Séculos de repressão religiosa nos deixaram repletos de culpas, pecados, amarras e conflitos, envoltos por uma névoa de restrições sexuais e hipocrisias. De fato, a maldade está presente em nossas cabeças, não há quem possa fugir disso. As normas e os padrões de conduta estão aí: Ou você os segue a risca, como manda o figurino e o protocolo social, ou você os repudia, seguindo contramão, correndo o risco de ultrapassar todos os limites entre o senso e o contra-senso.
- "Por mais que eu seja avançadinho que eu seja, ainda existem situações que me chocam profundamente, me fazendo repensar se dar vazão ao desejo de forma mais livre, sem pudor alguma, sexo por sexo, selvagem, voraz e libidinosamente, sem escrúpulos, se é um caminho saudável e libertador. Sinceramente acho que não, é cair no vil, no banal, no vulgar. É se entregar a libertinagem pagando o preço da degradação."
Não se trata aqui de pregar a santidade, porque, santo eu não sou e já me deixei levar por alguns impulsos sexuais - Olha que alguns deles acabou me gerando uma baita ressaca moral, não por ter feito alguma orgia sem igual, apenas eu sou careta demais para determinadas situações - eu não estou preparado para abrir mão dos meus princípios, um pouco puritanos sim, devida a minha criação e o meu olhar romântico e ingênuo de ser, mas também, pela a minha formação familiar.
- "Por mais que me imputem a condição de "safadinho", de "danadinho", etc. e tal, o fato é que eu mão levo o menor jeito para ser putinho, nem de corpo, nem de mente e nem alma."
"Amém, Desejo... Amém!!!", esse é o meu lema, apesar de ser um homem de muitos desejos, uma boa parte deles realizados, mas de poucas fantasias - por sem bem tranquilo nessa parte sexual. A minha maior fantasia hoje é AMAR DE VERDADE.
- "Por incrível que pareça, amar para mim está no patamar do intangível, devido as dificuldades de exercitar esse verbo em todos os tempos, em todas conjulgações, já que essa afetivadade não é mais tão respeitada, já que o sexo se sobrepôs a ele - E do jeito que se encontra as condutas humanas, talvez seja de forma definitiva."
O meu senso, careta ou não, me faz entrar em choque com o contra-senso dos outros, porque, eu me pergunto muitas vezes se determinados posicionamentos de vida e atitudes pouco convencionais não estão denotando contra eles próprios, deixando-os literalmente nas calçadas, nas sargetas, às margens da moralidade (não aquela hipócrita e babaca, mas, aquela que lhe resguarda de se mesmo, dos seus instintos mais devassos), enfim, do bom senso que só favorece o seu bem-estar e a sua consciência tranquila.
- "Mas, quem não disse que a devassidão não traz bem-estar e consciência tranquila?!!! Traz sim, só para aqueles que estão satisfeitos em fazer parte dela, porque a sua tolerância para a falta de culpas e conflitos é baixa. Eles estão felizes em se entregar as tentações sem medidas, nem pensando nas conseqüências disso tudo para as suas vidas. Mesmo assim, não é algo que me faz bem e eu prefiro manter-me a par de certas devassidões."
Agora, em relação ao meu contra-senso, sim, porque eu também tenho os meus, é algo que me traz conflito. Nada que eu precise me auto-flagelar ou fazer penitência, porque até o meu contra-senso é caretão. Mas, quando os meus conflitos emergem, o meu senso (razão) versus o meu contra-senso (emoção), o meu pensar consegue conter o meu sentir.
- "Mas, eu não deixo de me preocupar e me questionar como as pessoas estão agindo contra elas próprias, passando por cima delas mesmas como um trator que destroça a sua integridade física, a saúde, a sua auto-estima, as suas convicções e os seus sonhos, muitas vezes, não se dando conta disso ou por estarem feridos ou desperançados demais com as relações humanas."
Só não me peçam para eu passar por cima de mim mesmo, porque eu não seria capaz disso. Eu me considero demais para abrir mão do meu senso e ficar completamente entregue aos pecados e as tentações do mundo a mercê do meu contra-senso. Não se trata de ser o "fiscal da moralidade alheia", nem faço questão de ser, pois cada umé responsável pelos próprios passos, mas, eu não me sinto a vontade em ter que me relacionar com pessoas que querem fazer do mundo um grande "randevour".
- "As maças estão aí, mas, nem todas elas estão podres. E nem todas estão aí para serem degustadas ou mordidas."
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