Quando se trata da intimidade do casal e dos seus segredos de alcova, apesar da presença dos rumores e especulações que são criados para explicar o rompimento, o certo é que apenas os envolvidos sabem o que de fato se passou entre eles para chegar ao fim da relação. Se o casamento acabou, seja motivado pela rotina diária e/ou o desgaste da relação à dois ou porquê o sentimento se transformou com o passar do tempo e da convivência, o ideal seria que o amor também se acabasse, mas, ... Nem sempre é assim. Nunca é fácil passar por uma separação, seja traumática (jogando o copo na parede, os livros pela janela, ...) ou não (em comum acordo).
Quem ama intensa e profundamente não muda de amor à cada estação, do dia para à noite. Para superar um desamor requer auto-reflexão e tempo para aprender a superar o fim, de preferência integramente, com dignidade. E quando esse processo demanda um tempo maior para cair no esquecimento e tornar-se indiferente, deixando de incomodar e doer, não há mal algum sofrer, porquê esse sentimento é humano, é honesto, é poético e pode ser redentor e edificante somente para aqueles que são corajosos e nobres o suficientemente para senti-lo - não se trata de um masoquismo, mas de uma transformação de si mesmo, de auto-crescimento. Há quem tenha medo e vergonha de demonstrar fragilidade e vulnerabilidade ao assumir que fracassou amorosamente, mas, ninguém está imune de vivenciar esse infortúnio, de experimentar essa amarga aprendizagem. Faz parte do jogo afetivo.
Não vou aqui (des)qualificar quem quer aparentar uma certa fortaleza, pois cada um usa os seus próprios escudos para se proteger da dor, mas, estes vivem um constante processo de negação dos seus sentimentos, querendo convencer à si mesmos e aos outros que a separação foi superada, onde, das suas, uma: Ou quer negar o óbvio, que ainda há amor e esse sentimento segue ardendo, ou está buscando acreditar que o amor foi superado, quando ainda não foi, pois, uma mentira contada 1000 vezes, talvez se torne realidade enquanto permanecer oculta. Ninguém supera da noite para o dia, nem mesmo quando o amor acaba - para a ficha cair de que acabou, leva um processo de descoberta. Da negação à aceitação e, aí sim, chegasse ao processo de superação, nem sempre tão pacífico e indolor quanto gostaríamos que fosse.
Agora, se você quer fingir que está tudo bem e demonstrar aos outros que você virou a página e deu a volta por cima, assim do nada como um passe de mágica, apenas para satisfazer à curiosidade sádica dos outros, o direito é seu, mas,... você está sendo uma criança tonta. Porquê, ao invés de você dá moral aos outros, você não tira um tempo para você mesmo(a)?!!! Respeite o seu tempo, o tempo necessário para você curar as suas feridas emocionais e, na hora certa, recomeçar zerado(a): Sem se esconder através de desculpas frágeis ou hesitações, sem pendências afetivas anteriores, mesmo que ainda estejam ali algumas cicatrizes aparentes, subjetivamente fortalecido(a) e dono(a) de si outra vez.
Com o passar do tempo, eu fui percebendo que cada um tem o seu tem o seu tempo para superar e enfrentar a própria dor, logo, eu prefiro não fazer juízo de valor. Agora, se eu posso dar algum conselho aqui, porquê, ao invés de você ficar alimentando uma farsa para aparentar uma felicidade que não está ali (com você), você não é sincero com você e os seus sentimentos?!!! Tire um tempo para você e se permita à sofrer, aproveite esse tempo para investir em você, se auto-conhecer, do que emocionalmente você precisa e tem à oferecer, como agir para construir uma relação saudável ou sair de uma relação tóxica e que não te satisfaz e ainda te faz sofrer. Enfim, evolua, seja uma pessoa inteira, principalmente honesta consigo mesma. Cultive felicidade.
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