Quem não tem uma história de carnaval para contar, "não é mesmo, Leonardo?!!!" Mas, o fato que eu irei contar para vocês, aconteceu na década de 80, aqui mesmo em Fortaleza. Paira no imaginário coletivo, se esse fato carnavalesco local não passa de uma lenda urbana ou se é realmente um fato verídico. Se é ou não, é uma história interessante...
No cenário carnavalesco de Fortaleza, um dos clubes mais tradicionais daqui, o Clube do Náutico, durante décadas organiza bailes e festas carnavalescas como o Carnaval da Saudade. Então, num desses bailes, uma moça jovem, esguia e cabelos longos e pretos, muito bonita por sinal, chegou em companhia das amigas, animadíssimas para cair na folia no Carnaval da Saudade.
Chegando lá, o trio de amigas chamaram logo a atenção dos solteiros que estavam ali no salão, loucos para caírem literalmente na folia, se é que vocês me entendem!!! rs... Mas, havia um jovem alto, loiro, de olhos claros e vestido de havaiano, que estava debruçado na sacada e avistou de longe a protagonista dessa história, que a chamaremos de Viviane (me esqueci o nome original da mocinha).
Depois de algumas marchinhas carnavalescas e frevos, algumas doses de ponche e paqueras mal sucedidas, o trio de amigas resolveram se separar e cada uma tentar encontrar um bom partido na festa. No caso de Viviane, por estar cansada, ela foi de encontro a sacada tomar ar fresca e descansar, sem ainda ter avistado o rapaz que a havia notado. Alguns minutos após a sua chegada, o rapaz se aproximou dela e se aprensentou. Ainda um pouco surpreendida com a abordagem, continuou conversando com ele.
Hora vai, hora vem... Músicas sucessivas tocando, o rapaz toma a iniciativa e a beija. Do beijo surge amor a primeira vista. E o clima de romance dura todo o baile, até que chega o momento da despedida. Ele diz a Viviane, que não mora em Fortaleza, mas que tinha vindo passar o Carnaval em Fortaleza e que iria embora para o Pará, seu estado de origem, quando o carnaval terminasse. Mas, os dias que antecipavam a sua viagem, ele gostaria muito de estar com ela.
- "Xiiiiiiiii, me lembrando dessa história, me fez lembrar do meu reveillon (2008) que passou... Eita lelê, testosterona pura!!!" rs...
Voltando ao que interessa. Ela muito surpresa com a confissão dele, não pensou muito em responder positivamente. Como estava envolvida e encantada com ele, atendeu o pedido dele prontamente. No dia seguinte marcaram de se encontrar. Se despediram nos portões do clube e ela voltou para o baile para reencontrar as amigas e contá-las o que havia acontecido.
No dia seguinte e todos os demais que anteciparam a sua partida, eles se encontraram e viveram intensamente o romance deles. No dia da viagem, ele pede Viviane em noivado e pede que ela o espere, porque ele iria para o Pará, resolveria a sua vida por lá, mas, voltaria para se casar com ela. Trocaram telefones e endereços e se despediram.
- "Xiiiiiiiiiiiiiiiii, essa história de voltar ao estado de moradia, resolver a vida e voltar para estar junto da persona em outro estado, me soa completamente familiar... Ui..."
Passou uma semana, nada de notícias. Passou um mês, nada dele se comunicar com ela e todas as cartas que ela havia enviado para ele, não haviam chegado no destino. Ela muito intrigada, sem ter a noção do que poderia estar acontecendo, resolveu ligar para o número telefônico que ele havia dado. Na primeira ligação, o telefone tocou, mas ninguém atendeu. Na segunda tentativa, uma senhora atendeu.
Conversando com essa senhora, Viviane havia contado que o rapaz que ela havia conhecido em Fortaleza no último Carnaval, havia a pedido em noivado e dado esse número para que ela pudesse falar com ele, uma vez que ela estava preocupada, porque ele não dava mais notícias. A senhora perguntou o nome e a descrição física dele e ela respondeu com riqueza de detalhes. Alguns minutos, após um silêncio desconcertante, a senhora disse a Viviane, que de fato, esse número é da casa dos pais desse rapaz, mas, que ele não morava mais lá, porque 1 ano antes, no carnaval anterior, ele tinha ido passar o carnaval em Fortaleza, mas tinha sido atropelado na Av. Beira Mar, na lateral do clube aonde eles haviam se conhecido, e havia falecido na hora do impacto, nem dando tempo de ser socorrido.
Perplexa com o que escutara, Viviane ainda foi consolada pela mãe do rapaz e desligou o telefone, em estado de choque, contando a sua mãe e suas amigas o que havia acontecido. Reza a lenda, que essa moça, agora uma mulher madura, nunca mais se recuperou desse golpe e ainda hoje faz tratamento psicológico para se recuperar dessa experiência sobrenatural.
- "Verdade ou mentira, quem sou eu para afirmar, mas é uma das histórias carnavalescas que o povo conta."
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