segunda-feira, 3 de julho de 2023

André Valadão, Una Persona Non Grata

 




Na Década de 90, com o Boom das Igrejas Evangélicas e os seus pastores de reputação duvidosa (sem generalizações, claro), sobretudo aqueles que surgiram do dia para a noite, fazendo dos seus cultos um show sensacionalista e um verdadeiro "circo de horrores" (encenando as sessões de descarrego para entreter o público) via holofotes e se destacavam na TV e nas mídias da época como showmans e subcelebridades da fé, arrebanhando os fiéis das classes mais pobres (C e D), descontentes e não praticantes da Religião Católica e envoltos por sua própria ignorância, baixa escolaridade e pobreza - fruto das más condições sociais em que estavam expostos. As Igrejas Evangélicas encontraram um lacuna na Sociedade Brasileira para se estabelecer. 

Desde então, a Igreja Evangélica e os seus Ministérios já pregavam uma narrativa extremista, excludente e baseada no discurso de ódio: Seja não respeitando os Símbolos Católicos (Seus Santos, sua Simbologia e seus Rituais Religiosos - Quem não se lembra dos pastores queimando as imagens católicas?!!!) e denegrindo e desprestigiando a reputação da Igreja Católica e/ou Satanizando as Religiões de Matriz Africana e Indígena (Candomblé, Umbanda,...). De lá pra cá, o número de evangélicos no Brasil cresceu consideravelmente, assim como as Igrejas Evangélicas e os seus Templos conquistaram autonomia na Indústria Religiosa, onde o seu público alvo, os seus fiéis, é alvo de manipulação e da propagação ideológica da Extrema Direita defendo as suas pautas tradicionalistas e reacionárias. 

Cada um tem o direito de eleger a sua própria ideologia e viver de acordo com o que acredita, isso é indiscutível e democrático, todavia o que não pode ser feito e nem tolerado é ultrapassar todos os limites como o Pastor André Valadão vem pregando em seus cultos evangélicos, adotando uma narrativa homofóbica e criminosa, incitando os seus fiéis à cometeram violências e práticas hediondas (como assassinato) à Comunidade LGBTQIA+.

Até que ponto chegamos, graças à permissividade de todos nós, enquanto cidadãos brasileiros, pois, permitimos que as Igrejas Evangélicas tornassem palco para estimular à Intolerância Religiosa e também a Homofobia / GLBTfobia, além de formador ideológico dos valores de Extrema Direita e sua narrativa problemática e tóxica. 

Como Católico que eu sou, eu nunca saí por aí atacando ou desmerecendo a fé dos evangélicos, nem tão pouco dos outros fiéis das demais religiões e muito menos ateus. Isso se chama RESPEITO e TOLERÂNCIA RELIGIOSA. Nem tão pouco também usei da minha crença religiosa para instigar violência ou preconceito ou exclusão dos homossexuais ou quaisquer tipos humanos e seus respectivos grupos sociais. 

Como Cristão, o meu Deus, o que eu aprendi a amar e respeitar, é sinônimo de amor, respeito ao próximo (quanto ser humano), fraterno, acolhedor, inclusivo, generoso, bondoso, compreensivo e oferece segundas chances de arrependimento - Bem diferente do Deus pregado por esse pastor que não passa de um fanático religioso, sem nenhuma qualidade humana, ética e moral para ser "Ministro de Deus", baseado em suas palavras, práticas e convicções. 

Vamos assistir esse espetáculo de intolerância religiosa apenas como meros espectadores quando as incitações, ameaças e tragédias começarem à se cumprir?!!! Pois, estimuladas e convocadas elas já são escancaradamente, sem cerimônia e sem consciência nenhuma. 

Cadê o Ministro dos Direitos Humanos?!!! Cadê o Judiciário?!!! Cadê as Entidades em prol dos LGBTs?!!! Mais uma vez, tal prática vai ficar assim mesmo?!!! Vamos apenas assistir essa "persona non grata" agir deliberadamente sem nenhuma consequência legal?!!! 

Hoje, ele pede a morte dos homossexuais/LGBTQIA+, amanhã será qualquer outro grupo social minoritário. E assim vamos celebrando a impunidade, o preconceito, a segregação social, a intolerância religiosa e o extremismo ideológico.

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