Quando havia decoro e retidão no comportamento dos solteiros, a sua grande maioria não se dobrava a banalização do sexo - transar a qualquer dia, hora e momento com um parceiro diferente, sem vínculo afetivo qualquer. O comum era ser "difícil" e não ceder e nem declinar a "sexo por sexo", ao "fast foda", ao "test drive". Quem cedia, estava sendo estigmatizado por ter cedido, sobretudo as "moças de família" que eram consideradas como sem vergonhas e putas. Nesse contexto moral, quem queria sexo fácil, sem compromisso, e reafirmar a sua virilidade e "macheza", buscava as profissionais do sexo para tal. Permissividades de uma sociedade machista que ainda permanecem vivas até hoje.
Porém, com a banalização do sexo, onde os solteiros heteros e gays podem tudo, homens e mulheres, o comportamento sexual e afetivo destes entrou em crise, onde as facilidades afetam diretamente os relacionamentos, seja promovendo o rompimento deles e/ou dificultando os seus inícios. Hoje em dia, iniciar um namoro não é fácil, como também, mantê-lo sério e duradouro ninguém. Ninguém está nem aí para a sua própria reputação e nem preocupado em zelar e respeitar pelo sentimento alheio: A ordem da vez é gozar!!!
Assim, na ausência de compromisso afetivo, pode-se transar a vontade, sem represálias e com muitos estímulos e adesões. Ficar, transar no primeiro encontro e não se comprometer são expressões do comportamento afetivo de hoje, caso você não reproduza isso, você é rotulado de "careta" ou "frígido" ou "traumatizado" (salas de bate-papo, sites de relacionamento, . Assim, mediante à tantas facilidades (entre desejos, riscos e tentações), pois não falta quem se submeta e endosse o sexo fácil, não é mais preciso buscar pagar o serviço profissional de michês e prostitutas, porque o sexo fácil é encontrado muito fácil, saindo das esquinas e puteiros para estar presente na internet, em seus guetos onlinemsn), nas baladas noturnas e nos grupos de amigos, onde a uma vertente de amigos que defendem a tese e o princípio de que amigos podem transar entre si - Você transa com um amigo?!!! Eu não!!!.
Entre tanta permissividade e libertinagem, surge o novo contexto não trabalhista e informal do sexo: o aparecimento dos "desempregados do sexo". Desemprego em dois prismas: O desemprego que aflinge a categoria trabalhista dos acompanhantes e profissionais do sexo, que vêem a sua clientela diminuir, considerando que não há mais exclusividade para tais profissionais, forçando-os a padecer em seu "paraíso"; como também, aqueles que estão se prostituindo deliberadamente, sem sentir e sem ser remunerado por isso, sendo um objeto sexual descartável - após uso e depósito de esperma é jogado fora.
- "Qualquer um de nós, enquanto solteiros, não estamos inume a essa condição e expostos a esse uso sexual, muitas vezes, sem nos darmos conta disso. Estamos atuando como profissionais do sexo, sem remuneração."
O baratismo é tanto, que todos nós estamos expostos a ele e os mais afoitos e "descolados" estão aí se prostituindo em sua essência, corpo, alma e sentimento sem se importarem muito se estão sendo baratos ou não.
Essa nova categoria comportamental, os "desempregados do sexo", acaba por atuar como michês e prostitutas (fáceis, vulgares, banais) sem remuneração nenhuma, pois o seu preço é revertido no gozo animalesco (expressão do seu instinto sexual) e o uso do seu corpo em exercício pleno do prazer, nem sempre tão pleno assim.
- "Enfim, trata-se de uma derrocada comportamental e uma contradição sexual, sem vínculos empregatíceos e remunerados para quem se torna um objeto sexual, um corpo vulgar e barato de uso . Barato?!!! Nem preço tem. É free, completamente free."
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