preço é cruel demais, quando se quer ter um sonho que lhe caiba dentro das mãos.”


“... Eu quero entender...

É melhor amar do que ser amado
É melhor doar do que receber
Isso é verdade!!!

Eu quero entender...”

(D’Black – Eu quero entender)


E quando não representamos os sonhos dos outros, ficamos alheios a escolha e nuamente expostos a rejeição e refém dos nossos sonhos frustrantes. É muito fácil criticar o outro quando nos sentimos desprestigiados, mas, quando ocorre o oposto, quando os outros não conseguem representar os nossos sonhos, nos contradizemos no discurso.

- “Digladia-mo comigo mesmo quando estou nessa situação. Eu sempre me proponho a dar pelo menos uma chance, mesmo, sabendo que não adianta andar na contramão, porque o que é morno, insosso, sem gosto, sem brilho e sem cor, não me preenche a alma, o desejo e o coração.”


E nesse meu jeito “lispectoriano” de ser, porque sim, “eu quero a minha realidade inventada”, sinto-me no direito de sonhar, de ter ao meu lado quem possa:

Irremediavelmente,
Abalar as minhas estruturas
Destruir as minhas resistências
Dominar os meus ímpetos
E descontrolar o implacável
Em momentos onde o descontrole se faz necessário

Preencher os meus dias,
As minhas horas,
E os meus pensamentos mais caviladores e sórdidos,
Deixando aquela sensação gostosa
De que não existem lacunas

Provocando-me muitos arrepios eletrizantes,
Muitos suspiros
Deixando-me ofegante e com as pernas bambas,
Iluminando os meus olhos
Refletindo-lhes estrelas e cometas
Arrancando-me sorrisos bobos e sem motivos
Aguçando todos os meus sentidos
Acelerando o meu órgão pulsante

Enfim,
Alguém que me tire do eixo
E me dê um beijo
Fazendo-me experimentar
O que eu ainda desconheço

(Daniel Igor, 27/10/2008)


- “É, meus amigos, eu quero alcançar o Oasis chamado felicidade.”


E entre o querer e o que é possível ter, eu sigo buscando exemplos, desculpas e ações que possam anular o comportamento que eu sempre sou combatível: “Não se permitir à”. Mas, para eu me permitir é preciso que eu esteja convencido de que é possível a tentativa, porque a química precisa despertar o vulcão adormecido dentro de mim. Não há o menor sentido reproduzir um discurso, passando de combatente a combatido.

- “Começo a crer, piamente, de que não devemos buscar o amor, mas, deixar-nos ser encontrado por ele, por mérito do merecimento. Porém, todavia, contudo, puta que pariu, “caralho de asa”, será que eu mereço?!!!”



... “A culpa não foi sua
Os caminhos não são tão simples
Mas, eu vou seguir...

Viajo em pensamentos
Numa estrada de ilusões
Que eu procuro dentro
Do meu coração

Toda vez que eu fecho os olhos é para te encontrar
A distância entre nós não pode separar
O que eu sinto por você
Não vai passar

1 minuto é muito pouco pra poder falar...”

(D’Black – 1 minuto)

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