Só quem sabe quais são as incoerências que implicam a “loucura” de se acampar em frente ao posto de vendas dos ingressos do show da Madonna no Parque Antártica, ao relento e sem conforto nenhum, desde o dia anterior ao início oficial das vendas em Sampa, foi quem sentiu na própria pele o caos que perdurou das 9 horas da manhã, quando uma “gata garota” picareta de BH buscou organizar um sistema de senhas completamente furado, dando margens aos fura-filas, ao esgotamento de ingressos e muita, mais muita bagunça generalizada.
- “Se não bastasse o cansaço físico pelo desconforto e a tensão de ter que se deparar com situações desgastantes para respeitarem a ordem da fila, nós tivemos que nos deparar com a desorganização do “Tickets for fun”, empresa responsável pela organização da venda dos ingressos, que cá entre nós, realizou um trabalho porco e sujo, sendo amador e pouco experiente para organizar um evento dessa tal proporção. Se não fosse o policiamento na rua, durante toda a madrugada e durante as vendas, iniciadas às 10:00 horas, o caos teria sido pior.”
Também nos deparamos com “n” formas de burlar a compra dos ingressos, havendo casos de apreensão de ingressos e coerção de meliantes e cambistas que estavam nas filas, denúncias de abusos e infrações de idosos, idosas, gestantes, crianças de colo e deficientes que entravam na fila (destinada aos casos especiais) várias vezes para comprar os ingressos para outras pessoas, gente furando a fila na maior cara de pau, sendo pegos em flagrante e sendo acometidos de represálias e xingamentos de baixo calão. Uma algazarra e uma baderna que também tinha o seu lado engraçado da situação.
- “Foi uma baixaria... Um levante a cada momento que a fila andava lentamente. Uma sofreguidão e um desânimo para quem já estava na fila a mais de 10 horas como eu. Todavia, mesmo cansado, destruído por ter dormido 2h apenas, graças algumas latinhas de cerveja que eu havia tomado para relaxar e agüentar o puxão, caído pelas tabelas com o sol quente na cabeça e o ar carregado que dificultava a respiração, apesar dos pesares, eu ainda consegui superar tudo isso com muito bom humor.”
À medida que o tempo ia passando e a fila andando len-ta-men-te, nós corríamos os risco de que os ingressos fossem esgotados a cada momento, pois, a venda dos ingressos estava subordinada a venda online. Era a venda da internet que determinava a quantidade de vendas e os locais disponibilizados para o show. Além desse estresse, o sistema estava uma droga, caindo constantemente, e as informações que chegavam até nós eram desencontradas e errôneas.
- “Embora estivéssemos bem próximos da bilheteria, a sensação de “NUNCA TER VISTO UM PERTO TÃO LONGE” estava presente, e era estressante imaginar que havia probabilidades reais de não conseguir comprar os ingressos. Eu confesso que pensei algumas vezes que nós não iríamos conseguir, mas, espelhava-me na quantidade de fãs atrás do nosso grupo que tinham esperança de conseguir comprar os seus. Se eles tinham esperanças, quem seria eu para perder a minha fé.”
E para completar, além da turma ilegal que tentava burlar as vendas dos ingressos, adicionado ao cansaço físico da turma da fila, os mais estressadinhos perderam literalmente o rebolado. Os irritados criavam qualquer motivo para reclamar, protestar, criar confusão e outras baixarias. O que mais eu vi foi muito “bate-boca”.
- “Diante de todo o caos e as incoerências que estavam presentes nesse processo cansativo, de todas as formas, o que salvou o suplício foi o bom humor da galera mais “light” que fazia piada até da desgraça alheia, gritando que só havia os ingressos para o “corrimão inferior amarelo” e o “subsolo da pista vip” e gozando do desespero dos ansiosos.”
Apesar do caos, também houve momentos que valerão a pena estarmos ali e suportar tudo isso, como reforçar a amizade do trio, deixando-nos mais unidos diante das adversidades, fazer novas amizades com uma galera bem legal, que eles nos ajudaram a ter momentos mais agradáveis e divertidos, os vários “colírios” avistados ali, ainda bem, e o alívio de ter comprado o nosso ingresso – nadamos, nadamos e nadamos, sem morrer na praia.
- “Então, maratona encerrada, agora sim, com o ingresso na mão, vamos assistir a Madonna de perto no dia 18/12 lá no Morumbi. Até lá, vamos controlando a ansiedade e nos preparando para nos jogar na pista, literalmente. Amém, Desejo... Amém!!!”
Um comentário:
Nenem, só vc mesmo para descrever brilhantemente nossa jornada pró-madonna, porque foi, é vero, muito trash, mas conseguimos e arrasaremos, pq ela merece!
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