THE GAY PARTY!!!
Apesar das mazelas e dos excessos cometidos durante a parada gay, tais problemas citados ou não que também podem ser observados em outras festas e manifestações populares, ao exemplo da Micareta Universitária, acontecida semanas atrás na Zona Sul de São Paulo, podem acontecer determinados imprevistos – Não é uma problemática apenas específica ou pontual.
Deixando o viés crítico e social de lado, depois de apontar as imperfeições e propor o aprofundamento da questão, visando uma melhoria futura em prol de outras manifestações em prol da inclusão e da diversidade sexual, a parada também tem os seus méritos enquanto festa, entretenimento e lazer.
Particularmente, seus principais méritos estão centrados nos seguintes aspectos:
Na diversão que festa promove, não tendo como não dançar mediante os “hit’s” musicais mais atuais e os “hinos-gays” presentes nas baladas da cidade – só não dança quem não sabe ou está doente do pé;
Na criatividade dos seus participantes, onde algumas fantasias e adornos são muito expressivos quando conseguem fugir dos clichês e das caricaturas já conhecidas pelo grande público;
Nas boas risadas que podemos dar ao visualizar alguns participantes “trashs” que são dignos de “qualquer nota” de tão bizarros e engraçados que são;
Na alegria contagiante dos seus participantes, que expressam a felicidade de quem são, independentes dos seus “pecados” e das suas “cruzes”;
Na expressão carismática dos principais representantes do movimento gay (as celebridades, as “drags-queens”, as travestis famosas, as/os “promoters” das boates e casas noturnas) que lideram a massa durante o trajeto;
No exemplo de pacificação que ocorre no decorrer do evento, mesmo havendo alguns casos isolados de violência e baderna, supondo-se que o respeito entre o ser humano pode ser possível, apesar das suas diferenças;
O prestígio que o evento ainda possui, atraindo participantes de diferentes lugares, promovendo parcerias com empresas e órgãos públicos que patrocinam o evento, movimentando o turismo na cidade de São Paulo e lotando a rede hoteleira.
No mais, a Parada Gay vem conseguindo preservar no decorrer dos anos que ainda consegue divertir e entreter os seus foliões e observadores, heteros ou não, evidenciando as características principais dos seus festejados: diversidade sexual, “não” ao preconceito, “sim” a inclusão social, alegria, criatividade, espontaneidade associada a auto-exposição e a liberdade de expressão.
- Hei, Dan!!! Você se divertiu na parada?!!!
- É claro que sim!!! Apesar de várias pisadas nos meus pés, do empurra-empurra, alguns carrinhos dos ambulantes querendo me atropelar e mãos bobas querendo me pegar, sobrevivi a fuzarka, divertindo-me muito com os meus amigos que também estavam lá e dançando horrores e rindo demais das marmotas que eu avistei por lá.
- E você beijou?!!!
- Não. Continuo da mesma forma que eu fui: Invicto e ilibado!!! “I don’t kiss and nor kissed”. Se é isso que você quer saber. rs...
O DESFECHO SIMBÓLICO
Quem imagina que a atração da Parada Gay é apenas horas de trajeto, atravessando a Av. Paulista em direção ao Centro da Cidade, dispersando-se na República, desconhece o desfecho final e simbólico do final do evento. Só quem voltou para a Av. Paulista presenciou:
A Guarda e a Cavalaria Municipal, reabrindo o tráfego da avenida e reestabelecendo a ordem e a moral na Cidade de São Paulo, praticamente, um suspiro aliviado pronunciado: “Graças a Deus que ACABOU”. Mais póstumo e simbólico adeus, impossível, e;
O carro pipa e da limpeza da prefeitura, lavando toda a extensão da avenida com se estivesse expurgando e purificando o que havia acontecido ali. Literalmente, a remoção da escória que ali passou e o lixo que ficou.
A sensação que ficou foi São Paulo respondendo: “Vocês passaram e nós estamos e continuamos aqui”. Se ela está correta ou não é algo que deve ficar bem nítido no decorrer da pós-parada. O que eu posso dizer diante desse ato simbólico: “Meu Deus, livrai-nos de todo mal, amém!!!”. Até que ponto a tolerância à diversidade sexual realmente existe?!!! Já que o respeito é algo quase que imposto à goela abaixo da sociedade, em função do seu status e poder de fogo ($), como um gay disse à reportagem da TV Globo, no jornal local do meio-dia “SPTV”, ainda no sábado, “perolizando” a sua fala: “Ser gay custa caro”. E como custa.
SUGESTÕES PARA AS PARADAS FUTURAS
1. Investir em organização estrutural e segurança pública, através de parcerias e patrocínios com empresas privadas que apóiam a causa da diversidade sexual e as autoridades políticas;
2. Exigir uma ação policial mais efetiva, não impondo apenas a sua presença inerte, mas, como elemento importante para instaurar a segurança pública e a tranqüilidade do evento e a integridade física dos seus participantes, de qual identidade sexual for, sem truculência ou indiferença;
3. Resgatar o foco e a proposta do evento, até incluindo-o num novo contexto, mais produtivo e concreto para as suas reivindicações;
4. Promover cartilhas educativas e campanhas junto à sociedade em prol da causa;
5. Discutir junto aos gays, às lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais outras questões que não enfoque apenas a saúde e higiene sexual, mas, promover ao médio e longo prazo noções de resgate de auto-estima e de não degradação e vulgarização de si mesmo e da categoria social da qual eles pertencem. Ter decoro e saber se comportar em público, são noções básicas de educação e são ingredientes importantes para se CONQUISTAR respeito e não impor;
6. Buscar novas alternativas para inovar e atrair a percepção social para as reivindicações pertinentes as suas lutas;
7. Não reduzir a parada como uma festa oficial e anual no calendário da Cidade de São Paulo.
- “Indiscutivelmente, a Parada Gay precisa ser idealizada com mais cuidado e mais comprometimento social, visualizando as suas fragilidades estruturais e ideológicas e embasada na necessidade de criar iniciativas e propostas que venham a corroborar para melhoria da sua qualidade, em prol da sua continuidade enquanto evento oficial do movimento GLBTT, como também, um símbolo em prol das lutas, causas e reivindicações dos homossexuais, tornando-a como o desfecho e a comemoração de uma conquista maior junto ao poder público e a iniciativa privada e local em benefício dos seus. Mais do que uma festa anual, ela deveria ser contextualizada em uma semana anual de fóruns públicos, encontros e reuniões que poderiam ser realizadas durante os dias que a antecedem, repleta de atividades e debates temáticos, para que pudessem ser elaboradas e encaminhadas propostas sérias e concretas e, aí sim, tendo como fechamento final a Parada.”
2 comentários:
Nossa a Parada de Sampa deve ser realmente um caldeirão para ser observado por um Cientista Social,queria ter ido,quem sabe ano que vem ne?Beejo adorei suas observações!
hahaha tava TUDOOO DE BOM E RIMOS MUITO A TARDE TODA hahahaha
adorei t ver dan
otimo fds
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