Sabe o que eu mais gosto das novelas/séries turcas?!!! Diferentemente das brasileiras e latinas em geral, eles não são reféns do "Happy End". Eles compreendem que a dor, a tristeza, a miséria e o caos humano e as "maldições" (karmas) também fazem parte da jornada de cada um de nós, tal e qual a vida é, seja na vida real ou na ficção.
Principalmente, para nós, do Ocidente, durante a nossa infância e até mesmo depois dela, somos bombardeados com a ideia de que o "Happy End" é possível e o fim em si mesmo (a chegada), para alguns até seja assim e se concretize como assim. Nos contam tantos "contos de fada e da carochinha", que essa promessa de felicidade está tão introjetada em nós, que envergamos a vida, as relações e os acontecimentos, a partir de lentes "cor-de-rosa". Alguns ou, quiçá, muitos, romantizem tudo ao seu redor ligados no botão automático, perdendo objetividade e senso crítico para enxergar além e renovar (falsas) esperanças.
O que ilusoriamente para muitos é uma regra de fato pode ser apenas um exceção. Nem precisa ser turco ou do Oriente para se dar conta dessa perspectiva, basta apenas olhar para sua própria história e dos demais - nem tudo são flores ou felicidade plasmada em comercial de margarina.
É uma luta, é um trabalho constante. Tem que ser obstinado o suficiente para estar por inteiro e doar-se também por inteiro, se não, o "para sempre" torna-se finito, frágil e com data de validade, escapando entre os dedos e diante dos seus próprios olhos. O seu Happy End é uma construção diária e infindável, se você está disposto à e tem fé nele. Mesmo assim, não há garantias de êxito: Pode ser que ele aconteça ou não.
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