A busca de uma vida inteira não surge de um dia para a noite, de forma súbita e abrupta, apenas para aplacar e abrandar uma ânsia, uma ausência, uma lacuna... Não é querendo substituir um erro com o outro, que não existirá o abismo ou o risco eminente. Quem se rende à precipitação, amarga a frustração.
Estou num momento de fragilidade, de vulnerabilidade, por isso, é necessário me blindar, colocar a minha armadura para me proteger de mim mesmo, para não ser tragado pelos meus maremotos, tempestades e vendavais, e nem ser atropelado pela ânsia e irresponsabilidade dos outros. Preciso me manter vivo nesse mundo cão, já que ileso eu não posso... Ninguém passa por aqui incólume totalmente, mas, não se trata aqui de se acovardar apenas evitar um tiro fuminante no meio do peito ou dar mais cabeçadas na parede.
Quando se vai com muita sede ao pote, a água é derramada. E quando algumas situações sucumbem num primeiro momento, ainda bem que sucumbiram, porque demonstram o quanto as intenções e as estruturas são frágeis. Ainda bem, apesar da indisposição inicial, é melhor assim, já que evita dissabores piores e futuros. Blindando-me é uma forma de me respeitar e de me magoar com os perigos e as oscilações do mundo e a instabilidade emocional dos meros mortais.
Blindo-me para sobreviver, blindo-me para estancar o sangue que jorra em mim...
Nenhum comentário:
Postar um comentário