segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Se for reclame e imposição, é cobrança SIM!!!






Nos dias atuais e tão controversos, sensatez é para poucos. Justamente porquê, o bom senso não pode ser encontrado em qualquer esquina e nem está disponível para ser adquirido por aí, em qualquer bodega ou lojas do tipo. Assim, eu compreendo que para se ser sensato automaticamente você também precisa ser justo, empático (colocando-se no lugar do outro) e, na medida do possível, ter uma visão imparcial e total (tentando compreender a situação por todos os lados).

Dito isso, diante de um conflito emocional e de casal, além da sensatez, também é preciso ter equilíbrio e controle emocional para resolver os conflitos entre as partes envolvidas. Todavia, no calor do momento, seria pedir muito para quem está fora de si, sob forte stress emocional mantenha-se lúcido(a) e ponderado(a). Putz, os impulsivos que o digam. Mas, quando se trata de um relacionamento à dois, alguém precisa manter a cordura, a disposição ao diálogo e a prudência, caso contrário, o diálogo, o respeito e a parceria poderão ir para as cucuias, perdendo espaço para as reações coléricas (ódio, ira) e eventos violentos de passionalidade. Quem disse que estar num relacionamento é fácil, mentiu. Definitivamente, vivenciar o amor e construir uma relação não é para fracos, covardes e amadores.

Todo ser apaixonado espera do outro ser correspondido na mesma proporção, como se isso fosse possível, quantativamente  falando - até aí, tudo bem, compreensível a ansiedade e a carência humana. Mas, se não for psicologicamente bem elaborada, sensatamente compreendida, pode gerar problemas e conflitos para o casal. Cada um é uno e diferente, logo sente e demonstra os seus afetos à sua maneira. Não espere que o seu "amor" sinta e corresponda os seus anseios tal e qual como você sonhou. 

Quando surgem as primeiras frustrações, porquê as coisas não saíram como você gostaria, você precisa ser maduro o suficiente  para lidar com o gostinho amargo das suas frustrações. Quanto é maior a sua expectativa atribuída à algo ou alguém, se você não for correspondido, maior será a sua frustração, decepção e desencantamento. Como uma relação pode resistir assim?!!! 

Por isso, nunca se esqueça que você e só você é responsável por suas próprias expectativas e ilusões e não o outro. Primeiro, ele(a) não é sensitivo e nem tem super poderes para adivinhar o que se passa dentro da sua cabeça e do seu coração. Segundo, ele(a) não é obrigado(a) a preencher todas as suas lacunas e carências emocionais, se for assim, além de injusto é um duplo fardo - além dele(a), ainda tem que dar conta de você. Terceiro, cada um tem e é responsável em lidar e suprir o seu próprio universo emocional, pois cada um tem a sua própria maneira de pensar, sentir e se expressar. Você é você, ele(a) é ele(a). 





Diante tanta complexidade, não é errado esperar reciprocidade de quem você ama e se relaciona. É algo implícito, uma expectativa emocional comum e pertinente, considerando que uma relação à dois, só faz sentido se for uma via de mão dupla: dar e receber, se for espontaneamente, sem reclames e cobranças, melhor ainda. Porém, para ser uma manifestação de afeto recíproca, precisa ser natural e espontânea, caso contrário,  se a reciprocidade esperada passa ser expressa através de reclames, indiretas, ironias, discussões e conflitos (DRs que fala?!!!), ela se torna uma cobrança, um imposição. Ninguém é obrigado a amar e corresponder o carinho recebido à força. Quando mais fluido, natural e recíproco for a resposta/reação/consequência melhor será o carinho recebido/correspondido. Ansiedade, carência e insegurança apenas atrapalha e precipita o rompimento da relação.

É muito mais fácil atribuir ao outro a culpa e a responsabilidade quando um relacionamento chegou ao fim, sob uma perspectiva de fracasso, do que admitir a sua participação nessa fração. Logo, seja uma pessoa mais madura e sensata o suficiente para admitir que os sentimentos, as expectativas e as ilusões são responsabilidades suas e de mais ninguém, assim como você também contribuiu para o fim da relação.  

- "Esse clichezão de que foi apenas ele(a) errou, não existe e nem se mantem, porquê um erro induz ao outro. A responsabilidade é de ambos: 50% to 50%, independente da falha de que foi cometida e de quem cometeu".    


Uma relação baseada em constantes cobranças e imposições vai se tornando uma obrigação cansativa, matando os bons sentimentos por asfixia e a convivência vai se deteriorando e se desgastando com maior rapidez. E, se é para viver em pé de guerra, entre conflitos e insatisfações, pelo menos passe a cobrar do outro apenas aquilo que você é capaz de dar. Mas, quem quer viver com alguém assim, dentro de um relacionamento artificial, forçado e pouco espontâneo?!!! Se for o seu caso, também saiba que a cobrança é um mal sinal de que as coisas entre vocês não estão nada bem. O relacionamento está em crise, com possibilidades reais de se tornar tóxico e abusivo - se já não for.  

Quando a reciprocidade deixa de ser uma consequência espontânea, natural e prazerosa, é porquê ela se tornou uma chata e cansativa obrigação e, emocionalmente falando, não se mantém. Sentimentos são conquistados e estimulados diariamente (se somente se, sua intenção é construir uma relação séria e preservá-la à médio e longo prazos) e ainda não podem ser eficientemente formatados e friamente calculados (se assim for, nada mais é do que uma estratégia de conquista). Nesses termos, ficar exigindo do outro aquilo que ele não tem para te dar e nem investir em prol da relação é um grande risco a ser considerado, por isso, você está em todo o seu direito em aceitar ou não migalhas afetivas, indisplicência com a relação e até falta de consideração com você, apenas, primeiramente, não esqueça que o ponto de partida está em você...

- "Dom Quixote, tenha cuidado com os seus próprios moinhos de vento". 


Se você não aceita as limitações e as peculiaridades do outro, as diferenças sempre existirão, logo elas precisam ser complementares, reflita se você está preparado(a) emocionalmente para esse jogo de xadrez e paciência, se não, continue sozinho(a) ou vá fazer terapia individual e, se não for pedir muito, até de casal também está valendo.   




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