segunda-feira, 12 de junho de 2023

Então, Solteiros do meu Brasil...

 


O Dia dos Namorados chegou e isso gera uma série de gatilhos em nós, solteiros, principalmente, naqueles que tem medo da solidão e não sabem desfrutar da sua solteirice sem neura, sem culpa, sem desespero. Então,...

Calma, cambada!!! No Stress!!! Não é preciso sair por aí, desesperados, em pleno ataque de pânico e ansiedade, buscando o "amor da sua vida" até o último minuto (23:59) de hoje, apenas para dar satisfação ao outro ou a si mesmo por não ter passado o Dia dos Namorados sozinho(a). Dá sim para você sobreviver ao dia de hoje, superando todos os clichês simbólicos e apelos comerciais que nos bombardeiam nessa data. Você pode estar solteiro e estar tranquilo e bem resolvido com isso. Para isso, é necessário você exercitar essa autoconfiança e optar, em primeiro lugar, por você, aprendendo a tirar partido da sua solteirice sem se sentir o fracasso em pessoa. Livre-se dessa pressão. 

É natural, física, social e emocionalmente para todos nós termos à necessidade e o desejo de estar com alguém legal e daquela jeitinho que a gente idealiza (se não igual, pelo menos, que tenha boa parte dos atributos que nós elencamos), de estarmos envolvidos com alguém que nos "complete" e possa suprir todas as nossas expectativas (se isso é possível e efetivamente viável), ter uma vida à dois plena e satisfatória, regada de prazer, felicidade e fogos de artifícios, dentre tantos outros clichês amorosos que estão presentes no nosso imaginário social e na nossa própria psiquê, mas, infelizmente, nem sempre é possível vivenciar esse estado de espírito alucinante por "N" questões.

O primeiro passo para não sofrer com a solidão e a pressão de estar acompanhado e dentro de uma relação amorosa, sobretudo para desfrutar em um dia como esse, é ter a consciência de que a realidade não é um "conto de fadas" com "Happy End" e nem tão pouco um comercial de margarina e da Boticário.  Nem tão pouco, é preciso romantizar tudo e todos à todo instante. Real, oficial, relacionar-se não é tão simples assim, porquê, nós, humanos, nós somos essencialmente complexos e complicados - isso influencia diretamente no nosso trato pessoal, seja em que âmbito for, e na qualidade das nossas relações. Seja uma relação ideal (aquela tão sonhada, almejada) e/ou na medida do possível (aquela que temos para hoje, até aquela que não nos satisfaz mais), elas também podem fugir do nosso controle. 

Quando você não tem ninguém, você precisa aprender à lidar com a sua ausência e, o principal, começar a gostar mais de você, valorizar-se mais, prestando atenção em tudo aquilo que te traz prazer e felicidade (pequena ou grande, simples ou complicada não importa), valorizar os seus pontos marcantes e talentos, tentar superar as suas debilidades e pontos fracos, enfim, aprender a gostar mais de você e desfrutar da sua própria companhia. Acredite, a solteirice também tem os seus privilégios e suas benesses. 

Quando você bate muito a cabeça na parede, também colecionando desamores, você também se dá conta dos padrões de comportamento que te levam ao fracasso emocional, acabando por se tornar uma pessoa muito mais lúcida e seletiva e não tão disposta à se submeter à tais padrões, situações e enrascadas que você mesmo se põe tentando fugir e não ter que lidar com o seu medo da solidão e também ter que suprir a obrigação social e suas próprias expectativas em ter alguém na sua vida, não importando à quem e como. Mas, às vezes, essa pessoa que você escolheu ou foi escolhido(a) por ela, nem combina com você e nem foi capaz de te amar do jeito que você gostaria de ser - talvez, ela até te amou do jeito dela, mas, não foi suficiente para você ou sequer nem mesmo te amou. Enfim, os desencontros amorosos acontecem e faz parte da arte de amar e suas trincheiras. É preciso aprender a lidar com essa situação agridoce.

Como você não está disposto à entrar em qualquer barca furada, sem colete salva-vidas, você vai aprendendo a lidar com a ausência de maus amores e relacionamentos tóxicos. Não é que você abra mão de viver um "grande amor", essa possibilidade ainda que exista, ela perde força ou é suprimida por outras urgências e necessidade que são igualmente importantes e também merecem a nossa atenção (realização pessoal e profissional, elevação espiritual, paz de espírito, outros focos e aspirações ...) ou ficam apenas adormecidas, até que chegue alguém e desperte esse vulcão adormecido outra vez e queime tudo ao seu redor, inclusive você. Resignação também é felicidade.

Quando você aprende à administrar bem essa gama de sensações, sentimentos, cobranças e expectativas, você passa a viver bem a sua vida de solteiro e os conflitos naturais para quem se encontra sozinho. Você estar de bem com a sua solteirice é possível, mas é um exercício diário de sabedoria e autocontrole. 

Dá muito menos trabalho e desgaste emocional estar em paz com a sua solteirice e suas ganâncias do que está rendido, infeliz e em pleno estado de guerra, padecendo ao lado de quem não é compatível com você e constrói ao seu lado e com seu consentimento um relacionamento tóxico, violento e humilhante. Em situações assim, é que a minha solteirice faz cada vez mais sentido e me traz paz de espírito. 

E, em dias de caos, nada que um pote de sorvete ou um saco de sonhos de valsa ou uma "mão amiga" ou um "quatro contra um" ou uma baladinha marota e repleta de possibilidades ou um beijo gostoso (se preferência vários) sem compromisso ou uma pegada mais voraz e atrevida ou gozar a vida, não resolva essa inquietação e frenesi de momento.

Se você não tem ninguém importante na sua vida, se você não tem um relacionamento saudável e inspirador para mantê-lo, você só tem a si mesmo e a sua companhia para se bastar e tentar contrariar os versos de Tom Jobim que eterniza o "É impossível ser feliz sozinho"

É até possível sim, mas, é um processo árduo e demanda tempo para aprender a encontrar felicidade também estando solteiro. É possível domar esse Corcel Negro.

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