O que nos distancia da postura cruel, insensível, apática e indiferente é a Empatia: Essa força solidária e afetiva que nos faz "calçar o sapato do outro" por um breve instante, tentando compreender a dinâmica das relações, os fatos em si e os porquês que nos motivam à certas ações/reações. Se trata de um constante exercício de compreensão e acolhimento e não uma tentativa de fuga da realidade ou de dizer amém à tudo e a todos ou fechar os olhos para a realidade e/ou faltas cometidas ou "martelar" à culpabilidade de alguém, injusta e precipitadamente, baseando-se em prepotência, ignorância e preconceito, por a máxima em ter sempre razão, impor as suas regras e verdades, omissão e mero desconhecimento dos fatos.
Agora, por mais que você seja empático pelo outro, cada uma carrega a sua própria cruz e enfrenta a sua própria tempestade, pois, algumas dores e lições, por mais que possam ser divididas e compartilhadas, alguns desses ensinamentos são únicos e cada um de nós tem as suas próprias sinas e responsabilidades à serem cumpridas. Cada um tem o seu próprio caos para vencer ou render-se.
Problemas que não são meus, que não me dizem respeito e nem me afetam, objetivamente, não são seus. Como os problemas alheios não são os meus fardos, aqueles que eu precise carregá-los sobre os meus ombros por serem da minha responsabilidade, eu não trago comigo essa obrigatoriedade (não é que eu não possa pegá-los para si, mas, não é inteligível fazê-lo e, muito menos, o seu mood "mártir" beneficiaria o outro), afinal de contas, cada caminho para o autoconhecimento e a aprendizagem é uno, é egoísta e solitário e requer a sua cota de dores, suor e lágrimas (é assim com todo mundo e não podemos fugir disso). Não é poupando o outro de viver e aprender as suas próprias lições, experiências e batalhas internas e externas que ele se tornará alguém mais responsável e capaz para enfrentar o mundo.
Não dá para viver uma vida que não seja a sua própria, pois, quem tenta fazê-lo, acaba se esquecendo, distanciando-se e se perdendo de si mesmo. Ser empático não te faz um super-herói ou um mártir ou uma espécie de "faz e resolvi tudo". Ser empático não te faz um tolo de 1001 funções/utilidades e um para-raio dos problemas dos outros. Assim, em outras palavras, seja empático, porém, não se esqueça de que você tem a sua própria vida para cuidar, gerenciar e responder e uma evolução humana, energética e espiritual à construir e desenvolver.