O drama vivido pelos refugiados é uma situação que impacta todos nós, independente de quais continentes eles estejam imigrando e suas motivações sejam eles foragidos de guerra e de regimes ditatoriais e terroristas, vítimas e sobreviventes de desastres naturais, fugitivos das situações adversas e degradantes dos seus países de origem. O fato é que os refugiados deixam tudo para atrás, agruras, traumas, dignidade, conforto, bens materiais, vida profissional e, muitas vezes, até as suas famílias, para embarcarem numa "caravana da coragem" repleto de sonhos e expectativas rumo ao desconhecido.
E quando eles fazem as suas travessias e chegam no Brasil?!!! Também é algo que me aflige profundamente. Não por ser anti-refugiados, mas, pelo Brasil ser um destino de chegada e não ter uma estrutura física e institucional adequada para recepcioná-los, consequentemente instalá-los, e dar o suporte necessário para que eles possam ser abraçados e naturalizados em nosso país.
Quando eles não ficam amontoados nos halls dos aeroportos internacionais, eles ficam reunidos em campos de refugiados improvisados até o dia em que são direcionados aos comitês e entidades que atendem esses grupos. Essa precariedade me deixa profundamente envergonhado.
Inegavelmente, somos um país receptivo e solidário e jamais viraríamos as nossas costas para algum imigrante em situação de degradação, mas, se o Brasil quer recebê-los que, pelo menos, tenham uma infraestrutura adequada para recebê-los, adequá-los e inseri-los dignamente em nosso país. Tudo isso para quê, uma população já fragilizada, não se fragilize ainda mais ao chegar aqui e tenha as minhas condições para dar continuidade às suas vidas.
Que esse processo de "boas vindas" não seja feito de qualquer jeito e a ausência de estrutura possa agravar ainda mais a saúde mental, física e emocional dos refugiados. Que ao dá-los apoio e uma série de oportunidades para que eles possam recomeçar de novo em solo brasileiro não seja apenas uma promessa e uma ilusão.
Se é para se comprometer com esse compromisso humanitário que o Estado e a Sociedade Civil façam com consciência e da melhor forma possível. Afinal, são vidas que passam à ser nossa responsabilidade, até o momento em que esse grupo possa sair dessa situação degradante e esteja inserida de fato em nossa sociedade.
A forma como eles são tratados aqui do Brasil quando desembarcam ou cruzam às fronteiras é algo que realmente me preocupa e me deixa inquieto. Não faz o menor sentido, trazê-los para cá para que eles ingressem numa rede de indigência e precariedade, unindo-se aos brasileiros que já estão - e também não deveriam estar.
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