Embora a Anitta tivesse a intenção de se manter discreta e silenciosa para não impactar no processo eleitoral desse ano, querendo exercer o direito democrático e constitucional de manter seu voto em segredo e evitar polêmicas envolvendo o seu nome na campanha eleitoral, aconteceu o inverso: A sua postura política em não se posicionar contra a candidatura de Jair Bolsonaro nas redes sociais, não aderindo à #EleNao trouxe muita discussão e polêmica em torno da cantora, sendo duramente criticada pela Comunidade LGBT (ou parte dela) que é uma das comunidades que é entusiasta e apoiadora da sua carreira artística, pegando-a para Cristo por não gritar em alto e bom som a sua rejeição explícita à candidatura e postura homofóbica do principal algoz e inimigo político dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (atual líder nas pesquisas de intenções de voto na corrida presidencial no 1º turno), colocando em risco os direitos dos homossexuais. Nesse contexto, Anitta foi sugada para o olho do furacão, envolvendo-a nessa guerra eleitoral. Será que a principal cantora do Pop Nacional tem toda essa relevância política e o poder de influenciar o voto dos eleitores com a finalidade de apoiar à causa lgbt?!!!
Tudo indica e me leva à crer que toda essa polêmica criada pelo "Silêncio de Anitta", onde os militantes e ativistas em prol da bandeira do arco-íris, associados aos haters da cantora e os oportunistas partidários, ávidos pelo posicionamento político dela, criaram uma rede de intrigas e uma arapuca eleitoral forjada para atacar e promover uma campanha de desprestígio contra a cantora, como também torná-la um cabo eleitoral, usando a sua influência midiática nas redes sociais e o seu discurso como arma para ganhar votos junto ao público, fans e seguidores.
Não satisfeitos com a sua omissão política, a Comunidade LGBT a pressionou em suas redes sociais, com a intenção eleitoreira de coagi-la e obrigá-la a definir explicitamente a sua postura política e partidária e defensora da sua causa, Ao dar um check-mate na cantora, automaticamente a deixou numa situação difícil, numa "sinuca de bico" onde, seja qual fosse a sua posição política, apoiando ou não aos lgbts, e/ou rejeitando ou não ao candidato Bolsonaro, estaria sob alvo de críticas, ataques e manifestações de intolerância e preconceito por parte do grupo político não apoiado, dos haters, dos militantes oportunistas e ignorantes que manipulariam o discuso da Anitta e a distorção da sua imagem pública de acordo com os seus interesses eleitorais. O público que deveria acolhe-la e defendê-la, deu margem para que os eleitores e cabo eleitoral do Bolsonaro fossem em sua defesa, aproveitando-se da situação e da sua vulnerabilidade na mídia e nas redes. E viva a contradição eleitoral.
Pelo visto, quem caiu nesta arapuca eleitoral foram os "fans" gays da cantora que se deixaram contaminar pelo jogo político mal intencionado e mediados pelo oba-oba desse episódio e pela repercussão negativa gerada nas redes sociais se deixando manipular, acreditando nessa campanha de desprestígio contra a Anitta, duvidando do seu apoio à causa lgbt e aderindo aos boicotes contra ela. Será que eram realmente fans da cantora ou apenas meros seguidores de modismos e personalidades na mídia que se intitulavam como supostos fans?!!! Creio que não eram, porquê o discuso de ódio usado conta ela, é típico de quem não gosta da cantora e desconhecem a sua história de vida, proposta artística e trajetória de carreira, e, se eram, que admiração frágil nutriam por ela. Assim como a justificativa de "decepção" com a cantora por parte de alguns é desproporcional ao seu direito e liberdade em querer manter preservado o seu voto e a sua inclinação política e partidária. Quando você se propõe em defender uma causa por convicção, seja qual for, a sua defesa deve ser expressa em ações espontâneas e conscientes, sem ter a obrigação de seguir o modismo ou por coação e indução.
Eu me pergunto qual é o tipo de "fan" que induz o seu ídolo ao erro, colocando-o na berlinda e em situações polêmicas desnecessárias, constrangedoras e depreciativas, ridicularizando de propósito e servindo a sua cabeça numa bandeja de prata para ser alvo de deboche, ironia, ameaças e execração da opinião pública, como também, tornando vulnerável às críticas, calúnias, maledicências e fake news por parte daqueles que não o toleram, seja em forma de haters, amparados por seus próprios recalques, discursos de ódio e argumentos frágeis, e teia de intrigas criadas por alguns meios de comunicação sensacionalistas, que nem sempre prezam pela veracidade dos fatos e dão aquele toque de discórdia, intriga e veneno para satisfazer o instinto sanguinário do público que adora um barraco, e profissionais com ética duvidosa, jogando a celebridade /artista na cova dos leões com a intenção deliberada de arranhar e sujar a sua imagem e reputação junto aos olhos e a opinião do público, dos seus fans e seguidores,
Fan que é fan, que verdadeiramente cria um elo de admiração e afeto, jamais se prezaria à participar da caça às bruxas que Anitta enfrentou nesta semana, principalmente como ela vem construindo à sua relação com o público gay, incluindo-os e apoiando desde o início da sua carreira, como também, não é preciso dar munição aos "inimigos" que nunca se cansam de atacá-la através de polêmicas e fake news criadas com o seu nome, de ações preconceituosas e intolerância, tentando minar e destruir constantemente o seu talento, sua autoconfiança e sua carreira artística.
Vale salientar que todas as reivindicações políticas defendidas pela Comunidade LGBT são válidas e pertinentes a sua inclusão e visibilidade como cidadão brasileiro, uma vez que todo e qualquer individuo sem distinção merece ser tratado com respeito e civilidade e ter os seus direitos e cidadania assegurados. Deveria ser uma prerrogativa básica que nem deveria ser cogitada ou alvo de discussão, por se tratar de um direito inalienável. Nesses termos, quando é que a Comunidade LGBT irá assumir as suas próprias rédias como protagonista e defensor dos seus direitos no cenário político e diante das urnas?!!! Porquê não se torna uma comunidade politicamente ativa, coesa e organizada, lançando os seus próprios candidatos, pois eles são os mais apropriados para dar voz a sua voz e dar representatividade as suas causas e lutas por sentir na pele a violência da homofobia, preconceito e exclusão social, advogando em causa própria e não permitindo que as suas necessidades, urgências e aspirações continuem servindo de plataforma de governo e meras promessas eleitorais para favorecer as ambições políticas de outros partidos e políticos oportunistas que nada ter a ver com os seus próprios interesses.
É comodo como também arriscado ficar esperando que os outros grupos e movimentos sociais se compadeçam dos seus dramas ao invés de sair do armário, dar a cara para bater diante do julgamento e hipocrisia da sociedade e arregaçar as mangas para lutar por suas bandeiras e transformar o seu contexto e papel social. Porém, receber apoio dos demais ajuda e sensibiliza as suas causas, mas não hasteia a bandeira. Os LGBTs precisam compreender que precisam criar um sistema político para que eles possam se autorepresentar nas urnas e nos cargos políticos, porquê ainda há poucos homossexuais, assumidos ou não socialmente, que estejam dispostos à enfrentar com coragem, preparo, ousadia e disponibilidade a vida pública e a carreira política.
Embora eu seja sensível a essa temática, eu não posso compactuar com a injustiça e canalhada cometida contra à Anitta, pois discordo do método coercitivo utilizado nas redes sociais para arrancar uma confissão por sua parte, coagindo-a e ultrajando-a nas redes sociais a partir de ofensas e ameaças covardes, levianas e desnecessárias e criar ações de boicote contra ela e sua carreira, querendo jogá-la contra a opinião pública e aos olhos dos eleitores, seus fans e seguidores.
Apesar da Anitta ter muitos fans homossexuais, isso não os dá direito de exigir exclusividade à sua voz, até porquê ela não direciona a sua arte somente em prol de um único nicho, de uma única causa. Ela é sensível e está antena à outras causas inclusivas e sociais e comunidades igualmente importantes, justamente para tentar abraçar o seu público eclético e plural. Por isso mesmo, apoiar a causa lgbt não faz dela e nem a obriga assumir uma postura militante, até porquê existem outros artistas gays que podem e devem cumprir esse papel, se quiserem espontaneamente encabeçar essa responsabilidade de porta-voz e influenciador eleitoral. Não é porquê a cantora escolheu adotar uma postura mais discreta nessa eleição que ela esteja virando as costas ao seus fans gays e as causas lgbt, como também não apaga tantas vezes que ela acolheu a comunidade lgbt e seus representantes em seus trabalhos, promovendo o discurso de inclusão e acolhimento ao público gay, dando espaço e abertura ao debate contra o preconceito, homofobia e aceitação e à visibilidade desse grupo social. Quem sugeriu que ela não abraça a bandeira lgbt, mentiu.
Diante desse caos gerado em torno do seu nome e do não posicionamento político em favor aos gays, já não seria de domínio público através das suas músicas, videoclipes, atitudes e entrevistas o discurso feminista, inclusivo e de respeito às diferenças e minorias sociais?!!! Logo sendo obvio e por exclusão que ela não é e nem seria à favor aos machistas, homofóbicos e racistas, excluindo automaticamente seu apoio ao Bolsonaro. Para mim nunca foi uma dúvida da sua rejeição com relação à ele, assim como, eu creio que os verdadeiros fans da Anitta, aqueles que gostam do seu trabalho e acompanham a sua carreira, independente da sua identidade sexual, jamais duvidariam do seu apoio aos gays. Oops, desculpa, me esqueci que a perspicácia, o senso crítico e a capacidade de interpretação não é o forte do povo e eleitorado brasileiro, graças a fragilidade da sua educação e formação cognitiva. É nesses momentos eleitorais que manter o público ignorante e no cabresto faz toda diferença para manipular mentes e votos para favorecer uma minoria rica e culta e mante os velhos caciques no poder.
Numa sociedade polarizada como a brasileira, sobretudo no cenário político onde se refletem os discursos inflamados e os conflitos extremistas partidários entre os direita vs esquerda, os tradicionais vs progressistas, além da intolerância às diferenças, não precisaria ser vidente para prever que, fosse qual fosse o posicionamento da Anitta, ela ficaria no meio de um fogo cruzado, tentando ser usada através da manipulação do seu discurso ou da ausência dele para conquistar votos, como cabo eleitoral. Enfim, os estrategistas políticos quiseram se aproveitar da sua força como influenciadora digital e carisma como artista com esse fim eleitoral oportunista e desesperado entre partidos rivais.
Apesar dos pesares, de todo o alvoroço na internet, eu considero que a tentativa da Anitta em ficar quieta no seu lugar, querendo ficar alheia as polêmicas eleitorais, foi uma atitude sensata da sua parte, porquê, caso ela assumisse uma postura de militante e cabo eleitoral a colocaria numa situação mais favorável para ser manipulada e responsabilizada por qualquer resultado nas eleições de 2018 e suas práticas de ativista política, tendo que futuramente arcar com o fardo e as consequências de ter usado a sua voz e imagem para induzir votos e promover o voto de cabresto.
Sem dúvida nenhuma, uma vez contrariados ao "Silêncio de Anitta" e a sua ausência no processo eleitoral, o Movimento LGBT quis queimar a cantora deliberadamente, jogando-a no meio do jogo sórdido chamado política e em vias de campanha eleitoral desleal e insana onde vale tudo para se (re)eleger. Ela se manteve firme no seu legítimo propósito de manter o seu voto em segredo e não participar do processo eleitoral e nem na campanha em prol de nenhum candidato, porém isso tem um preço à ser pago.
Todavia, não é novidade para ninguém, que a carreira da cantora sempre foi alvo de preconceitos e repleta de obstáculos à serem superados e, dessa vez, também não será diferente. Infelizmente, o brasileiro tem o péssimo hábito de não cuidar do que é seu e/ou valorizar os seus artistas e ídolos como se devem, sobretudo se eles forem personagens controversos e de uma origem mais humilde. Se não gosta desse ou aquele, não basta apenas ignorar o seu sucesso, é preciso destruí-lo. Ter "fans" com essa natureza e temperamento (ingratos, intolerantes, traiçoeiros, volúveis, oportunistas, acéfalos, sem bom senso e incompreensíveis) é melhor nem tê-los como fans, é um livramento. Além do que o acesso alheio incomoda aos invejosos, recalcados, medíocres, infelizes e sem talento.
Apesar desse rebu, mesmo mediante desse caos político e mal e desconfortável momento virtual enfrentado pela Anitta, faltou discernimento e empatia por parte de alguns internautas e seguidores, julgando-a duramente. Também creio que muitos dos seus fans, gays ou não, não viraram as costas para ela e não estão de acordo com essa campanha de desprestígio que arquitetaram contra ela. Eu também estou seguro de que ela superará esse obstáculo e dará continuidade a sua exitosa carreira, com ou sem apoio ao público lgbt que ainda padecem politicamente por não ter um movimento social altamente eficiente e representativo para lograr os seus anseios e necessidades e ainda possuem uma postura política e militante frágil e extremamente tímida, quase inexistente, e desorganizada, onde a sua força está pulverizada em diferentes partidos onde defendem outras prioridades.