Quando pensamos sobre a situação política, econômica e social da Venezuela, é impossível não sentir empatia por eles, até por sermos "hermanos" de continente e termos uma relação amistosa entre nós. Também não seria diferente por causa da nossa formação étnica e multicultural, onde os imigrantes são parte importante para definirmos como somos e como nos relacionamos com eles. Naturalmente, temos essa postura de acolhimento ao estrangeiro que chega ao Brasil, seja como turista ou refugiado, onde não precisamos de nenhuma intervenção de alguma Instituição e/ou ONG internacional para nos convence em sermos solidários. Espontaneamente estendemos à mão.
Porém, infelizmente, apesar de toda solidariedade e vontade que temos de ajudar e apoiar os nossos "hermanos" venezuelanos, economicamente, o Brasil não se encontra num melhor momento para acolhe-los e dar condições e oportunidades para integrá-los. Se o Brasil não consegue abraçar nem os seus filhos, quem dirá aos nossos convidados. Quanto à isso, estamos vivendo uma crise delicada e lamentável, onde estão acontecendo conflitos entre nós e eles, podendo também gerar uma crise diplomática entre Brasil e Venezuela.
Além da falta de estrutura das cidades fronteiriças não terem uma ampla estrutura para recebê-los e integrá-los socialmente, a falta de fiscalização e controle do número de venezuelanos ingressos no país, cria um excedente de pessoas nesses municípios que precisam sobreviver e acabam se sujeitando às condições precárias, sendo a porta de entrada deles na informalidade, indigência e na marginalidade. Se não bastasse isso, algumas doenças que já estavam erradicadas no Norte, surgiram novamente aqui oriundas dos imigrantes, trazendo mais impactos a nossa realidade social já tão impactada.
Diante tanto impacto junto, há também uma série de frustrações expressa em conflitos, violência, aumento de crimes e homicídios envolvendo venezuelanos e preconceito contra eles - caos. O fato é que o Brasil não tem condições de dar melhores condições de vida aos venezuelanos e suas famílias que buscam recomeçar aqui. Se por um lado não podemos fechar as nossas fronteiras por uma questão humanitária, por outra, seria justo jogá-los num buraco brasileiro chamado DESIGUALDADE SOCIAL e abandoná-los à toda sorte aqui?!!!
Sinto pesar nessa situação deles aqui, porquê, como latinos e sulamericanos, a solidariedade é lei, principalmente para enfrentar os momentos mais difíceis. Eu não queria ser pessimista, mas, diante da nossa crise, não somos o melhor país para acolhê-los e promover melhor qualidade de vida e cidadania. Só podemos oferecê-los pobreza, dificuldade e quiça, quem sabe, a promessa de melhores dias - não muito diferente o que já é prometido ao povo brasileiro. O "Pesadelo brasileiro" é o que lhes esperam. Sorte, luz e prosperidade à todos, sejam bazucas e/ou venezuelanos.
Eu sinto uma grande vergonha por toda essa situação de crise econômica e humanitária, tanto por eles como por nós também.
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