sábado, 6 de setembro de 2008

06 de Setembro (2007/2008) – 01 ano depois... (II)



PARTE II

Olhando para trás neste intervalo de 1 ano eu percebo que:

... A maior perda de todas, pelo menos, a maior que eu poderia ter, o falecimento da minha mãe, minha maior protetora, incentivadora e companheira, continua presente, atual, latejando em mim. Não dá para se esquecer do dia para a noite, o tempo apenas acomoda a perda, mas a lacuna permanece ali, junto com a saudade;

... Embora, o distanciamento tenha sido necessário, os vínculos familiares e as minhas raízes ainda continuam em Fortaleza, não tenho como negá-los. Se Fortaleza não é mais o meu lugar, existem momentos que é lá que eu quero estar;

... O “amor” que nós tínhamos, era tão pouco que se acabou. Era mesmo muito frágil, apesar das minhas tentativas de reatar, motivadas por recaídas e carências hoje superadas. O motivo pelo qual acelerou a minha chegada em Sampa no ano passado (“R”), chegada que eu estava adiando para o início deste ano, perdeu todo e completo sentido. Por alguns momentos foi bom, mas, jamais poderia ter dado certo – eu tenho a plena convicção disso, uma vez que meninice e leite ninho não são comigo, não tenho paciência de criar e engorda;

... Depois desse “amor”, surgiram outras oportunidades perdidas em omissões, medos e ausência de atitude (“M”), desencontros afetivos (“M”), completa falta de química (“D”) e uma grande “roubada” e embustes (“A”). Não tem como arrastar correntes por vocês;

... Pessoalmente, eu pude constatar que eu posso ser eu mesmo em qualquer lugar do mundo, que não é um título de mestrado ou doutorado da USP ou uma casa com piscina e carro na garagem que vai me mudar. Mais do que formação acadêmica, o importante é conteúdo humano e experiência de vida. Se, por uma remota hipótese, eu não os tinha, neste último ano, valeu por 10;

... Quando você sabe a matriz que lhe rege, não negando a sua vida anterior, você não tem motivos para se envergonhar da sua história de vida, das experiências, sejam elas boas ou más, e das abonanças que você teve o privilégio de usufruir. Se eu tive uma vida satisfatória e confortável não é demérito algum, mas, sorte de ter tido pais que puderam me proporcionar um padrão de vida assim e ainda ter estrutura financeira para continuar nesse status, claro, até o dia que for possível tê-lo;

... Quando se passa a andar com as próprias pernas, o cenário muda de figura. Você passa a responder e a se responsabilizar por si mesmo. Tudo é com você, por você. As prioridades não giram mais em torno do conforto, da futilidade, mas, da sobrevivência. A luta pela sobrevivência, ainda mais em São Paulo, tanto pode reafirmar ou deformar o caráter do indivíduo, cada um segue o caminho a partir da sua possibilidade, não havendo uma única fórmula de viver, mas, várias fórmulas. Até hoje não me deformei, nem tanto me degradei;

... Deus sabe o que faz apontando para gente, através da convivência quem é quem, alguns têm grandes virtudes, outros têm um péssimo caráter e outros são emocionalmente inconstantes. O fato é: As pessoas entram e saem todos os dias das nossas vidas, PONTO. Só ficam aqueles que realmente valem muito à pena e podem agregar sentimentos, idéias e afinidades. Só quero ao meu lado quem goste de mim, o resto é um mero e ínfimo detalhe;

... Mais cedo ou mais tarde as máscaras caem. E eu só tenho a agradecer a todas que caíram, porque desse jeito me poupa o desprazer e as decepções de ter pessoas como vocês ao meu lado. Não é um pesar nenhum, deixar de conviver com vocês, apenas um enorme prazer;

... Se por um lado, nos decepcionamos, por outro, temos a sorte de conhecer outras pessoas maravilhosas. Não tenho do que me queixar, nesse quesito, pois, eu conheci “personas” bacanérrimas, que apesar das rusgas passageiras, é normal tê-las quando nos relacionamos com seres humanos (cabeças, sonhos, estilos, experiências e pensamentos diferentes), eu tenho tido ótimas surpresas com parte dessas novas amizades – seja assim, fecunda, pelo tempo que tiver de ser, seja breve ou por uma vida inteira, mas, com sinceridade e reciprocidade;

... Nesse processo, existe A PESSOA que se torna presente de todas as formas, apesar da distância, que logo logo vamos nos encontrar de novo e passarmos mais um reveillon em Canoa Quebrada juntos (Agora, com a "cabrita doida" do lado!!!). Pessoa mais amada desse mundo inteirinho, você sabe o quanto você representa na minha vida, no momento em que eu perdi o chão por completo você me amparou, não tenho como não dizer, mesmo correndo o risco de ser repetitivo, EU TE AMO e OBRIGADO POR TUDO, TUDO MESMO;

... Na área profissional, por exclusão de opções (talentos, perfis, potencialidades), eu vou chegando aonde eu quero chegar. Apenas em saber o que não se quer, já é meio caminho andado para chegar até lá, aonde se quer;

... Títulos acadêmicos devem apenas qualificar o profissional, não endeusá-lo, colocando-o a cima do bem e do mal, e, muito menos, ser utilizado como uma arma para subjugar, denegrir e humilhar o outro. Definitivamente, não sei se a Sociologia é o meu sentido e se um título realmente me enche os olhos. Embora, seja contraditório afirmar isso, eu estou pagando por uma escolha feita aos 18 anos de idade, idade que eu ainda não estava preparado para escolher o que eu queria fazer da vida e para o resto dela;

... Até o dia que eu ainda estiver vestindo a camisa das “Ciências Sociais”, o mestrado, o doutorado e o pós-doutorado, são exigências intrínsecas da formação acadêmica e profissional para a minha área de atuação. Enquanto eu me sentir estimulado a ingressar na Sociologia do Trabalho, mesmo diante de todo o caos de incerteza que eu vivo, essa área ainda me direciona um sentido;

... Embora tenha me surgido essa oportunidade de participar do processo seletivo para o mestrado na USP, o título acadêmico em si, não é o sentido maior da minha vida, não me faz sentir consagrado, nem tão pouco, seguir a carreira acadêmica como professor universitário é o meu sonho profissional de infância;

... Por mais lúcido que eu pareça ser, o meu anseio maior é conquistar o meu lugar no mundo e ser apenas feliz do lado daqueles que eu amo, admiro, respeito e me sinto bem.

- “O fato é que eu não passei por esse ano que passou em vão, nem impunemente. Apesar de grandes “chutes na canela” não perdi a fome de ser feliz e o bom humor necessário para enfrentar determinadas situações e indecisões. Embora, esse ciclo não tenha se encerrado ainda, eu também sei que muitas coisas ainda estão por vim e eu preciso estar centrado em mim, autônomo, bem amparado pelos meus amigos e sendo eu mesmo mais do que nunca para continuar a diante, por quaisquer caminhos que eu escolha andar ou seja levado a caminhar, independente de onde eu irei chegar. Só espero que eu não tenha que me perder no meio do caminho ou me desesperar diante das decisões e dilemas, sem perder o ânimo, a fé, a força e o bom humor. Sonhos perdidos, podem ser substituídos... Sentidos perdidos, podem ser substituídos... Mas, eu não tenho ninguém que possa me substituir, em mim mesmo. Eu não quero me amargurar. Eu não quero me degradar. Eu só quero sentir a sensação de dever cumprido e por tudo o que eu passei neste último ano, tenha no mínimo valido a pena – E até aqui tem valido, mesmo mediante alguns obstáculos e algumas tempestades.”


Eu não tenho condições de prever como será o próximo 06/09/2009, como e aonde eu estarei, mas, até lá, ainda tem muito o que ser enfrentado e conquistado. Se as conquistas chegarem, elas serão festejadas e compartilhadas, caso os fracassos também chegarem, também serão compartilhados e analisados. Não há vida humana que não perpasse por altos e baixos, ganhos e perdas, glórias e quedas, por definição, a minha não seria diferente.

- “Eu só posso afirmar ao certo, que até aqui: EU NÃO DEITEI!!!”

Um comentário:

Hérika disse...

Owww...como não ficar emocionada com suas palavras?Não sei e nem estou preocupada em não fazê-lo quando o melhor mesmo é deixar que sejamos nós mesmos sem máscaras, sem mais ou menos, apenas e unicamente nós.
Estaremos juntos,como sempre estivemos mas agora em três, sim e pq não em 4?Não.Em 5.Porque tenho a certeza absoluta de que alguém que te ama muito estará em nossa companhia e a ela mandaremos todas as vibrações positivas do coração.Meu querido as palavras são pouco, mas estão lá...vai ver.


"As lágrimas não reparam os erros!!!"

The Verve - Bitter Sweet Symphony (with lyrics)

♫ Pitty - Na sua estante

"Eu não ficaria bem na sua estante..."