O Senhor da Guerra e da Destruição não me representa

Em especial, nesses dois últimos meses, eu devo ter lido e escutado tanta asneira veiculando na mídia em geral e nas redes sociais que fica nítido como os valores estão invertidos e tendenciosos como também a capacidade de dialogar e interpretar e compreender a realidade estão impactados pela intolerância, preconceito, oportunismo político e manipulação ideológica. O que é considerado como "claro e correto" para uns, unica e exclusivamente enaltecendo os seus próprios interesses, pode ser "obscuro e errado" para outros - sendo uma questão de opinião, permeada de conflitos e rivalidade. Assim, está muito complicado chegar em um denominador comum, seja em qual âmbito for.

Ética e moralmente, por infringir todos os limites do respeito, nós estamos retrocedendo e indo de encontro ao conservadorismo desconcertante: cego, alienado, colérico, ignorante, manipulável e maniqueísta. Querem arrancar de nós a pluralidade que nos caracteriza como nação à fórceps, tentando impor um padrão único de viver, pragmático e engessado, instaurando velhas e ultrapassadas regras e códigos de condutas que não nos representam mais e nem acompanharam a dinâmica social atual. Mas, existem aqueles que ficaram presos ao passado e não enxergam que a vida social moderna evoluiu, mas, querem resgatar à qualquer custo, de qualquer jeito até à força na base da hostilidade e coação, legitimada na violência e no discurso de ódio. 

É nesse contexto tóxico e doentio que os homens ditos "de bem" estão intimamente ligados pela falta de empatia, tornando-se incapazes de se colocarem na situação do outro, e indiferença, tornando-se cada vez mais egoísta e insensível à dor e aos sofrimento alheio. Que ser é esse que ao invés de acolher, respeitar e compreender à diferença de cada um e o somatório dessas diferenças nos tornam uma cultura diversa e plural, prefere julgar, condenar, punir, apedrejar em função da ignorância intelectual, do preconceito, e da humilhação. estimulando o fenômeno do "bullying" e o abismo da segregação de várias formas. Há algo muito estranho e sórdido nesse modo de olhar e conduzir a vida do outro e as suas relações sociais. 

Se isso já não bastasse, ainda usam o santo nome de Deus em vão para doutrinar ideologias que ao invés de fraternizar os homens acabam deixando-os mais longe de Deus, além de justificar tantas guerras gananciosas, atrocidades cometidas contra a humanidade e absurdas barbáries. Que tipo de homem cristão é esse que defende e prioriza à morte, violência e tortura em detrimento à vida, pacificação e conciliação?!!! Além de nos faltar amor e solidariedade, a incompreensão egoísta é imperativa: Tudo o que foge, difere e ameaça o meu ponto de vida e as minhas supostas "verdades" deve ser automaticamente reprimido - ignorado, combatido e banido. E aonde fica o diálogo e o debate reflexivo?!!! O respeito e o bom senso?!!! A educação?!!! Marginalizados, postos de lado. Que tipo de Cristão é esse que deturpa a palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus Cristo que coloca os seus próprios interesses diante dos Dele?!!! Não seria usar de dois pesos e duas medidas para julgar o seu semelhante, de acordo com o que ele é mais conveniente, e agir com muita hipocrisia?!!! 

Enfim, que sociedade é essa que usa de coerção, ameaça, violência, preconceito e discurso de ódio e de segregação para se legitimar e desfrutar do poder?!!! Que país é esse que se apoia em bandeiras desprezíveis (racismo, xenofobia, misoginia, homofobia, antissemitismo, ideias ditatoriais, fascistas e nazistas) para oprimir, coagir e submeter grupos sociais que supostamente são indignos e não se adequam à ideia de "unificação" de uma sociedade/ nação/país?!!! Além dessa ideologia ser perversa, é radicalmente segregadora e desumana. É Ultrajante e vergonhoso compactuar com isso. 

Será que o Deus em que eu confio e acredito, aquele que compartilha amor, paz, acolhimento e a união, semeando o perdão, é o mesmo que é invocado em prol da tirania, da arbitrariedade, da injustiça humana e social, da politicagem oportunista, da vaidade e ânsia de poder dos líderes políticos e da escravização e infelicidade dos seus filhos?!!! Eu creio no primeiro, no generoso e conciliador.  Já o segundo tipo, o "Senhor da Guerra" e da destruição, eu não posso conceber e nem adorá-lo.